Mercados

Ibovespa quase bate 100 mil pontos com ânimo sobre retomada da economia

08 jul 2020, 17:14 - atualizado em 08 jul 2020, 18:29
B3 Mercados B3SA3 Ibovespa
Ibovespa marcou 99.769,88 pontos no final do pregão, elevação de 2,05%. No melhor momento, chegou a 99.972,78 pontos (Imagem: B3/Youtube)

O Ibovespa (IBOV) subiu mais de 2% e quase bateu nos 100 mil pontos no horário regular desta quarta-feira, com apostas positivas na retomada econômica em um ambiente de taxas de juros extremamente baixas prevalecendo sobre o cenário ainda nebuloso quanto à pandemia de Covid-19.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa marcou 99.769,88 pontos no final do pregão, elevação de 2,05%. No melhor momento, chegou a 99.972,78 pontos. A última vez que superou os 100 mil pontos foi em 6 de março, antes do agravamento da epidemia do coronavírus no país. O volume financeiro no pregão somou 26,3 bilhões de reais.

Números sobre as vendas no varejo brasileiro, com crescimento recorde em maio ante abril, endossaram visões de que o pior pode ter ficado para trás e serviram como argumento para compras de ações, um dia após movimentos de realização de lucros colocarem o Ibovespa abaixo de 98 mil pontos.

Para o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, os dados referentes a maio e junho, no Brasil e no mundo, têm se mostrado mais positivos que o esperado há um mês, diante das evidências de que a retração da economia no segundo trimestre possa ser menos intensa.

“No curto prazo, acumulam-se sinais de melhora da atividade e o cenário nos parece assimétrico para cima”, afirmaram os economistas dos bancos, acrescentando, contudo, que ainda há muita incerteza em relação ao médio prazo e que não vislumbram a atividade brasileira voltando ao nível pré-pandemia tão cedo.

Ainda antes da abertura do pregão, o IBGE mostrou que as vendas no varejo brasileiro avançaram 13,9% em maio na comparação com o mês anterior, alta recorde e melhor do que as expectativas, embora ainda insuficiente para zerar perdas dos dois meses anteriores por causa da pandemia.

Em ajustes na sua carteira ‘Buy List’, o Itaú BBA disse que estava começando a repensar a longo prazo, à medida que os riscos associados à crise com a pandemia do Covid-19 começam a diminuir, embora ainda vislumbrem riscos de maior volatilidade no exterior e no Brasil.

No exterior, Wall Street deu aval para a trajetória positiva na bolsa paulista, com o S&P 500 fechando em alta de 0,78%, apoiado por ações de tecnologia, apesar da alta nos novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos. O Nasdaq renovou recorde de fechamento.

MRV
MRV fechou em alta de 4,50%, após bater recorde de vendas no segundo trimestre (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

Destaques

B3 (B3SA3) disparou 6,09%, a 60,65 reais, máxima histórica de fechamento do papel, em meio a perspectivas positivas para o mercado de capitais no Brasil, que tem mostrando, entre outros movimentos, crescimento nas ofertas de ações, em meio a um ambiente de taxas de juros em mínimas históricas. O Itaú BBA passou a incluir os papéis em sua “Buy List”. No ano, a ação já sobe 45%, enquanto o Ibovespa ainda acumula queda de 13,7%.

Cielo (CIEL3) avançou 5,26%, também embalada pela sinalização mais positiva sobre o consumo no país, dado que ainda contabiliza uma perda de 40% no ano. Também apoiada pelo cenário melhor para consumo, Natura (NTCO3) fechou em alta de 6,04%, ampliando a alta em 2020 para 9,45%.

MRV (MRVE3) fechou em alta de 4,50%, após bater recorde de vendas no segundo trimestre, apoiada por uma estratégia comercial agressiva, e se beneficiou da regularização de repasses para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Cyrela (CYRE3) valorizou-se 4,41%, após comunicar que a Lavvi Empreendimentos Imobiliários, na qual é acionista, pediu registro para oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) a ser realizada no Brasil.

CVC Brasil (CVCB3) caiu 6,07%, entre os destaques de queda do Ibovespa na sessão pelo segundo pregão consecutivo, enquanto permanecem dúvidas e agentes financeiros ainda aguardam termos e condições definitivos de uma esperada operação de capitalização da companhia, além do desfecho sobre o processo de revisão e conciliação dos erros contábeis.

IRB (IRBR3) recuou 2%, com o papel ainda afetado pelo anúncio de que fará captação bilionária para repor provisões técnicas regulatórias afetadas por fraude contábil. Analistas do BTG Pactual cortaram o preço-alvo das ações de 15 para 9 reais, citando estimativas mais baixas e perspectiva de um payout menor por mais tempo para suprir a lacuna de liquidez.

Bradesco (BBDC4) subiu 3,41% e Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 2,16%, endossando a alta do Ibovespa, após fortes perdas na terça-feira, quando foram afetados por receios acerca de mudanças legislativas afetando o setor bancário no país.

Petrobras (PETR4) fechou em alta de 1,89% e Petrobras (PETR3) subiu 2,46%, tendo de pano de fundo alta do petróleo no mercado externo e percepções positivas sobre andamento de seu plano de desinvestimento.

Vale (VALE3) avançou 1,69%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo em alta, seguindo comportamento de preços do minério de ferro e aço na China, com destaque para CSN (CSNA3), que fechou com elevação de 3,84%. No radar, a ArcelorMittal anunciou que vai religar alto-forno no Espírito Santo no fim do mês de olho em mercado externo.

Duratex (DTEX3) subiu 6,45%, entre as maiores altas do índice Small Caps. Analistas do Bradesco BBI reiteraram recomendação “outperform” para as ações e elevaram o preço-alvo de 14 para 18 reais, avaliando que a empresa está bem posicionada para o futuro, em meio a dados fortes de vendas de materiais de construção nos últimos meses.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.