Mercados

Ibovespa (IBOV) tem sessão negativa nesta terça, contaminado por Wall Street

28 jun 2022, 17:06 - atualizado em 28 jun 2022, 18:53
Ibovespa
Apesar da baixa, o Ibovespa conseguiu se manter acima dos 100 mil pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) reverteu os ganhos do início do pregão e encerrou esta terça-feira (28) em queda, refletindo a piora de sentimento nos mercados dos Estados Unidos.

O índice de referência da B3 (B3SA3) computou perdas de 0,17%. No entanto conseguiu se manter (mesmo que por pouco) acima dos 100 mil pontos, fechando em 100.591,41 pontos.

Nem mesmo o bom desempenho das ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e da Vale (VALE3) ajudaram a sustentar o Ibovespa hoje. O mercado de ações doméstico foi contaminado pelo pregão vermelho em Wall Street, após a divulgação do índice de confiança do consumidor nos EUA de junho.

No Brasil, foram divulgados os novos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que ficaram acima das projeções.

Preocupações com o risco fiscal também mexeram com o mercado.

Segundo Idean Alves, chefe da mesa de operações e sócio da Ação Brasil Investimentos, a intenção do governo de expandir o balanço para atender as demandas econômicas e sociais (uma das medidas é o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600) leva a crer que as taxas de juros devem permanecer elevadas por mais tempo.

“Tudo isso leva a crer que o COPOM terá que deixar os juros elevados por mais tempo para trazer a inflação para a meta, o que contribui para a depreciação dos preços das ações”, afirma.

Notícias que movimentaram o Ibovespa hoje

Caged

De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, o Brasil registrou em maio a abertura de 277.018 admissões com carteira assinada. O número veio acima das estimativas de 192.750 empregos.

Ao todo, foram 1.960.960 admissões, contra 1.683.942 desligamentos.

No acumulado do ano, o saldo registrado é de 1.051.503 empregos.

Apesar do avanço no número de aberturas,  o salário médio de admissão caiu de R$ 1.966,54, em abril, para R$ 1.957,78.

Confiança do consumidor nos EUA

O índice de confiança do consumidor dos EUA caiu 4,5 pontos, a 98,7 no mês, de acordo com o Conference Board.

Os dados mostraram que a inflação no país, em movimento crescente, corroboraram com a expectativa de parte dos investidores em relação a um movimento de crescimento econômico mais fraco no segundo semestre do ano.

“As expectativas agora caíram bem abaixo de uma leitura de 80, sugerindo um crescimento mais fraco no segundo semestre de 2022, bem como um risco crescente de recessão até o final do ano”, comentou Lynn Franco, diretora sênior de indicadores econômicos do The Conference Board em Washington.

Petrobras

Caio Mário Paes de Andrade tomou posse como conselheiro de administração e presidente-executivo da Petrobras nesta terça, na sede da companhia, no Rio de Janeiro.

O nome de Paes de Andrade foi aprovado pelo conselho ontem, e segue a aprovação pelo Comitê de Elegibilidade da estatal.

Paes de Andrade foi indicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) após o anúncio de demissão de José Mauro Coelho, que acabou renunciando à presidência da Petrobras no início da semana, depois de apenas dois meses no cargo.

Ele é o terceiro CEO da Petrobras, só em 2022 – e o quinto durante o mandato de Jair Bolsonaro, que vem criticando a política de preços da companhia, baseada na paridade internacional do petróleo.

No universo do aumento dos preços dos combustíveis, o relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), realizará uma entrevista coletiva à 18h desta terça sobre seu parecer para a medida.

Flexibilização na China

A China flexibilizou algumas restrições impostas contra a Covid-19, amenizando algumas preocupações quanto ao grau de impacto que os lockdowns poderiam causar no crescimento da economia do país.

Pela primeira vez desde o fim de fevereiro, Pequim e Xangai não relataram novas infecções locais da doença hoje.

O governo chinês também disse que implementará ferramentas de forma oportuna para lidar com os desafios econômicos.

Ou Hong, vice-secretário geral da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, afirmou que o governo implementará medidas de apoio existentes enquanto melhora suas ferramentas.

Destaques da Bolsa hoje

VALE ON (VALE3) avançou 1,79%, uma vez que o preço do minério de ferro atingiu uma máxima de uma semana nesta terça-feira. Os preços de outros insumos e produtos siderúrgicos também subiram.

PETROBRAS PN (PETR4) subiu 1,25%, em dia de alta do petróleo no exterior e com o noticiário também trazendo que a empresa que reiniciou os processos de venda de refinarias em Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul, assim como os ativos logísticos integrados a elas.

VIA ON (VIIA3) caiu 5,45%, com varejistas novamente na ponta negativa, dado o cenário ainda difícil para o setor por causa do aumento de juros no país. O aumento contínuo da ponta longa da curva de juros futuros, em função da escalada das incertezas fiscais, também pesou. AMERICANAS ON (AMER3) perdeu 4,35% e MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) cedeu 2,06%.

HAPVIDA ON (HAPV3) caiu 5,78% após o Credit Suisse cortar o preço-alvo a R$ 9,50 e afirmado em relatório que passou a ver prejuízo para a empresa em 2022. O Credit Suisse, porém, reiterou recomendação “outperform” para as ações.

GPA ON (PCAR3) subiu 2,86%. Analistas do Itaú BBA retomaram a cobertura do papel com recomendação “outperform” e preço-alvo de R$ 32, enxergando uma relação risco/retorno positiva.

BB SEGURIDADE ON (BBSE3) valorizou-se 2,13%, um dia após anunciar que destinará 80% do lucro do primeiro semestre para dividendos. O Itaú BBA também elevou a recomendação dos papéis para “outperform”, com preço-alvo de R$ 32.

Com Reuters

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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