Ibovespa (IBOV) abre sem direção com tensão comercial no radar; 5 coisas para saber ao investir hoje (7)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta segunda-feira (7) sem direção clara com tensões comerciais entre Donald Trump e seu mais novo alvo: o Brics.
Por volta das 10h05 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira avança a 0,05%, aos 141.331,58 pontos.
O dólar à vista subia ante o real nas primeiras negociações de hoje, conforme os investidores reagiam a novidades sobre a política comercial dos Estados Unidos, que incluíam um aparente adiamento nas tarifas, mas uma nova ameaça sobre países alinhados ao grupo Brics.
No mesmo horário, a moeda norte-americana avançava 0,49% ante o real, a R$ 5,480.
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Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta segunda-feira (7):
1 – Economistas reajustam projeções para 2025
Os economistas ouvidos pelo Banco Central reduziram a projeção para a inflação de 2025 de 5,20% para 5,18% no Boletim Focus desta semana. Para 2026 e 2027, as projeções foram mantidas em 4,50% e 4,00%, respectivamente. Para 2028, os economistas reduziram a inflação de 3,83% para 3,83%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas deste ano avançaram de 2,21% para 2,23% neste Focus, enquanto para 2026, reajustadas de 1,87% para 1,86%. Para 2027 e 2028, o crescimento esperado para o país é de respectivos 2% e 2%.
As projeções para o dólar apontam para câmbio na casa dos R$ 5,70 e R$ 5,75 em 2025 e 2026, respectivamente. Para 2027 e 2028, as apostas são de R$ 5,75 e R$ 5,80.
Já as estimativas para à Selic, os economistas mantiveram as estimativas em 15%. Para 2026 e aos dois anos seguintes, as perspectivas para a taxa básica de juros são 12,50%, 10,50% e 10%.
Confira as projeções completas.
2- Trump ameaça com tarifa adicional de 10% a países que se ‘alinharem’ ao Brics
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% a países que se aproximarem do Brics, bloco formado atualmente por 11 países. A declaração foi feita no domingo (7) em sua rede social, após os líderes do grupo criticarem o aumento unilateral de tarifas pelos EUA, afirmando que essas medidas distorcem o comércio internacional.
A resposta ao governo americano foi formalizada durante a cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, que reuniu os 11 membros do grupo (incluindo Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul) e outros 10 países parceiros. O bloco defendeu um sistema comercial internacional mais aberto, justo e baseado em regras, com apoio à OMC (Organização Mundial do Comércio) e críticas a guerras comerciais que possam prejudicar o crescimento global.
O episódio também ocorre às vésperas do fim do prazo para tarifas reduzidas aplicadas pelos EUA a países sem acordo comercial com Washington, que vence na quarta-feira (9). Até agora, apenas Reino Unido e Vietnã fecharam acordos. Um entendimento com a China sobre terras raras foi anunciado, mas sem consenso sobre tarifas. Trump afirmou ter enviado cartas a 12 países, informando sobre novas barreiras comerciais que começam a valer em 1º de agosto — embora algumas possam ser aplicadas já nesta semana.
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3 – Opep+ aumenta produção e deve aprovar ainda mais uma alta
A Opep+, grupo que reúne os principais países produtores de petróleo do mundo, concordou em aumentar a produção em 548 mil barris por dia a partir de agosto. A decisão foi tomada depois de pressões, especialmente dos Estados Unidos, para que mais petróleo seja colocado no mercado e os preços da gasolina caiam.
Esse aumento é o maior dos últimos meses e será feito por países como Arábia Saudita, Rússia e Emirados Árabes Unidos. A justificativa do grupo é que a economia global está estável e os estoques de petróleo estão baixos, o que abre espaço para produzir mais.
Desde abril, a Opep+ vem liberando parte da produção que havia sido cortada nos últimos anos para controlar os preços. Com o novo aumento, quase todo o volume cortado (2,2 milhões de barris por dia) já terá sido retomado.
Segundo informações da Reuters, a Opep+ deve aprovar em setembro um novo aumento de 550 mil barris por dia, encerrando a reversão dos cortes voluntários feitos por oito países. Também será concluído o aumento extra de produção dos Emirados Árabes Unidos. A decisão deve ser oficializada na reunião do grupo em 3 de agosto
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4- Embraer (EMBR3) negocia com até 10 países venda de cargueiro KC-390
A fabricante brasileira de aeronaves Embraer (EMBR3) está em negociações com até 10 países para a venda do cargueiro militar KC-390, afirmou o presidente-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto.
O executivo não revelou os países envolvidos nas negociações, mas destacou que o projeto tem avançado de forma positiva. “Não posso falar nomes… [mas negociamos] com cinco, dez [países]. É bastante”, disse ele à Reuters às margens do Fórum Empresarial dos Brics no fim de semana.
Recentemente, a Lituânia anunciou a escolha do KC-390 como sua próxima aeronave de transporte militar, somando-se a países como Portugal, Hungria, Áustria e Coreia do Sul, entre outros.
Neto também afirmou que a Embraer segue com o objetivo de expandir sua presença no mercado de defesa dos Estados Unidos, uma vez que a empresa ainda não conseguiu vender o KC-390 para a Força Aérea dos EUA.
“A gente está lá tentando convencer a Força Aérea Americana sobre o KC-390”, afirmou. “Até agora não temos um KC-390 lá. Só levamos para demonstração, mas não vendemos nenhum”.
O executivo também reiterou que a empresa projeta alcançar um faturamento anual de US$ 10 bilhões até 2030, impulsionado pelas encomendas de cargueiros e jatos comerciais. “A gente fala até 2030, e claro que nosso interesse é puxar para antes”, disse Neto.
5 – Braskem (BRKM5): Nelson Tanure dá mais um passo em busca do controle da petroquímica
O empresário Nelson Tanure deu mais um passo na busca pelo controle da Braskem (BRKM5), ao solicitar junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorização para uma potencial transação envolvendo as ações da NSP Investimentos — holding pela qual a Novonor controla indiretamente a petroquímica.
No fim de maio, a Novonor assinou acordo de exclusividade para negociar a proposta não vinculante apresentada pelo fundo Petroquímica Verde, controlado por Tanure, tendo como alvo a aquisição da NSP Investimentos. É justamente sobre essa transição que houve o pedido de autorização ao Cade.
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, apesar do movimento, ainda não houve a assinatura de qualquer tipo de vínculo definitivo envolvendo a transação, que está sujeira a certas condições para poder avançar.
Caso seja bem-sucedida, a proposta pode conceder ao empresário Nelson Tanure o controle indireto da Braskem. Atualmente, a Novonor (ex-Odebrecht) detém 50,1% das ações com direito a voto e o restante da participação é detida pela Petrobras (PETR4).
*Com informações de Reuters