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Ibovespa (IBOV) vira e fecha primeiro pregão de julho em alta, seguindo exterior

01 jul 2022, 17:04 - atualizado em 01 jul 2022, 18:47
B3 Ibovespa 56
Ibovespa saiu de junho registrando o pior desempenho mensal desde março de 2020 (Imagem: Facebook/B3)

O primeiro pregão de julho (e do segundo semestre) do Ibovespa (IBOV) foi bastante volátil. O índice, que iniciou esta sexta-feira (1º) seguindo a queda de Wall Street, conseguiu virar para o campo positivo, também por conta da mudança de humor nos mercados norte-americanos.

Recebendo suporte da Petrobras (PETR3;PETR4), O Ibovespa fechou com uma valorização de 0,42%, a 98.953,90 pontos. Na mínima do dia, chegou a tocar 97.231,18 pontos, menor nível desde novembro de 2020.

O Ibovespa saiu de junho registrando o pior desempenho mensal desde março de 2020. O temor de uma recessão, que influenciou o desempenho dos mercados globais no mês passado, ainda promete ser um dos principais focos de atenção dos investidores em julho.

Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, disse à Reuters que os investidores estão entrando no mês mais cautelosos, buscando ativos descontados e ajustando apostas para os próximos meses.

Dados econômicos importantes saíram no Brasil e no exterior. O destaque na Zona do Euro ficou para os números de inflação, que atingiu novo recorde em junho devido ao aumento das pressões sobre os preços.

Nos Estados Unidos, a atividade manufatureira desacelerou mais que o esperado, dando mais evidências de que a economia está esfriando diante da postura mais agressiva do Federal Reserve (Fed), o banco central do país.

No cenário local, dados da balança comercial brasileira e a divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) movimentaram o mercado hoje.

Investidores também digeriram a aprovação da PEC dos Auxílios no Senado ontem à noite.

Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

Balança comercial e PMI

De acordo com os dados do ministério, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,814 bilhões em junho, abaixo da estimativa de US$ 9,994 bilhões do mercado para o período, segundo uma pesquisa da Reuters.

O resultado de junho foi o segundo melhor para o mês da série histórica iniciada em 1989, ficando atrás apenas de junho do ano passado (US$ 10,4 bilhões).

Contribuiu para o resultado os US$ 32,675 bilhões em exportações, representando alta de 15,6% em comparação com o período equivalente de 2021, e os US$ 23,861 bilhões em importações, um avanço de 33,7%.

Segue pesando nos resultados o forte aumento nos preços dos produtos quando comparado com o mesmo mês de 2021. Os preços dos produtos vendidos ao exterior subiram 14,6%, enquanto os preços dos importados saltaram 34,6%.

Sobre o PMI, da S&P Global, a atividade industrial brasileira manteve o ritmo de crescimento em junho, com aumento das vendas, da produção e do emprego.

O PMI da indústria ficou em 54,1 em junho, quase em linha com a pontuação de 54,2 em maio, sugerindo que o setor continua em recuperação ao permanecer acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

O resultado de junho mostra que o segundo trimestre foi forte, segundo a S&P Global. O PMI ficou, em média, em 53,4 nesse período, patamar mais alto desde o terceiro trimestre de 2021.

“O setor industrial teve bom desempenho em junho, permanecendo resiliente diante de numerosos desafios como inflação alta, aumentos agressivos dos juros, crise do custo de vida, gargalos da cadeia de oferta e a guerra na Ucrânia”, disse a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima.

Inflação da Zona do Euro

A inflação da Zona do Euro bateu novo recorde em junho, reforçando a perspectiva de que o Banco Central Europeu deve aumentar os juros em ritmo mais rápido já neste mês.

Segundo a Eurostat, o aumento anual dos preços ao consumidor nos 19 países que compartilham o euro acelerou de 8,1% para 8,6%.

O resultado, impulsionado pelos preços de energia, alimentos e serviços, veio acima das expectativas de 8,4%.

