Mercados

Cena externa endossa realização de lucros e Ibovespa termina semana com queda marginal

07 ago 2020, 17:09 - atualizado em 07 ago 2020, 18:31
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O Ibovespa caiu 1,22%, a pontos, determinando uma variação negativa de 0,05% no acumulado da semana (Imagem: B3/Linkedin)

O Ibovespa (IBOV) fechou a semana com uma leve queda, determinada pela sessão desta sexta-feira, sem catalisadores significativos para renovar as máximas desde o agravamento da pandemia no país em março, mas também sem notícias que apoiassem uma correção mais forte após quatro meses de alta no pregão brasileiro.

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Na última quarta-feira, o Banco Central reduziu a Selic a 2% ao ano, reforçando o que tem sido um dos principais suportes para as ações brasileiras, em meio a uma migração de recursos de pessoas físicas para a bolsa em busca de retornos mais elevados para seus investimentos.

A temporada de balanços no país mostrou uma combinação mista de resultados, trazendo o desempenho e as perspectivas de pesos pesados como Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Klabin (KLBN11), Gerdau (GGBR4) e Braskem (BRKM5), entre outros, enquanto o calendário de ofertas de ações – IPOs e follow ons – continuou aquecido.

A temporada de balanços no país mostrou uma combinação mista de resultados (Imagem: Pixabay/ StockSnap)

Brasília não trouxe novidades em relação ao andamento da reforma tributária, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, buscando ganhar no discurso a confiança de investidores sobre os efeitos benéficos do texto, que ainda traz desconfiança quando a um eventual aumento da carga tributária a alguns setores.

O Senado, por sua vez, atraiu as atenções ao aprovar na quinta-feira projeto de lei que estabelece um teto para taxas de juros de cheque especial e cartão de crédito enquanto durar o estado de calamidade pública por conta da pandemia da Covid-19. O texto será agora analisado pela Câmara dos Deputados.

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No exterior, a semana termina com o clima tenso após o governo norte-americano tomar medidas para proibir os aplicativos WeChat e TikTok, controlados por empresas chinesas, nos Estados Unidos, adicionando ainda mais combustível às relações complicadas entre as duas maiores economias do mundo.

Ao mesmo tempo, dados sobre a economia dos EUA, com o relatório sobre o mercado de trabalho nesta sexta-feira sendo o mais recente, mostraram que a recuperação da atividade econômica perdeu um pouco o fôlego, após números mais fortes nos meses anteriores.

Ainda assim, Wall Street encontrou suporte no desempenho do setor de tecnologia e em esperanças de um novo pacote de estímulos fiscais nos EUA, que continua sendo negociado por parlamentares em um ambiente de aumento de casos de Covid-19, com mais de 160 mil mortos pelo vírus.

Ainda assim, Wall Street encontrou suporte no desempenho do setor de tecnologia (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O Brasil também não mostra arrefecimento no ritmo de contágio do novo coronavírus e fica mais perto de 3 milhões de casos e 100 mil mortes.

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Nesta sexta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 1,3%, a 102.775,55 pontos, com o aumento da tensão entre EUA e China e números sobre a economia norte-americana respaldando movimentos de realização de lucros, que asseguraram queda de 0,13% na semana/mês. No ano, o declínio alcança 11,13%.

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Destaques do Ibovespa no acumulado do mês:

Klabin (KLBN11) mostra alta de 11,67% em agosto, embalada pelo lucro operacional medido pelo Ebitda ajustado de 1,3 bilhão de reais entre abril e junho, melhor desempenho trimestral da história da fabricante de papel e celulose. Na esteira dos fortes números da rival, Suzano (SUZB3) acumula elevação de 9,95%.

Totvs (TOTS3) acumula valorização de 11,42%, apoiada no resultado trimestral da produtora de softwares de gestão, que mostrou lucro quase estável no segundo trimestre, uma vez que maiores receitas com produtos de computação em nuvem e a forte redução da despesa compensaram os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus. A companhia ainda espera um “fim de ano interessante”.

Totvs acumula valorização de 11,42%, apoiada no resultado trimestral da produtora de softwares de gestão (Imagem: Instagram da Totvs)

Br Malls (BRML3) sobe 9,49% na primeira semana do mês, principalmente após resultado do grupo Iguatemi, que mostrou declínio de 14,3% na receita líquida e de apenas 2 pontos percentuais na margem Ebitda, para 71,4%. Iguatemi (IGTA3) avança 6,86% no mês e Multiplan (MULT3), que também reportou resultado, valoriza-se 7,85%. A brMalls apresenta seu desempenho trimestral em 13 de agosto.

