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Com apoio de PETR4 e VALE3, Ibovespa renova recorde, mas Itaú BBA faz alerta

26 dez 2023, 18:04 - atualizado em 26 dez 2023, 18:11
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Ibovespa renovou máxima, mas Itaú BBA vê um risco para o índice no curto prazo (Imagem: Divulgação/B3)

O Ibovespa escalou mais e renovou as máximas históricas na sessão desta terça-feira (26), pós-feriado de Natal. O índice fechou a 133.532 pontos, alta de 0,59%. No ano, a bolsa acumula disparada de 25%, sendo que grande parte dessa ‘pernada’ se deu nos dois últimos meses, quando subiu 17%.

No pregão, marcado pela baixa liquidez devido às festas de fim de ano, o Ibovespa acompanhou Wall Street, que também encerrou o dia no azul. As bolsas dos Estados Unidos voltaram a subir com a perspectiva do fim da alta dos juros no país.

Dados divulgados na sexta-feira evidenciaram que o crescimento do emprego acelerou e a taxa de desemprego caiu, enquanto um relatório separado mostrou que as expectativas de inflação ao consumidor se reduziram.

Leonardo Piovesan, da Quantzed, lembra que os rendimentos dos títulos públicos americanos de 10 anos saíram do patamar de 5% desde a metade de outubro para abaixo de 4%, o que é bem relevante.

“Também há uma expectativa de que o Fed comece a cortar juros mais rápido, agora no primeiro trimestre, algo que antes era esperado só mais para o segundo, terceiro trimestre”, acrescenta.

Brasil também ajuda

Mais cedo, o Boletim Focus voltou a reduzir as suas apostas para a inflação.  Segundo os dados do relatório, agora, a expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 4,46%, ante os 4,49% do levantamento passado.

Já a Selic, que tinha como previsão para 2024 o patamar de 9,25%, também caiu, chegando a 9%. Para os próximos anos, se mantém 8,50%.

“Nesse fim de ano, temos Congresso parado sem notícias negativas. Então, o movimento de juros lá fora faz a bolsa andar”, coloca Piovesan.

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que anunciará novas medidas fiscais assim que elas estiverem prontas, ressaltando que consultará o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre as propostas.

Na sexta-feira, Haddad disse que o governo apresentaria nesta semana novas medidas buscando atingir o objetivo de eliminar o déficit primário em 2024.

Ações de commodities roubam a cena

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), duas das maiores empresas do Ibovespa, que juntas possuem mais de 20% de peso do índice, subiram e auxiliaram a Bolsa a renovar máximas. PetroReconcavo (RECV3) liderou as altas.

Ambos os papéis foram puxados pelos preços das commodities. O preço do petróleo tipo Brent, usado como referência pela estatal, disparou mais de 2,5%, recuperando os US$ 80.

Além disso, a petroleira anunciou corte de 7,9% nos preços do diesel negociados nas refinarias. Segundo o Goldman Sachs, em rápido comentário enviado a clientes, os preços locais do diesel e da gasolina permanecem com defasagem de 4%/1%, respectivamente, abaixo da referência internacional.

“Acreditamos que as margens de refino da PBR estão em níveis saudáveis, mesmo após contabilizar o anúncio de hoje”, discorre.

Já os contratos futuros do minério de ferro avançaram na Ásia, com expectativas de medidas de estímulo econômico na China e de uma demanda robusta pela commodity. Em Dalian, o contrato para maio mais negociado teve ganho de 1,3%, para 980,5 iuanes (137,22 dólares) por tonelada.

O alerta do Itaú BBA para Ibovespa

Em relatório enviado a clientes, analistas gráficos do Itaú BBA dizem que o Ibovespa marcou nova máxima histórica, mas a possibilidade de realizações à frente existe.

“A robusta valorização desde o início de novembro, sem nenhuma realização, deixa sempre essa dúvida. No entanto, isso não impede que ações que ficaram para trás acionem gatilhos de uma nova tendência de alta”, destaca.

Ainda segundo os analistas, o índice segue a caminho dos próximos objetivos em 137 mil pontos e 150 mil pontos – patamar a ser perseguido ao longo de 2024.

Em um cenário de realização de lucros no curto prazo, o índice possui suporte inicial em 130.700 pontos.

Com informações da Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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