Ibovespa (IBOV) acompanha realização de ganhos do exterior e opera à espera de Galípolo; 5 coisas para saber antes de investir hoje (1º)
O Ibovespa (IBOV) começa dezembro em tom negativo, acompanhando a cautela dos investidores internacional e o “tom mais duro” do Banco Central do Japão. Por aqui, o mercado também acompanha novas declarações do presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, em evento em São Paulo.
Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 0,10%, aos 158.918,41 pontos.
O dólar à vista opera em alta ante o real, na contramão do desempenho da divisa no exterior. No mesmo horário, a moeda norte-americana subia a R$ 5,3502 (+0,29%), na máxima intradia.
Day Trade:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta segunda-feira (1º)
1 – Mais um corte na expectativa de inflação
Pela terceira semana consecutiva, o economistas consultados pelo Banco Central (BC) reduziram as projeções para a inflação de 2025 e 2026, segundo o Boletim Focus desta segunda-feira (1º).
O mercado agora estima o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,43% no fim deste ano, ante a projeção de 4,45%. Para 2026, a expectativa caiu de 4,18% para 4,17%. Ambas estão dentro do intervalo de tolerância da meta perseguida pela autarquia, de 3% com margem de 1,5 ponto percentual.
As perspectivas para a Selic, o Produto Interno Bruto (PIB) e o câmbio para 2025 não foram alterados: Selic deve encerrar dezembro em 15% ao ano, a economia deve crescer 2,16% e o dólar terminar o ano em R$ 5,40.
- LEIA MAIS EM: Economistas fazem novo ajuste na inflação de 2025 e na Selic de longo prazo; veja o Focus desta segunda (1)
2 – Tensão entre governo e Congresso
A escalada da tensão entre o Congresso e o governo ganhou mais um “capítulo” neste fim de semana. O presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP) afirmou que “é ofensivo insinuar que cargos e emendas resolvem a aprovação de Jorge Messias” ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão, perante a sociedade, de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico, com cargos e emendas. Isso é ofensivo não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo”, afirmou Alcolumbre, em nota divulgada neste domingo (30).
“Em verdade, trata-se de um método antigo de desqualificar quem diverge de uma ideia ou de um interesse de ocasião”, acrescentou.
O senador também afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece tentar interferir no processo.
“Feita a escolha pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal”, escreveu.
O acirramento dos ‘desentendimentos’ entre os Poderes Legislativo e Executivo aconteceu após a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no STF, no último dia 20 de novembro. A preferência do Senado Federal era que o ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fosse o indicado para a Corte.
3- Isenção do IR
Em pronunciamente em rede nacional neste domingo (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais vai injetar R$ 28 bilhões na economia em 2026, segundo cálculos da Receita Federal.
“Um estímulo extraordinário para o comércio, para a indústria, o setor de serviços e o empreendedorismo, que vai gerar mais empregos, mais oportunidades e mais renda. O país inteiro vai ser beneficiado”, disse Lula.
Ao explicar a nova lei no pronunciamento, Lula destacou que ela “ataca a principal causa da desigualdade no Brasil: a chamada injustiça tributária” e que a compensação não virá de cortes na educação ou na saúde, mas sim da taxação dos chamados super-ricos.
“Esse alívio no Imposto de Renda significa mais dinheiro no bolso, que significa maior poder de compra, que significa aumento no consumo, que faz a roda da economia girar”, disse Lula, calculando que uma pessoa com salário de R$4,8 mil pode fazer uma economia de R$4 mil em um ano.
“A mudança no Imposto de Renda é um passo decisivo para transformar essa realidade (de desigualdade), mas é apenas o primeiro. Podem ter certeza de que não vamos parar por aí. O que nós queremos é que a população brasileira tenha direito à riqueza que produz com o suor do seu trabalho”, completou o presidente.
A lei foi sancionada na última quarta-feira (26) e também concede desconto no IR aos que recebem até R$ 7.350 por mês, além de estabelecer uma taxação mínima de até 10% sobre pessoas com renda anual superior a R$600 mil para compensar a perda de receita gerada pela isenção.
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4- Oferta de petróleo
Os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que agrupa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, liderados pela Rússia, concordaram em manter as cotas de produção de petróleo do grupo para 2026.
Os membros também concordaram com um mecanismo para avaliar a capacidade máxima de produção de petróleo dos membros.
Oito países da Opep+, que realizaram uma reunião separada neste domingo, também têm um acordo em princípio para manter uma pausa nos aumentos de produção para o primeiro trimestre de 2026, disseram anteriormente uma fonte da Opep+ e uma pessoa familiarizada com as negociações.
A reunião do grupo, que fornece metade do petróleo do mundo, ocorre em meio a um novo esforço dos Estados Unidos para intermediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, o que poderia aumentar a oferta de petróleo se as sanções contra a Rússia forem aliviadas. Os ministros iniciaram uma série de reuniões online, segundo duas fontes à Reuters.
Se o acordo de paz fracassar, a Rússia poderá ter sua oferta ainda mais restringida pelas sanções. A Opep+ suspendeu os aumentos na produção de petróleo para o primeiro trimestre de 2026, depois de liberar cerca de 2,9 milhões de barris por dia no mercado des
5 – Alta nos juros no Japão
O Banco do Japão considerará os “prós e contras” de aumentar a taxa de juros em sua próxima reunião de política monetária, disse o presidente Kazuo Ueda nesta segunda-feira (1º), dando o sinal mais forte até agora de um aumento neste mês.
Em um discurso para líderes empresariais na cidade de Nagoya, Ueda expressou confiança de que a economia do Japão se recuperará de uma contração no terceiro trimestre, com o impacto das tarifas dos Estados Unidos sendo menor do que o inicialmente temido.
Com as preocupações sobre o impacto das tarifas diminuindo, a probabilidade de que as projeções econômicas e de preços do Banco do Japão sejam cumpridas está aumentando, disse Ueda, sinalizando que as condições para um aumento dos juros estão se encaixando.
“O Banco do Japão está no estágio em que deve examinar se o comportamento ativo de definição de salários pelas empresas continuará”, o que é fundamental para saber quando aumentará a taxa de juros, disse Ueda. “Examinaremos e discutiremos os acontecimentos econômicos e de preços no país e no exterior, bem como os movimentos do mercado e consideraremos os prós e contras de aumentar a taxa de juros”, acrescentou.
Após os comentários, o iene acelerou alta ante o dólar. Por volta de 8h45 (horário de Brasília), a divisa norte-americana caía a 154,94 ienes, enquanto o DXY tinha baixa de 0,33%.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro japonês também subiram e o mercado já precifica uma chance de 80% de uma alta nos juros japoneses na reunião do BC que acontece entre os dias 18 e 19 de dezembro. Na semana passada, o mercado operava com a probabilidade 60% de um ajuste para cima das taxas.
*Com informações de Reuters