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Cogna (COGN3) recua 11,96%, após figurar entre os destaques positivos do mês anterior, em meio a correções com a estreia fraca da sua subsidiária Vasta na bolsa norte-americana Nasdaq. Parte do avanço recente de Cogna esteve associada a expectativas para o IPO, uma vez que parcela dos recursos da oferta foi destinada a pagamento de dívida com a controladora. O IPO foi precificado em 30 julho acima da faixa indicativa, a 19 dólares por papel, mas a ação não teve fôlego para sustentar a cotação, que fechou a sexta-feira a 17,80 dólares.

CVC Brasil (CVCB3) registra uma queda de 8,61% na primeira semana do mês. A empresa de turismo mostrou uma baixa de mais de 65% no lucro líquido não auditado de 2019, após revisão e reconciliação de resultados em razão de distorções contábeis. Além de todo o efeito negativo por causa da pandemia, a revisão da contabilidade acarretou ainda ajustes no valor de 362,4 milhões de reais nas demonstrações financeiras do ano passado. A CVC busca divulgar balanço auditado de 2019 e o resultado do primeiro trimestre de 2020 até 31 de agosto.

Carrefour (CRFB3) apura um declínio de 5,30% neste começo de mês, após forte valorização na última semana de julho ocorrido depois da divulgação de salto de quase 75% no lucro ajustado do segundo trimestre ante mesmo período de 2019. Na ocasião da publicação do balanço, a equipe da XP Investimentos considerou resultado sólido, mas avaliou o múltiplo da companhia como justo e reiterou recomendação ‘neutra’ para as ações. No setor, Pão de Açúcar (PCAR3) perde 4,30% no mês.

Destaques do Small Caps no acumulado do mês:

PetroRio (PRIO3) registra uma alta de 10,86%, tendo de pano de fundo a sua entrada na primeira prévia da composição do Ibovespa que irá vigorar de setembro a dezembro.

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C&A (CEAB3) contabiliza uma valorização de 10,56%, mesmo com perspectivas mais negativas para o setor de vestuário no segundo trimestre em razão das medidas de restrição de circulação. A companhia divulgará desempenho de abril a junho em 19 de agosto.

C&A contabiliza uma valorização de 10,56% (Imagem: Equipe Money Times)

Aliansce Sonae (ALSO3)  sobe 9,34%, acompanhando suas concorrentes listadas no Ibovespa, em meio a perspectivas de que os efeitos das determinações de lockdowns podem não ter sido tão ruins nos resultados dos shopping centers como se antecipou.

Light (LIGT3) mostra um recuo de 8,94% no mês, afetada pelos receios sobre os impactos do coronavírus no mercado de energia, como queda do consumo e aumento da inadimplência. Em relatório no mês passado, a Fitch Ratings estimou que a companhia deve ser uma das mais impactadas do setor em termos de Ebitda em 2020 por causa da pandemia em razão de sua exposição ao mercado livre de energia. A companhia divulga seus números do segundo trimestre no próximo dia 13.

JHSF (JHSF3) perde 6,29% neste começo de agosto, em meio a movimentos de realização de lucros. O papel acumulou alta de quase 30% no mês passado, quando a empresa realizou oferta de ações para levantar capital para a expansão da estratégia digital, além de ampliação do segmento de incorporação e de shopping center.

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Fora dos Índices

Oi (OIBR3) registra queda de 14,29% apesar da expectativa sobre venda de ativos. Enquanto o consórcio formado por TIM, Telefônica Brasil e Claro aparece como único ofertante oficial para os ativos móveis da Oi, a unidade de fibra óptica tende a ter uma disputa mais acirrada.

Oi registra queda de 14,29% apesar da expectativa sobre venda de ativos (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:

– Índice financeiro: -1,84%

– Índice de consumo: +0,11%

– Índice de Energia Elétrica: -1,77%

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– Índice de materiais básicos: +3,56%

– Índice do setor industrial: +1,15%

– Índice imobiliário: +1,30%

– Índice de utilidade pública: -1,55%

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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