Mercados

Ibovespa recua mais de 2% com realização de lucros endossada por NY; Taesa sobe

12 nov 2020, 18:09 - atualizado em 12 nov 2020, 18:59
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou queda de mais de 2% nesta quinta-feira, devolvendo boa parte dos ganhos da semana, em meio a movimentos de realização de lucros endossados por ajuste negativo em Wall Street, com agentes financeiros também repercutindo uma bateria de resultados corporativos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,2%, a 102.507,01 pontos, reduzindo os ganhos na semana para 1,57%. O volume financeiro no pregão somou 31,9 bilhões de reais.

Após um começo de semana mais otimista, com noticiário relacionado a uma vacina contra o coronavírus, o crescimento nos casos da doença nos Estados Unidos e a ameaça de uma nova rodada de restrições econômicas para conter a pandemia pesaram nos pregões em Nova York, contaminando o Ibovespa.

Em Washington, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que “os próximos meses podem ser desafiadores”, o que corroborou o viés mais vendedor no mercado.

Declarações do ministro da Economia no Brasil, Paulo Guedes, tampouco ajudaram.

Ele disse que a tributação de dividendos é uma alternativa em avaliação para financiar a desoneração da folha de pagamentos e que o auxílio emergencial deve ser mantido no caso de uma segunda onda de Covid-19 no país.”Dado o quadro fiscal já tão complicado, esse tipo de declaração definitivamente não ajuda”, disse um gestor.

Destaques

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) recuaram 6,38% e 5,92%, respectivamente, com as preocupações sobre novas rodadas de medidas de confinamento pesando sobre o setor, um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus.

Via Varejo (VVAR3) perdeu 5,73%, com boa parte do resultado do terceiro trimestre, que mostrou lucro operacional de 100 milhões de reais, já no preço das ações.

No setor, B2W (BTOW3) subiu 1,51% e Magazine Luiza (MGLU3) recuou 0,39%.

CCR (CCRO3) caiu 5,72%, na esteira da queda de mais de 70% do lucro no terceiro trimestre, a 93,3 milhões de reais, com os efeitos negativos da pandemia sendo amplificados com a alta do dólar e maiores despesas com depreciação de ativos perto do fim da concessão.

Eletrobras (ELET3) perdeu 5,18%, após divulgar queda de 87% no lucro líquido do trimestre encerrado em setembro.

Em teleconferência, o presidente da maior companhia elétrica da América Latina disse que governo deve retomar negociação sobre a sua privatização em 2021.

Rumo (RAIL3) fechou em baixa de 5,19%, apesar de desempenho operacional recorde no terceiro trimestre, uma vez que o lucro caiu 54% em meio ao declínio de tarifas de transporte ferroviário e despesas com a renovação antecipada da Malha Paulista.

Taesa (TAEE11) avançou 3,10%, após a transmissora de energia elétrica reportar lucro de 631,9 milhões de reais no trimestre encerrado em setembro, com alta de 76,6% na comparação ano a ano, superando estimativas de analistas.

Jbs (JBSS3) fechou com variação negativa de 0,47%, tendo de pano de fundo lucro de mais de 3 bilhões de reais no terceiro trimestre, acima das projeções do mercado.

No setor, Marfrig (MRFG3) subiu 0,67%, após o lucro trimestral crescer quase sete vezes.

Hapvida (HAPV3) avançou 1,97%. Ainda durante o ajuste de fechamento, a companhia reportou lucro líquido de 247,8 milhões de reais, com o Ebitda alcançando 512,2 milhões de reais, acima do esperado pelo mercado, segundo dados da Refinitiv.

Petrobras (PETR4) cedeu 4,24%, em meio a movimentos de realização de lucros e conforme os preços do petróleo passaram a cair no exterior.

Vale (VALE3) caiu 1,46%, na contramão dos preços dos contratos futuros de minério de ferro na China.

Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em baixa de 2,44%, também corrigindo valorização relevante recente, com Bradesco (BBDC4) na mesma direção, em queda de 3,95%.

3R Petroleum (RRRP3), que não está no Ibovespa, cedeu 0,48%, a 20,90 reais, em sua estreia na B3 (B3SA3), após a companhia especializada na operação de campos maduros de petróleo, precificar oferta inicial de ações (IPO) a 21 reais por ação, abaixo da faixa estimada pelos coordenadores.

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