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Ibovespa (IBOV) sobe e defende patamar dos 137 mil pontos de olho no exterior e cenário corporativo; 5 coisas para saber ao investir hoje (5)

05 jun 2025, 10:10 - atualizado em 05 jun 2025, 10:18
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Ibovespa abre em alta nesta quinta-feira (5). (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta quinta-feira (5) em estabilidade com decisão de juros na Europa e cenário corporativo no radar. O índice defende o patamar dos 137 mil pontos.

Por volta das 10h04 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira subia 0,01%, aos 137.017,12 pontos.



O dólar à vista recuava ante o real nesta quinta-feira, conforme os investidores avaliavam novos dados econômicos dos Estados Unidos procurando mensurar o impacto da política comercial do presidente Donald Trump sobre a maior economia do mundo.

Às 9h40 (horário de Brasília), o dólar à vista caía 0,39%, a R$5,6232 na venda.

Radar do mercado

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Confira os 5 assuntos que impactam o Ibovespa nesta quinta-feira (5)

1 – Agenda esvaziada e IOF na sombra

A agenda de indicadores no Brasil está esvaziada, com destaque apenas para os dados da balança comercial de maio — com a expectativa de superávit de US$ 8,4 bilhões — e da produção de veículos, medida pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com isso, o desenrolar da crise do IOF segue no radar do mercado. O ministro Fernando Haddad ficou de apresentar as medidas alternativas ao aumento do imposto no domingo (8).

O Haddad já adiantou que está na mira do governo os supersalários do funcionalismo público e as desonerações fiscais, que somam cerca de R$ 800 bilhões.

A equipe econômica também deve revisar benefícios tributários, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

2- BCE corta taxas de juros

O Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas de juros nesta quinta-feira (5) conforme esperado, e manteve todas as opções na mesa para suas próximas reuniões mesmo com o aumento dos argumentos a favor de uma pausa em seu ciclo de afrouxamento em meados do ano.

O BCE já reduziu os custos dos empréstimos oito vezes, ou em 2 pontos percentuais, desde junho do ano passado, buscando sustentar uma economia da zona do euro que estava enfrentando dificuldades mesmo antes de as políticas econômicas e comerciais erráticas dos Estados Unidos terem causado novos golpes.

Com a inflação agora em linha com sua meta de 2% e o corte bem sinalizado, o foco passou a ser a mensagem do BCE sobre o caminho a seguir, especialmente porque, a 2%, os juros estão agora na faixa “neutra”, em que não estimulam nem desaceleram o crescimento.

A Europa acabou se “beneficiando” das tarifas impostas pelos Estados Unidos, com a antecipação das exportações e impulso da produção industrial impactando positivamente a inflação. No entanto, alguns membros do BCE mantêm uma postura mais cautelosas sobre o futuro dos juros e já defendam uma pausa nos cortes de olho na economia global instável.

3- Dados de auxílio desemprego e pressão para cortes dos juros nos EUA

Donald Trump pode (e vai) aproveitar a deixa do BCE para pressionar ainda mais o Federal Reserve a iniciar o seu afrouxamento monetário.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos voltou a dizer que Jerome Powell deveria reduzir os juros, uma vez que os dados do mercado de trabalho divulgados pela ADP desaceleraram em maio.

“Saiu o número da ADP. O ‘atrasado’ Powell tem agora baixar os juros. Ele é inacreditável. A Europa já baixou nove vezes”, disse em uma publicação na Truth Social.

Agora pela manhã, os pedidos semanais de auxílio desemprego aumentaram pela segunda semana consecutiva,  apontando para o abrandamento das condições do mercado de trabalho em meio a crescentes obstáculos econômicos causados pelas tarifas.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 8.000, para 247.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 31 de maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 235.000 pedidos para a última semana.

4- Suzano (SUZB3) fecha acordo de joint venture com Kimberly-Clark

Suzano (SUZB3) fechou um acordo de joint venture com a Kimberly-Clark envolvendo ativos globais de tissue — como papel higiênico, toalhas, guardanapos, lenços — e também na linha “professional”. O negócio é avaliado em US$ 3,5 bilhões, segundo informações do Wall Street Journal.

Segundo anunciou nesta quarta-feira (5), a Suzano pagará US$ 1,734 bilhão para adquirir 51% da nova empresa formada na parceria. A transação representa um dos maiores movimentos da história recente da companhia fora do segmento de celulose.

O acordo prevê que a companhia brasileira terá o controle da nova empresa, enquanto a Kimberly-Clark ficará com os outros 49% e manterá seus ativos das linhas “family care” e “professional business” na América do Norte, além de algumas joint ventures em mercados que ficaram fora da operação.

O negócio envolve 22 fábricas em 14 países, que somam uma capacidade de produção de aproximadamente 1 milhão de toneladas anuais. Marcas regionais atualmente usadas pela Kimberly-Clark serão transferidas para a nova companhia, enquanto algumas marcas globais serão licenciadas — sem pagamento de royalties — para uso nas regiões incluídas.

Além disso, a Suzano terá uma opção de compra da fatia restante (49%) da Kimberly-Clark, que poderá ser exercida a partir do terceiro ano após a conclusão do negócio, ou antes, em condições específicas.

O fechamento da operação está previsto para meados de 2026, condicionado à aprovação dos órgãos reguladores e à conclusão de uma reorganização societária da Kimberly-Clark nas regiões envolvidas.

5- Rumo (RAIL3) aprova incorporação da Malha Norte

Rumo (RAIL3) aprovou a incorporação das ações da Malha Norte, sua subsidiária que opera trechos ferroviários no Centro-Oeste e São Paulo. A medida tem como objetivo simplificar a estrutura societária e melhorar a eficiência operacional do grupo logístico.

Com a operação, a Malha Norte passará a ser uma subsidiária integral da Rumo. Os acionistas minoritários, que detêm cerca de 0,48% do capital da empresa, receberão ações da Rumo negociadas no Novo Mercado da B3, na proporção de 0,668 ação para cada papel da Malha Norte.

A relação de troca foi negociada por comitês independentes criados pelas duas companhias, formados por membros externos e sem vínculo com a administração, conforme orientações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operações entre empresas ligadas.

Segundo a Rumo, a operação representa um avanço no processo de reorganização societária do grupo. A expectativa é de maior agilidade e redução de custos administrativos, além de facilitar futuras captações e melhorar a liquidez das ações no mercado.

Os custos estimados para a incorporação giram em torno de R$ 2,5 milhões, considerando assessorias, avaliações e despesas legais.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.