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Ibovespa fecha julho no maior nível em 7 semanas e NY tem o melhor mês do ano; Mercado pode se arrepender?

30 jul 2022, 12:32 - atualizado em 30 jul 2022, 12:32
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Mercado viveu uma montanha russa em julho. Mês começou com forte aversão ao risco e terminou com um rali dos ativos globais (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O mês de julho foi marcado por muitos superlativos nos mercados. Até a metade do mês, reinava o temor de recessão nos Estados Unidos. Mesmo assim, o Federal Reserve mostrava-se disposto em elevar a taxa de juros.

Aqui, as incertezas fiscais aumentaram com a PEC Kamikaze. O aumento de gastos em ano eleitoral ampliaram a pressão no dólar e nos juros futuros. O Ibovespa parecia sem fôlego.

Mas os investidores chegaram ao final de julho avaliando que os riscos não eram tantos. O Fed deu sinais de que pode moderar o ritmo de aperto monetário até dezembro. No Brasil, o desfecho das eleições sai em outubro.

Rali do alívio

Como resultado, o Ibovespa encerrou o último pregão de julho no maior nível em sete semanas. A alta acumulada no mês foi de 4,3%, impulsionada por ações de commodities.

Já em Nova York, os principais índices acionários registraram seus melhores desempenhos de 2022. O S&P 500 subiu 9,1% em julho, no melhor avanço mensal desde novembro de 2020.

O temor dos investidores sobre o ritmo agressivo de aumento dos juros pelo Fed diminui. Sinais de que o pico da inflação americana está por vir, enquanto a economia dos EUA se contraiu pelo segundo trimestre consecutivo alimentam essas apostas.

Daí veio o rali de alívio. Para o gestor da TAG Investimentos, Dan Kawa, os ativos de risco globais estão apresentando uma “descompressão” no curto prazo.

“A inflação e o processo de alta na taxa de juros dos EUA vinham sendo o principal vetor de pressão negativa nos mercados ao longo dos últimos seis a nove meses”, explica.

Mercado vai se arrepender?

O mercado acreditou ter ouvido uma inclinação mais suave (“dovish”) do presidente do Fed, Jerome Powell, na quarta-feira. Mais que isso, passou a apostar que o ciclo de alta dos juros pode terminar mais cedo do que o esperado.

Mas há certo ceticismo de que o Fed irá endossar isso. Para Jason Vieira, economista da Infinity Asset, o Fed precisa se convencer de que, apesar da inflação elevada, o processo de aperto monetário precisa ser contido sob a pena de causar uma estagflação.

“Um ponto importante é que não houve ainda uma prometida retirada dos estímulos de liquidez, que tem um impacto inflacionário inegável”, afirma Vieira.

O objetivo do Fed ao aumentar a taxa de juros é desacelerar a economia e apertar as condições financeiras. “Portanto, o ajuste necessário pelo Fed ainda está longe do ideal”, avalia.

Para facilitar o trabalho do Fed, ações que não necessariamente dependem da alta de juros ficam mais atraentes. “Com isso, o cenário para o apetite pelo prêmio de maior risco, Brasil incluído, tende a se acelerar”, conclui o economista. A conferir.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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