Ibovespa (IBOV) abre em alta com novela do IOF e exterior no radar; 5 coisas para saber ao investir hoje (2)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta quarta-feira (2) em alta, com judicialização do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no radar.
Por volta das 10h05 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira recuava 0,12%, aos 139.716,22
pontos.
O dólar à vista subia ante o real nas primeiras negociações do dia, conforme os investidores monitoravam as discussões comerciais dos Estados Unidos com parceiros antes do prazo para o fim da trégua comercial e aguardavam a divulgação de dados econômicos.
No mesmo horário, a moeda norte-americana avançava 0,15% ante o real, a R$ 5,4660.
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Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta quarta-feira (2):
1 – Powell joga culpa dos juros altos no colo de Trump
Depois de muitas críticas, ofensas e pressões vindas do presidente Donald Trump, Jerome Powell resolveu se defender.
Durante um fórum de bancos centrais que acontece em Sintra, Portugal, o presidente do Federal Reserve disse que a autoridade monetária provavelmente teria reduzido as taxas de juros este ano se não fosse pelas mudanças na política tarifária dos Estados Unidos.
No começo do ano, Trump anunciou o aumento de tarifas recíprocas para produtos importados pelos EUA. A preocupação é de que a medida impacte a inflação e mercado de trabalho.
Vale lembrar que a pausa de 90 dias sobre as tarifas recíprocas superiores a 10% termina em 9 de julho. Até agora, apenas o Reino Unido conseguiu fechar um acordo comercial para redução das tarifas de importação entre os países. Além disso, foi firmado um compromisso com a China para compra de terra rara.
Ao ser questionado diretamente sobre as críticas de Trump, Powell disse estar “muito focado no trabalho”. “As coisas que interessam são: usar as nossas ferramentas para atingir as metas que o Congresso nos deu, máximo emprego, estabilidade de preços e estabilidade financeira. É nisso que estamos 100% focados”, afirmou.
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2 – Governo vai para o ataque
O mercado segue acompanhando a novela do IOF. Ontem, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso de derrubar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A avaliação é de que o Congresso violou o princípio da separação dos poderes ao barrar, por meio de decreto legislativo, uma decisão de competência exclusiva do Executivo.
A movimentação junto ao Supremo tem potencial de tensionar ainda mais a conturbada relação entre Executivo e Legislativo. Por isso, segundo o jornal Folha de S. Paulo, os ministros do STF avaliam a possibilidade de uma mediação entre o governo e a cúpula do Congresso Nacional para evitar instabilidade institucional.
3 – ADP: Setor privado dos EUA fecha vagas de forma inesperada em junho
O setor privado dos Estados Unidos registrou fechamento de vagas de trabalho em junho de forma inesperada e a criação de postos de trabalho no mês anterior foi menor do que informado inicialmente, mostrou o Relatório Nacional de Emprego da ADP.
Foram perdidas 33.000 vagas de emprego no mês passado, após um aumento de 29.000 em dado revisado para baixo em maio. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 95.000 empregos no setor privado, depois de 37.000 em maio, conforme relatado anteriormente.
O crescimento do emprego diminuiu à medida que as empresas lidam com a incerteza da política comercial, mas as empresas ainda não recorreram a demissões generalizadas, mantendo o mercado de trabalho ancorado.
A lentidão nas contratações também ficou evidente no relatório Jolts na terça-feira, que mostrou um declínio de 112.000 nas contratações, para 5,503 milhões em maio. O relatório também mostrou que havia 1,07 vaga de emprego para cada pessoa desempregada em maio, em comparação com 1,03 em abril.
4- Produção industrial no Brasil recua em maio pelo 2º mês seguido
A indústria brasileira registrou queda em maio pelo segundo mês seguido, intensificando o ritmo de perda de força em meio a uma política monetária restritiva.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (2) mostraram que, em maio, a produção industrial contraiu 0,5% na comparação com o mês anterior e avançou 3,3% ante o mesmo mês de 2024.
Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de recuo de 0,5% na comparação mensal e de avanço de 3,5% na anual.
O desempenho negativo de maio vem após queda de 0,2% em abril e altas nos três primeiros meses do ano, deixando a atividade industrial 15,0% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, de acordo com o IBGE.
“O resultado negativo deste mês não apenas intensifica o ritmo de perda em relação ao mês anterior, mas também elimina parte do ganho de 1,5% acumulado nos três primeiros meses do ano, comparado ao patamar de dezembro de 2024”, destacou André Macedo, gerente da pesquisa.
A indústria brasileira enfrenta um ambiente de juros elevados por período prolongado e a perspectiva de desaceleração da economia, além de incertezas fiscais no lado doméstico e tarifárias no exterior. Por outro lado, o mercado de trabalho segue sólido, com aumento de renda.
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5 – Gol (GOLL54) tem prejuízo de R$ 1,4 bilhão em maio, mês anterior à saída da recuperação judicial
A companhia aérea Gol (GOLL54) registrou um prejuízo líquido de R$ 1,42 bilhão em maio, conforme relatório enviado ao juízo de sua recuperação judicial nos Estados Unidos.
A empresa saiu do chamado “Chapter 11” em junho, com o presidente, Celso Ferrer, afirmando que a empresa mira expansão de frota e novos voos e rotas no Brasil e em outros países.
Em maio, a Gol apurou um Ebitda negativo de R$ 650 milhões, com margem Ebitda em -42%, de acordo com o fato relevante desta terça-feira. A Gol terminou maio com caixa total de R$ 1,87 bilhão e uma dívida líquida, incluindo empréstimos e financiamentos, arrendamento e financiamentos DIP, de R$ 30,7 bilhões.
O documento também mostrou que a receita líquida da aérea no período somou R$ 1,54 bilhão. Vale destacar que as informações são preliminares e não auditadas.
Em janeiro, a Gol informou que mira expansão da sua operação nacional e internacional, com projeção de crescimento da frota para 167 aeronaves até 2029, ao mesmo tempo em que prevê investimentos na frota existente no curto prazo.
*Com informações de Reuters