Ibovespa (IBOV) perde fôlego da abertura e cai com política monetária e cenário eleitoral; 5 coisas para saber antes de investir hoje (18)
O cenário eleitoral continua a determinar o tom do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (18), em meio a leitura do mercado sobre as novas projeções do Banco Central para os principais indicadores econômicos nos próximos anos.
A política monetária na Europa e dados de inflação nos Estados Unidos também movimentam o pregão.
Por volta de 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira operava com leve avanço de 0,15%, aos 157.560,46 pontos. Poucos minutos depois, o Ibovespe perdeu o fôlego da abertura e inverteu sinal para queda.
O dólar à vista opera em alta ante o real, na esteira do desempenho da divisa no exterior. No mesmo horário, a moeda norte-americana subia a R$ 5,5422 (+0,34%).
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quinta-feira (18)
1 – Corrida eleitoral
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve iniciar 2026 com a aprovação menor que a desaprovação, segundo pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta quinta-feira (18).
Apesar do predomínio da avaliação negativa, Lula mantém vantagem sobre todos os possíveis adversários em simulações para as eleições presidenciais de 2026.
Se a disputa fosse hoje e os candidatos fossem os mesmos de 2022, o petista teria 46,7% das intenções de voto contra 44% de Jair Bolsonaro. Ciro Gomes aparece com 3,2%, Simone Tebet com 1,8% e outros candidatos de 2022 somam 2,2%. Votos brancos ou nulos correspondem a 1,8%.
Em cenários ampliados, Lula se mantém à frente de Flávio Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Ratinho Jr, Ronaldo Caiado e Romeu Zema, com vantagem variando de 4 a 25 pontos percentuais. No confronto contra Flávio Bolsonaro, por exemplo, o presidente registra 53% contra 41% do senador, diferença de 12 pontos.
Nos cenários de segundo turno, Lula venceria todos os principais adversários: Jair Bolsonaro (50% a 46%), Tarcísio de Freitas (49% a 45%), Michelle Bolsonaro (50% a 45%), Flávio Bolsonaro (53% a 41%), Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Jr. (49% a 39%) e Eduardo Leite (49% a 24%).
O levantamento foi realizado entre 10 e 15 de dezembro com 18.154 brasileiros, com margem de erro de 1 ponto percentual para mais ou para menos.
2 – Relatório de Política Monetária
O Banco Central revisou para cima suas projeções para a economia brasileira nos próximos anos e indicou que a inflação deverá convergir para o centro da meta de 3% apenas em 2028. As novas previsões constam do Relatório de Política Monetária divulgado hoje.
O Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,3% em 2025, acima da projeção de 2,0% feita em setembro. Para 2026, a estimativa também foi levemente elevada, de 1,5% para 1,6%.
Segundo o BC, a nova projeção para o PIB deste ano reflete a surpresa ligeiramente positiva no terceiro trimestre e a reavaliação do desempenho esperado para o quarto trimestre. Para 2026, apesar da elevação na estimativa, a autarquia afirmou que está mantida a “projeção de crescimento moderado ao longo do ano”.
Já para a inflação, o BC estima que os preços estarão em 3,2% no terceiro trimestre de 2027. “O compromisso do BC é com a meta contínua de inflação de 3,00%, e suas decisões são pautadas para que este objetivo seja atingido ao longo do horizonte relevante de política monetária”, disse.
Na avaliação de analistas, o RPM não traz novidades que altere a perspectiva de início do ciclo de afrouxamento monetária apenas em março.
- VEJA AS ESTIMATIVAS COM DETALHES: Banco Central eleva projeções para PIB de 2025 e 2026 e vê inflação na meta apenas em 2028
3 – PL da Dosimetria
O Senado concluiu a votação do projeto da dosimetria, que reduz as penas de condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atos relacionados à tentativa de golpe de Estado que culminou em 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Aprovado nesta quarta-feira (17) pelo plenário do Senado por 48 votos a 25 com uma emenda de redação, o projeto segue à sanção presidencial.
Mas um dos primeiros obstáculos que deve enfrentar diz respeito justamente a essa alteração no texto, que para parlamentares contrários à dosimetria interfere no mérito, no conteúdo em si da proposta, o que obrigaria seu retorno à Câmara dos Deputados.
“Eu tenho certeza que o presidente Lula vetará esse projeto. Porque não é tolerável qualquer forma de conciliação com quem tentou atentar contra a democracia brasileira, quem tentou dar golpe de Estado no Brasil”, disse o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Há ainda a perspectiva de judicialização do tema. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), anunciou que já estava a postos para acionar o Judiciário assim que o Senado votasse a proposta.
4 – Taxação de bets e fintechs
Ontem (17), o Senado aprovou o a projeto que reduz em 10% benefícios fiscais federais de diversos setores e aumenta a tributação sobre apostas online (bets), fintechs e Juros sobre Capital Próprio (JCP).
O texto, que havia sido aprovado horas antes pela Câmara dos Deputados, segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os cortes não atingirão imunidades constitucionais, como entidades religiosas, partidos políticos e livros, e têm outras exceções.
Em entrevista a jornalistas na noite de terça-feira (16), antes da aprovação final, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a pasta apresentou cenários para a construção do projeto para que o ganho fiscal fosse de R$20 bilhões ao ano, valor suficiente para fechar o Orçamento de 2026.
Cálculos da Warren Rena, no entanto, apontam para uma receita líquida (após transferências da parcela de Estados e municípios) de R$ 9,7 bilhões em 2026, considerando flexibilizações feitas no texto e o prazo legal de 90 dias para que cortes entrem em vigor.
As reduções envolverão benefícios relativos a PIS/Pasep, Cofins, Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Contribuição Previdenciária.
5 – Novo presidente do Fed
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o próximo presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) será alguém que acredita em taxas de juros bem mais baixas.
“Em breve anunciarei nosso próximo chair do Federal Reserve, alguém que acredita em taxas de juros mais baixas, bem (mais baixas), e os pagamentos de hipotecas cairão ainda mais”, disse Trump.
Trump fez os comentários durante um pronunciamento nacional sobre suas realizações econômicas e de segurança nacional no primeiro ano de seu segundo mandato.
Ele já havia indicado que anunciará o sucessor escolhido para do atual presidente do Fed, Jerome Powell, no início do próximo ano.
Todos os finalistas conhecidos – o assessor econômico da Casa Branca Kevin Hassett, o ex-diretor do Fed Kevin Warsh e o atual diretor Chris Waller – defendem que a taxa de juros seja mais baixas do que a atual.
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*Com informações de Reuters