Mercados

Ibovespa: 4 pontos do governo Lula que levaram o índice a perder mais de 3 mil pontos

02 jan 2023, 18:10 - atualizado em 02 jan 2023, 18:44
Ibovespa
Com os mercados internacionais fechados devido ao ferido de Ano-Novo, coube ao cenário doméstico “roubar” a cena (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) desabou 3,06%, a 106.376,,02 pontos, com as incertezas diante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva que tomou posse no último domingo (01).

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Com os mercados internacionais fechados devido ao ferido de Ano-Novo, coube ao cenário doméstico “roubar” a cena.

Discurso de Lula e o Ibovespa

As incertezas ficaram concentradas, principalmente, nos discursos do presidente ontem durante a posse.

Nas falas, Lula chamou de “estupidez” o Teto de Gastos, criticou a governança das estatais e falou em nova Reforma Trabalhista.

“Fala dele conversa muito com os ideais de esquerda, em que a participação do Estado é um dos pilares do desenvolvimento da economia. Ele fez falas bem críticas em relação a promessas de revisão de políticas mais liberais”, discorre Leandro Petrokas, da Quantzed.

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Para a equipe da Guide Investimentos, as falas de Lula no domingo remeteram “aos seus governos anteriores, tanto nos acertos quanto nos erros”.

As declarações do presidente não chegam a ser novidade, e, conforme ressaltou a XP Investimentos em nota a clientes mais cedo, reforçam as diretrizes econômicas anunciadas durante a campanha eleitoral.

Mas também não trazem alívio aos negócios, uma vez que a sinalização, principalmente fiscal, segue negativa.

Revogaço e estatais

Entre ontem e hoje, Lula também anunciou um ‘revogaço’ de medidas, entre elas a retirada de seis empresas do plano de privatização, como os Correios e a Petrobras (PETR4), que desabou 6%.

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No caso da petroleira, o senador Jean Paul Prates foi anunciado como novo CEO.

Para a equipe da Genial Investimentos, o início do novo governo é marcado pela desconfiança do setor privado.

“Os primeiros passos já foram dados, a escolha do senador Jean Paul Prates para comandar a Petrobras reforça que a política de preços deve ser alterada ao longo dos próximos meses”, afirmou em comentários a clientes nesta segunda-feira.

O Banco do Brasil (BBAS3) também caiu forte após o anuncio de Tarciana Medeiros como CEO. Medeiros é graduada em Administração de Empresas e ingressou no banco em 2000.

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Apesar da queda, a Ágora Investimentos disse em comentário enviado a clientes que a decisão é relativamente positiva, pois a executiva tem muita experiência no banco, passando por diferentes divisões ao longo de seus 22 anos como funcionária.

Prorrogação da isenção dos impostos para combustíveis

O fim da isenção de impostos sobre a gasolina, que aliviaria o situação fiscal de estados e do país, foi bem vista pelos mercados.

Porém, a ala política venceu a disputa com Haddad e conseguiu prorroga a medida por mais dois meses, evitando desgastes de uma alta dos combustíveis nos primeiros meses do governo.

Na visão do sócio e estrategista da Meta Asset, Alexandre Póvoa, o mercado está percebendo que, diferentemente do Antonio Palocci de 2003, Haddad não conseguirá ser um anteparo a um Lula muito mais agressivo e intervencionista do que foi há 20 anos.

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“Primeiro, uma infeliz declaração (de Lula) que chama de ‘estupidez’ o teto de gastos. Depois já contraria Haddad na questão da reoneração do preço dos combustíveis, importante para as contas públicas”, elencou.

“Duas coisas se mostram claras: o novo governo se mostra mais populista e gastão e parece haver algum conflito entre as vontades de Lula e Haddad“, observou o sócio da Nexgen Capital Felipe Izac.

Nem a fala de Haddad no discurso de posse foi suficiente para acalmar os ânimos. O ministro afirmou que o arcabouço fiscal a ser apresentado neste semestre precisa ser confiável e demonstrar sustentabilidade das finanças públicas, e que não aceitará um resultado fiscal neste ano que não seja melhor do que a atual previsão de déficit de 220 bilhões de reais.

Estrategistas do BTG Pactual ressaltaram que preocupações fiscais estão no topo da agenda política e que, para evitar maior deterioração do risco-país e uma combinação pior de crescimento/inflação, o novo governo pode ter que apresentar medidas compensatórias para financiar mais gastos.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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