O BCE começará a aumentar as taxas de juros neste mês, inicialmente em 0,25 ponto percentual. No entanto, os dados divulgados hoje indicam que o movimento pode ser maior, de 0,5 ponto percentual em setembro.

Recessão nos EUA

Segundo o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), o índice de atividade industrial nos EUA, que responde por 11,8% da economia local, caiu para 53 em junho, menor leitura desde o mesmo mês de 2020, quando o setor estava se recuperando dos impactos do coronavírus.

Em maio, o índice ficou em 56,1. Uma leitura acima de 50 indica expansão na manufatura.

A atividade desacelerou mais que o esperado, jogando mais evidências sobre a mesa de que a economia norte-americana está esfriando diante do aperto monetário mais agressivo por parte do Fed.

Economistas esperavam que o índice caísse para 54,9, de acordo com a Reuters.

PEC dos Auxílios

Na noite desta quinta (30), o Senado aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que viabiliza a criação de benefícios a caminhoneiros e taxistas, além da ampliação do Auxílio Brasil e do vale-gás.

O texto aprovado no Senado prevê o reconhecimento do estado de emergência, com um pacote de R$ 41,25 bilhões em auxílios e nenhum repasse aos estados que diminuírem o ICMS aplicado nos combustíveis.

A proposta cria um auxílio de R$ 1 mil para os caminhoneiros autônomos, além de um benefício ainda sem valor para os taxistas.

O texto também amplia o Auxílio-Brasil para R$ 600 e o vale-gás para R$ 120 a cada dois meses.

Além disso, foi acrescentado no texto um aumento de R$ 500 milhões na verba do programa Alimenta Brasil, de compra de alimentos de pequenos produtores e povos indígenas pelos órgãos públicos.

Destaques da Bolsa hoje

PETROBRAS PN (PETR4) fechou em alta de 2,15%, fornecendo um suporte relevante ao Ibovespa, em sessão positiva para os preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril do Brent – referência usada pela Petrobras – encerrou o dia com acréscimo de 2,4%, a US$ 111,63.

ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) subiu 0,86% e BRADESCO PN (BBDC4) avançou 0,76%, também ajudando no fechamento positivo do Ibovespa. No setor financeiro, também se destacaram CIELO ON (CIEL3), com acréscimo de 4,80%, e B3 ON (B3SA3), com elevação de 2,10%.

VALE ON (VALE3) caiu 1,91%, uma vez que os preços do minério de ferro cederam nesta sexta-feira na Ásia, com o risco de forte desaceleração econômica global alimentando temores de queda na demanda por commodities, apesar dos sinais de uma recuperação na atividade manufatureira na China.

MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) recuou 5,98% e AMERICANAS ON (AMER3) perdeu 5,21%, com varejistas ainda do lado negativo do Ibovespa, dado o cenário de inflação elevada no país e perspectivas de que os juros no Brasil fiquem em níveis elevados por mais tempo. VIA ON (VIIA3) cedeu 1,56%.

IRB BRASIL ON (IRBR3) avançou 6,40%, após cair 2,46% no pior momento do pregão, na sequência de uma perda de mais de 30% acumulada em junho, em meio a preocupações de que talvez o ressegurador possa precisar de um novo aumento de capital.

MRV ON (MRVE3) subiu 6,02%, em meio a noticiário intenso sobre a construtora nos últimos dias, incluindo a venda de portfólio de crédito (pró-soluto), alienação de empreendimentos nos EUA e anúncio de programa de recompra de até 2% das ações em circulação.

BRF ON (BRFS3) avançou 5,08%, com o setor de proteínas na ponta positiva. A companhia também aprovou emissão de R$ 1,7 bilhão em debêntures. No setor, MARFRIG ON (MRFG3) subiu 3,88%, MINERVA ON (BEEF3) fechou em alta de 3,69% e JBS ON (JBSS3) mostrou acréscimo de 0,41%.

FLEURY ON (FLRY3) caiu 2,64%, em sessão de ajustes, após disparar cerca de 16% na véspera, na esteira de anúncio da aquisição do Instituto Hermes Pardini.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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