Ibovespa fecha semana de juros e cautela global; Embraer (EMBR3) se destaca e Cosan (CSAN3) despenca

Na terceira semana de junho, o Ibovespa (IBOV) ficou praticamente estável, em meio a uma agenda intensa de decisões de política monetária no Brasil e no exterior, além de tensões geopolíticas e ajustes setoriais.
O principal índice da B3 encerrou a semana com leve queda de 0,05%, aos 137.141 pontos, após cair 1,14% nesta sexta-feira (20).
A mínima do dia foi de 136.814 pontos e a máxima, de 138.719 pontos. O volume financeiro somou cerca de R$ 20 bilhões, impulsionado pelo vencimento de opções sobre ações e o retorno do feriado de Corpus Christi.
Segundo relatório da XP, a performance em dólares foi positiva em 0,5% na semana, fechando aos R$ 5,51 com o índice acompanhado de movimentos mistos nos mercados globais.
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Selic sobe a 15% e Fed sinaliza paciência
No Brasil, o Copom elevou a Selic em 25 pontos-base, para 15% ao ano, surpreendendo parte do mercado que apostava em manutenção.
A XP destaca que essa decisão deve marcar o fim do ciclo de aperto monetário iniciado em setembro do ano passado, mas o BC deixou claro que a taxa deve permanecer nesse nível por um “período muito prolongado”.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve os juros na faixa de 4,25% a 4,50% pela quarta reunião consecutiva. O presidente Jerome Powell afirmou que o comitê está “bem posicionado para esperar” antes de fazer novos cortes, que seguem precificados para setembro.
No exterior, as bolsas fecharam sem direção única: Dow Jones e Nasdaq ficaram no zero a zero, e S&P 500 recuou 0,02%.
Dólar, juros e petróleo: ajustes de curto prazo
O dólar à vista subiu 0,47% nesta sexta-feira, para R$ 5,5270, mas acumulou queda de 0,5% na semana, em linha com o fechamento de parte da curva de juros, como destaca a XP: o DI jan/34 recuou 14 pontos-base, a 13,58%.
Já o petróleo Brent caiu 2,33% no dia, cotado a US$ 77,01 o barril, mas ainda acumulou alta de 3,6% na semana, refletindo tensões no Oriente Médio e novas sanções dos EUA contra o Irã, ainda em tom diplomático.
Embraer (EMBR3) dispara com anúncios em Paris; Cosan (CSNA3) é destaque negativo
No ranking semanal, a Embraer (EMBR3) liderou os ganhos com salto de 9,2%, beneficiada por uma série de anúncios de contratos acima do esperado durante o Paris Air Show.
Na outra ponta, Cosan (CSAN3) caiu 10,3%, após o Citi rebaixar seu preço-alvo.
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Maiores altas da semana
Código | Nome | Variação |
---|---|---|
EMBR3 | Embraer | +9,2% |
DIRR3 | Direcional | +6,8% |
TIMS3 | TIM | +4,7% |
VIVA3 | Telefônica Brasil | +4,6% |
B3SA3 | B3 | +4,4% |
Maiores quedas da semana
Código | Nome | Variação |
---|---|---|
CSAN3 | Cosan | -10,3% |
USIM5 | Usiminas | -7,8% |
MRFG3 | Marfrig | -7,4% |
RAIZ4 | Raízen | -6,0% |
GGBR4 | Gerdau | -4,5% |
O que esperar para a próxima semana
Para os próximos dias, o foco fica na ata da última reunião do Copom, na leitura do IPCA-15 de junho, além dos dados do mercado de trabalho com o Caged e a PNAD Contínua.
No exterior, os investidores monitoram o núcleo do PCE nos Estados Unidos, principal indicador de inflação para o Fed, além de PMIs na Europa, EUA, Japão e Reino Unido.