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Ibovespa (IBOV) abre em queda com tarifas e inflação no holofote; 5 coisas para saber ao investir hoje (10)

10 jul 2025, 10:14 - atualizado em 10 jul 2025, 10:14
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Ibovespa abre em queda nesta quinta-feira (10). (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta quinta-feira (10) em queda com tensões comerciais e políticas envolvendo os Estados Unidos.

Por volta das 10h15 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira recua 0,03%, aos 137.438,35 pontos.



O dólar à vista subia mais de 2% ante o real nas primeiras negociações desta quinta-feira, conforme os investidores demonstravam aversão à moeda brasileira depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na véspera uma tarifa de 50% sobre as exportações do Brasil.

No mesmo horário, a moeda norte-americana subia 1,21%, a R$ 5,5690 na venda.

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Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta quinta-feira (10): 

1 – Estados Unidos taxa Brasil em 50% e governo reage

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou oficialmente a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras ao país, com início em 1º de agosto. A medida será ampla, somando-se às tarifas setoriais já existentes. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump alega motivações políticas e comerciais, citando como principal razão o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, que ele classifica como uma “vergonha internacional”.

Na mensagem, Trump também acusa o Brasil de censurar redes sociais americanas por meio de decisões do Supremo Tribunal Federal, afirmando que “centenas de ordens de censura” foram emitidas. Além disso, critica o desequilíbrio comercial entre os dois países e defende a tarifa como forma de corrigir o que chama de “déficits insustentáveis”, citando um déficit brasileiro de quase US$ 600 milhões em junho. O republicano ainda sugere que empresas brasileiras evitem a tarifa transferindo suas operações para os EUA.

Em resposta, o presidente Lula declarou que o Brasil não aceitará imposições externas e que agirá com base na Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada em abril. A legislação permite ao governo adotar medidas contra países que imponham barreiras unilaterais às exportações brasileiras. Lula enfatizou que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, e que responderá à altura a qualquer tentativa de retaliação comercial.

2- Vencedor de prêmio Nobel de Economia diz que tarifas seriam motivo para processo de impeachment

O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2008, criticou duramente a decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em artigo, Krugman classificou a medida como “maligna” e marcada por “megalomania”, apontando que ela carece de base técnica e econômica.

Segundo o economista, a tarifa representa, na prática, um “programa de proteção a ditadores” e tem motivações claramente políticas. Para ele, o objetivo é punir o Brasil pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF). O economista afirma que a decisão expõe a instrumentalização do comércio internacional por parte dos EUA para intimidar outros países.

Krugman argumenta ainda que o episódio marca uma inflexão preocupante na política externa americana. Na visão dele, Trump sequer tenta justificar a medida com argumentos econômicos, tornando evidente o caráter punitivo da decisão. O economista conclui que, em uma democracia funcional, essa atitude do presidente americano já seria suficiente para justificar um processo de impeachment.

3 – IPCA: Inflação desacelera alta para 0,24% em junho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,24% em junho, levemente abaixo da alta de 0,26% registrada em maio. O principal impacto veio da energia elétrica residencial, que avançou 2,96% com a ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 1, respondendo por 0,12 ponto percentual do índice.

Apesar da desaceleração, o resultado ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado, que projetavam alta de 0,23%, conforme o Relatório Focus. No acumulado de 2024, o IPCA já registra avanço de 2,99%, e, em 12 meses, chega a 5,35% — acima do centro da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

4- Azul (AZUL4) tem aprovação da Justiça dos EUA em audiência do Chapter 11

Azul (AZUL4) obteve aprovação integral para todas as petições apresentadas na audiência de “Segundo Dia” do processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos. Segundo fato relevante divulgado pela companhia, não houve objeções por parte do tribunal, o que consolida as decisões já concedidas de forma provisória na audiência de “Primeiro Dia”.

Com isso, a Azul segue com seu plano de reestruturação, incluindo o acesso imediato a US$ 250 milhões de um financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão — linha de crédito específica para empresas em recuperação judicial. A companhia informou ainda que pelo menos mais uma audiência está prevista para julho, quando serão analisadas as aprovações restantes no processo.

5 – Royal Air Maroc negocia compra de aviões da Embraer (EMBR3), diz fonte

Embraer (EMBR3) está na disputa para fornecer aeronaves à Royal Air Maroc, companhia aérea estatal do Marrocos, que planeja ampliar e renovar sua frota em três categorias. Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, a fabricante brasileira concorre especificamente na categoria de aviões de menor porte.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o CEO da Royal Air Maroc, Abdelhamid Addou, afirmou que a empresa está em negociação para adquirir até 200 aeronaves de diversos fornecedores, incluindo a Embraer. Durante um evento com empresários brasileiros no Marrocos, ele mencionou que os modelos da linha E-Jet E2 estão sendo considerados para compor a nova frota.

*Com informações de Reuters

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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