Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Dia começa feio nos mercados, mas volatilidade reina

28 set 2022, 7:56 - atualizado em 28 set 2022, 7:56
ações
Ibovespa sente pressão vinda dos mercados internacionais, com a volatilidade pré-eleições potencializando o movimento local (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa acabou sucumbindo ontem à pressão negativa vinda dos mercados internacionais, com o rali de alívio tendo vida curta. Hoje, a história pode ser a mesma, porém, começando pela ordem inversa, com qualquer piora adicional nesta quarta-feira (28) podendo abrir espaço para uma recuperação nos preços.  

Considerando-se as perdas dos ativos de risco no exterior nesta manhã, a bolsa brasileira tem tudo para ampliar a sequência de perdas após cair ontem pela terceira sessão seguida. Os índices futuros das bolsas de Nova York são negociados em baixa nesta manhã, porém, já bem longe das mínimas na madrugada. 

Ainda assim, Wall Street corre o risco de cravar sete dias consecutivos de perdas, na pior série desde o início da pandemia. O foco está no aumento nos rendimentos (yields) dos títulos soberanos dos Estados Unidos (Treasuries), que reprime o apetite por risco dos investidores.

O yield da Treasury de 10 anos (T-note) alcançou a marca de 4% pela primeira vez desde a crise de 2008, refletindo a determinação do Federal Reserve de combater a inflação. A preocupação  é de que o aperto da taxa de juros nos EUA irá prejudicar a economia e os lucros das empresas, levando à recessão

Com isso, o movimento no mercado de bônus conduz uma forte onda vendedora (sell off) entre as ações globais. Ao mesmo tempo, o fortalecimento do dólar penaliza as commodities. Por ora, a interrupção no Nord Stream impulsiona os preços do petróleo, apagando a queda vista mais cedo. Na China, o minério de ferro oscilou em alta antes do longo feriado que se aproxima. 

Eleições potencializa pressão local

Assim, os mercados lá fora seguem avaliando a saúde das principais economias globais em meio ao aperto monetário agressivo dos bancos centrais. Apesar de o Brasil estar na contramão do mundo, com o fim do ciclo de alta da Selic, os mercados domésticos não têm conseguido escapar ilesos da pressão externa. 

Até porque a proximidade das eleições também traz uma dose extra de volatilidade, apesar da ausência de novidades no cenário. As mais recentes pesquisas eleitorais mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na frente e com uma oscilação positiva, enquanto Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, estacionou. 

Já os levantamentos estaduais reforçam a chance de vitória do petista no primeiro turno. O receio de que esse cenário se confirme no domingo (2) tende a manter os negócios locais travados nesta semana e à mercê da vulnerabilidade externa. Afinal, o momento demanda cautela e impede que os investidores fiquem expostos ao risco de olhos fechados. 

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,04%; o do S&P 500 recuava 0,21%; enquanto o Nasdaq tinha queda 0,61%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,60%; a bolsa de Frankfurt caía 0,74%; a de Paris tinha queda de 0,52%, enquanto a de Londres cedia 0,54%

Câmbio: o DXY tinha alta de 0,22%, a 114.35 pontos; o euro caía 0,34%, a US$ 0,9563; a libra tinha baixa de 0,57%, a US$ 1,0673; o dólar caía 0,12% ante o iene, a 144,64 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,905%, de 3,948% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,201%, de 4,287% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro oscilava com -0,04%, a US$ 1.635,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI avançava 0,88%, a US$ 79,17 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,87%, a US$ 85,58 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em alta de 0,28% em Dalian (China), a 717 yuans.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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