Ibovespa (IBOV) recua com cautela pós-Fed e Copom; 5 coisas para saber antes de investir hoje (11)
No dia seguinte à ‘Super Quarta’, o Ibovespa (IBOV) reage a manutenção dos juros nos Estados Unidos e o aumento das incertezas sobre o futuro da atual política monetária do Federal Reserve (Fed) com a aproximação da saída de Jerome Powell da presidência do BC.
No Brasil, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, com poucas mudanças no comunicado em relação à decisão anterior. O mercado agora opera dividido sobre o início do ciclo de afrouxamento monetário.
Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 0,21%, aos 158.738,48 pontos.
O dólar à vista opera em baixa ante o real, na esteira do desempenho da divisa no exterior. No mesmo horário, a moeda norte-americana caía a R$ 5,4444 (-0,44%).
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quinta-feira (11)
1 – Copom mantém Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15,00% ao ano, no maior nível da taxa básica de juros desde meados de 2006, nesta quarta-feira (10).
Essa foi a quarta manutenção consecutiva e em linha com o esperado pelo mercado. A decisão do colegiado foi unânime.
O comunicado manteve a postura do Comitê de que a estratégia “em curso” de manutenção do nível da taxa de juros por período bastante prolongado passou a ser adequada – antes vista como “suficiente” – para assegurar a convergência da inflação à meta. Foi mantida a ênfase de que o Copom seguirá vigilante.
Na avaliação de Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, o Copom manteve o tom duro (hawkish) da decisão anterior, em novembro. “Não houve comunicação mais ‘dove‘, ou seja, leniente com a inflação, pelo contrário. Está tudo mantido”.
Os analistas do mercado também destacaram que o comunicado reduziu a perspectiva de início do afrouxamento monetário em janeiro. “Como não houve qualquer indicação nesse sentido, o cenário mais provável é de que o ciclo possa começar em março – desde que, em janeiro, o Comitê dê sinais de que essa será a data adequada”, afirmou José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.
“O BC acabou sendo o ‘Grinch’ do Natal para quem acreditava numa queda iminente da Selic. A mensagem foi muito mais de conter o otimismo do mercado do que sinalizar mudanças”, avaliou Rodrigo Marques, sócio e economista-chefe da Nest Asset Management.
2 – Vendas no varejo
As vendas no varejo brasileiro avançaram 0,5% em outubro na comparação com o mês anterior e subiram 1,1% sobre um ano antes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira. Esse foi o resultado mais forte desde março, quando houve aumento de 0,7% nas vendas.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 0,10% na comparação mensal e de queda de 0,20% sobre um ano antes.
3 – PL antifacção e tributação de bets
Na noite de quarta-feira (10), o plenário do Senado aprovou o projeto de lei que institui um marco legal de combate ao crime organizado no país, prevendo a criação de um novo tributo sobre apostas online (bets) para custear ações de fortalecimento da segurança pública.
O texto estabelece uma alíquota de 15% de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre as transferências realizadas por pessoas físicas a plataformas de apostas.
Segundo o gabinete do relator do projeto, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o potencial de arrecadação com o novo tributo é estimado em aproximadamente R$ 30 bilhões por ano.
A proposta tanbém endurece punições a membros de facções criminosas e milícias privadas, prevendo ainda penas aplicadas em dobro para pessoas que comandam os grupos.
Pelo projeto, fica definida como facção a “organização criminosa que atue mediante o controle de territórios ou tenha atuação interestadual com o uso de violência, coação, ameaça ou outro meio intimidatório”.
Aprovado pela unanimidade dos senadores que votaram, o projeto retorna à Câmara dos Deputados.
4 – Relações comerciais entre Brasil e EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve várias interações muito construtivas sobre questões comerciais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, nesta quarta-feira.
Greer disse em um evento organizado pelo Atlantic Council que os EUA gostariam de ter uma relação comercial melhor com o Brasil, mas seria necessário que ambos os lados fizessem concessões.
“Gostaríamos de ter, em curto prazo, algum tipo de acordo com o Brasil. Talvez não resolva todos os problemas, mas há coisas que eles podem fazer. Eles parecem ser parceiros bastante dispostos”, disse ele. “É claro que é preciso que ambos os lados estejam dispostos a fazer concessões de fato.”
Greer não deu mais detalhes sobre o cronograma ou o escopo de um possível acordo comercial entre os dois países.
5 – Fed corta juros
O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, como o esperado. Essa foi a terceira redução consecutiva.
A decisão, mais uma vez, não foi unânime: Stephen Miran votou pelo corte de 0,50 ponto percentual, enquanto Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid optaram por manter o Fed Funds na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Sendo assim, o placar ficou 9 a 3, a maior dissidência desde setembro de 2019.
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*Com informações de Reuters