Acabou o gás do Ibovespa? Índice tomba 2% e perde os 120 mil pontos com vilã estatal

O Ibovespa fechou em forte queda na sessão desta quinta-feira (26) em meio ao tombo da Petrobras (PETR3;PETR4), que desabou mais de 5%. Com isso, o índice caiu 2,10%, a 119.990 pontos.

De acordo com analistas consultados pelo Money Times, o mercado tratou de realizar lucros após disparada do índice de 25% desde as mínimas do ano, em abril.

Guilherme Ishigami, broker da mesa de renda variável da RJ+ Investimentos, diz que a queda de hoje aparenta ser uma correção natural de mercado após a sequência de alta recente puxada, em parte, pela prévia da inflação ter vindo com uma deflação melhor que o esperado.

Na visão de Marco Monteiro, analista da CM Capital, essa correção é “saudável”, já que abre espaço para investidores tomarem posição em alguns papéis que subiram forte recentemente.

• Federal Reserve retoma aperto monetário nos EUA: Como ficam os investimentos estrangeiros na B3? Entenda se o Ibovespa será prejudicado pela decisão com o analista-chefe João Piccioni clicando aqui. Aproveite e inscreva-se no nosso canal e fique ligado no Giro do Mercado, de segunda a sexta, às 12h.

Petrobras e Vale, as grandes vilãs

A Petrobras foi a grande vilã da sessão. Preocupações com políticas de dividendos da empresa após divulgação de resultado financeiro e forte alta da commodities nos últimos dias trazem incertezas com relação ao reajuste de preços de combustíveis, diz Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.

A Petrobras também divulgou no relatório uma queda na produção de óleo e gás no segundo trimestre.

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“Ainda existe um certo ruído sobre a políticas de preços de combustível da empresa e esperar mais clareza sobre esse assunto pode ser um bom negócio. O preço do petróleo chegou a subiu 15% no último mês e talvez esse assunto pode ser pautado novamente. Lembrando que a maioria das grandes casas de análises estão com posição “Neutra” sobre Petrobras”, completa o especialista.

Já a Vale deverá divulgar o seu resultado do segundo trimestre depois do fechamento.

Após volumes de produção e vendas em linha com as expectativas do mercado, a companhia deve ser a exceção positiva na categoria, amparada por uma base de comparação mais fraca.

Segundo a XP Investimentos, a companhia conseguiu mostrar em seu relatório operacional melhorias tanto em volumes quanto na qualidade do minério de ferro.

Komura, da Ouro Preto, lembra que a empresa segue pressionada pela China, que ainda não fez nenhum anúncio claro de estímulos.

Maiores altas do Ibovespa

Entre os destaques de alta, temos o Assaí (ASAI3), que reportou lucro líquido de R$ 156 milhões no segundo trimestre deste ano, uma retração de 51,1% na relação com o 2T22, que agradou o mercado.

O Ebitda ajustado, por sua vez, teve alta de 13,9% na comparação anual, para R$ 1,113 bilhão no 2T23.

Papel do Carrefour (CRFB3) também fechou em alta, após empresa ter reportado uma receita fraca, com rentabilidade prejudicada pela inflação de alimentos mais baixa, volumes mais fracos e concorrência mais acirrada.

Com Reuters