Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) começa semana sem trégua nos mercados

06 fev 2023, 8:10 - atualizado em 06 fev 2023, 8:23
Ibovespa inicia primeira semana cheia de fevereiro sem tempo para recompor o fôlego, em meio à ausência de trégua nos mercados (Arte: Money Times)

O Ibovespa (IBOV) inicia a primeira semana cheia de fevereiro sem tempo para recompor o fôlego, após encerrar a última sexta-feira (3) em queda pela terceira vez seguida. Os investidores até gostariam, mas não vão conseguir fazer uma pausa nos negócios nesta segunda-feira (6), diante da agenda carregada que vem por aí. 

Os eventos envolvendo os bancos centrais dos Estados Unidos (Fed) e do Brasil (Copom) seguem em destaque. Amanhã, Jerome Powell volta à cena, dias depois de moderar a dose de aperto na taxa de juros e de dados robustos sobre o mercado de trabalho. Enquanto o ritmo mais suave alimentou apostas de cortes ainda neste ano, o payroll jogou um balde de água fria nessa expectativa.

Já o Comitê de Política Monetária publica também nesta terça-feira (7) a ata da primeira reunião deste ano, quando elevou o tom no comunicado, sinalizando um período de Selic estável por tempo ainda mais prolongado. Esse recado também fez subir de nível as desavenças entre o presidente Lula e o BC.

Após as duras críticas sobre a autonomia da autoridade monetária, as metas de inflação e o patamar alto do juro básico, Lula vê agora traição de Roberto Campos Neto. Para o presidente, o comandante do BC, indicado por Jair Bolsonaro, parece pouco disposto a dialogar e participar de um esforço para estimular a economia.

Ibovespa sem trégua no exterior

Portanto, por mais que os mercados queiram ditar a pauta econômica, é a política que define as regras do jogo. Nesse debate, o Ibovespa é apenas refém do jogo de forças entre governo e BC. Ainda assim, uma sintonia fina entre esses dois atores é essencial para estabilizar os ativos locais, em meio à queda-de-braço entre estrangeiros e os residentes na B3.

Da mesma forma, uma harmonia entre Federal Reserve e Wall Street é fundamental para equalizar o desempenho dos mercados globais na mesma frequência. Enquanto isso, a Casa Branca cuida das questões (geo)políticas. 

Aliás, os ruídos vindos de um balão chinês – meteorológico para alguns e espião para outros – que atravessou a América do Norte eleva a tensão entre EUA e China. O objeto voador não identificado foi abatido por míssil quando sobrevoava o Oceano Atlântico, num episódio que faz alusão à “matar formiga com bala de canhão”

Seja como for, trata-se de mais um exemplo de que questões econômicas não são independentes da política. E se não se acertar o último, também não será possível modelar o primeiro. Como resultado, as respostas podem abalar os mercados – assim como foi em 2022. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 8h:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,80%; o do S&P 500 cedia 0,99% e o Nasdaq tinha queda de 1,22%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) perdia 1,22%, aos 28.27 pontos no pré-mercado; nos ADRs, o da Vale caía 1,33%, enquanto o da Petrobras tinha leve alta de 0,09%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 1,12%; a bolsa de Frankfurt recuava 1,23%; a de Paris cedia 1,61% e a de Londres tinha queda de 0,92%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 0,67%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 2,02%; a Bolsa de Xangai cedeu 0,76%;

Câmbio: o índice DXY subia 0,45%, 103.38 pontos; o euro tinha queda de 0,31%, a US$ 1,0765; a libra caía 0,22%, a US$ 1,2030; o dólar subia 0,80% ante o iene, a 132,23 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,617%, de 3,524% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,387%, de 4,303% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,45%, a US$ 1.885,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,60%, a US$ 73,83 o barril; o do petróleo Brent tinha alta de 0,90%, a US$ 80,66 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em estável em Dalian (China), a 846 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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