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Ibovespa fecha em leve queda com Petrobras e Wall Street; exportadoras amenizam perda

13 maio 2020, 17:09 - atualizado em 13 maio 2020, 17:58
Mercados - Ibovespa
O volume financeiro na bolsa nesta quarta-feira alcançou 25,1 bilhões de reais, em sessão também marcada pelo vencimento de contratos de opções sobre o Ibovespa (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou em leve queda nesta quarta-feira, após sessão sem tendência definida, com ações da Petrobras (PETR4) entre as maiores pressões de baixa, enquanto a nova máxima do dólar a 5,90 reais amparou papéis de exportadoras.

O viés negativo em Wall Street pesou nas operações brasileiras, na esteira de perspectivas sombrias do Federal Reserve para a economia norte-americana, assim como a manutenção de ruídos no cenário político doméstico.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,13%, a 77.772,20 pontos, após oscilar da mínima de 77.151,98 pontos à máxima de 78.911,28 pontos.

O volume financeiro na bolsa nesta quarta-feira alcançou 25,1 bilhões de reais, em sessão também marcada pelo vencimento de contratos de opções sobre o Ibovespa.

“O cenário permanece incerto: recomendamos uma abordagem cautelosa”, afirmou a equipe de estratégia do Itaú BBA comandada por Marcos Assumpção”, conforme relatório a clientes.

Para os estrategistas, o Brasil está atravessando crises de saúde, fiscal e política simultâneas, que estão destruindo os pilares que outrora eles defenderam como base do mercado altista – crescimento acelerado, juros baixos e reformas.

“Na nossa visão, o maior risco é a deterioração fiscal, que pode afetar negativamente taxas de juros de longo prazo, elevando o custo do capital e pode levar a uma reversão nos fluxos da renda fixa para as ações.”

O Ministério da Economia cortou nesta quarta-feira sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e agora estima contração de 4,7%, na maior queda da série histórica que tem início em 1900.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 1,7%, após o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, alertar sobre uma maior fraqueza econômica devido à pandemia de coronavírus, mas sem mencionar novo apoio do banco central.

BRF
BRF valorizou-se 12,17%, com ações de proteínas novamente entre os destaques positivos (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

Destaques

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) caíram 3,03% 3,92%, respectivamente, em movimento alinhado à queda dos preços do petróleo no mercado externo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou novamente sua projeção para a demanda global por petróleo neste ano. A companhia anunciou que elevará o preço médio da gasolina nas refinarias em 10% a partir de quinta-feira, na segunda alta do combustível fóssil realizada neste mês.

Bradesco (BBDC4) cedeu 0,88%, com o setor ainda afetado pelas perspectivas sombrias para a economia em razão da pandemia, bem como aumento de risco regulatório com potenciais medidas para aliviar os efeitos da crise. Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 2,89%. Itaú Unibanco (ITUB4) ensaiou uma melhora, mas fechou em queda de 0,05%. BTG Pactual (BPAC11), na contramão, subiu 3,45%.

Vale (VALE3) subiu 2,28%, após os futuros do minério de ferro na China saltaram ao maior nível em mais de nove meses e meio, o que blindava o papel da decisão do fundo soberano da Noruega de excluir de sua carteira investimentos a mineradora. O Credit Suisse, por sua vez, reduziu o preço-alvo do ADR de 15 para 14 dólares, mas reiterou ‘outperform’, citando possível retomada de dividendos em 2020 entre as 10 razões que justificam a ação ser sua ‘top pick’.

BRF (BRFS3) valorizou-se 12,17%, com ações de proteínas novamente entre os destaques positivos, em meio ao movimento no câmbio e perspectivas favoráveis para a demanda principalmente chinesa. JBS (JBSS3) subiu 6,36%, Marfrig (MRFG3) terminou em alta de 1,68%.

Embraer (EMBR3) recuou 8,70%, tendo ainda de pano de fundo rebalanceamento dos MSCI Global Standard Indexes, com exclusão dos papéis da fabricante de aviões do portfólio que passa a vigorar no fechamento do próximo dia 29. Os papéis também seguem minados pelas incertezas após o fracasso no acordo com a Boeing.

XP (XP), negociada em Nova York, saltou 12,2%, após mais do que dobrar o lucro líquido no primeiro trimestre, para 415 milhões de reais, com a margem líquida ajustada subindo para 23,9% no período ante 18% nos três primeiros meses do ano passado. A receita líquida subiu 86%, para 1,74 bilhão de reais, conforme dados conhecidos na véspera, após o fechamento dos mercados.

(Atualizado às 17h56)

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