Ibovespa (IBOV) abre sem direção definida sob pressão de conflito comercial entre Brasil e EUA; 5 coisas para saber ao investir hoje (17)

O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta segunda-feira (21) sem direção definida sob pressão de conflito comercial entre Brasil e EUA. Além disso, mercado repercute falas de Fernando Haddad, em entrevista à CBN.
Por volta das 10h05 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira caia 0,01%, aos 133.372,78 pontos.
O dólar à vista oscilava pouco contra o real após a abertura, com os investidores ainda atentos aos desdobramentos das medidas do governo dos Estados Unidos contra o Brasil, enquanto no exterior a moeda norte-americana caía ante a maior parte das demais divisas.
No mesmo horário, a moeda norte-americana caia 0,44%, a R$ 5,5629 na venda.
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Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta segunda-feira (21):
1 – Conflito ainda mais político
Durante o final de semana, o governo de Donald Trump revogou o visto de Alexandre de Moraes, seus familiares e aliados — incluindo os demais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) —, após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser alvo de operação da Polícia Federal.
Bolsonaro será monitorado com tornozeleira eletrônica. A decisão faz parte de um conjunto de medidas cautelares impostas ao ex-presidente, que agora também está obrigado a cumprir recolhimento domiciliar noturno, entre 19h e 7h da manhã.
Além disso, Bolsonaro teve o celular apreendido e está proibido de usar redes sociais, manter contato com outros réus e investigados pelo STF, incluindo aliados políticos — incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos —, e não poderá se aproximar de embaixadas nem manter qualquer tipo de comunicação com diplomatas ou representantes estrangeiros.
Os ministros do Supremo identificaram que existia o risco de que Bolsonaro pudesse tentar deixar o país e buscar asilo político nos EUA.
2- UE intensifica planos de retaliação conforme diminuem perspectivas de acordo tarifário com os EUA
A União Europeia está explorando um conjunto mais amplo de possíveis contramedidas contra os Estados Unidos à medida que as perspectivas de um acordo comercial aceitável com Washington diminuem, de acordo com diplomatas da UE.
Um número cada vez maior de membros da UE, incluindo a Alemanha, está considerando agora o uso de medidas “anti-coerção” que permitiriam que o bloco visasse os serviços e outros setores dos EUA na ausência de um acordo, segundo diplomatas.
A Comissão Europeia, que negocia acordos comerciais em nome do bloco de 27 membros, parecia estar no caminho certo para um acordo no qual a UE ainda enfrentaria uma tarifa de 10% dos EUA sobre a maioria de suas exportações, com algumas concessões.
Essas expectativas agora parecem ter sido frustradas após a ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 30% até 1º de agosto, e após as conversas entre o comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, e seus pares norte-americanos em Washington na semana passada.
Sefcovic, que disse que uma tarifa de 30% “praticamente proibiria” o comércio transatlântico, entregou um relatório sóbrio sobre a situação atual aos enviados da UE na sexta-feira, disseram diplomatas à Reuters.
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3- Economistas cortam projeções para 2026 e jogam inflação para dentro da meta
Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) cortaram a projeção para a inflação de 2025 e de 2026 de 5,17% e 4,50% para 5,10% e 4,45%, respectivamente. A nova aposta para o próximo ano coloca o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro do intervalo de tolerância da meta — de 1,50% a 4,50%.
Para 2027 e 2028, as perspectivas são de respectivos 4% e 3,80%, mostra o Boletim Focus.
Já a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2026 caiu de 1,89% para 1,88%. Para 2025, os economistas esperam um crescimento de 2,23% e, para 2027 e 2028, a projeção segue em 2%.
As apostas para o câmbio são de R$ 5,65 para 2025 e de R$ 5,70 para os três anos seguintes.
Quanto à Selic, a previsão é de uma taxa de 15% ao final de 2025. Para 2026, 2027 e 2028, as perspectivas do Focus são de 12,50%, 10,50% e 10%, respectivamente.
Veja as projeções do Relatório Focus.
4- Brasil ‘não vai sair da mesa de negociações’ com EUA e não descarta apoio aos setores afetados, diz Haddad
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva “não vai sair da mesa de negociações” com os Estados Unidos (EUA) sobre a tarifa de 50% anunciada aos produtos brasileiros, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Haddad, no entanto, não descartou a possibilidade do prazo de 1º de agosto para imposição das taxas chegar sem que o Brasil tenha recebido uma resposta dos EUA.
O governo brasileiro enviou carta aos norte-americanos no início da semana passada em que reafirma um pedido de diálogo e manifesta “indignação” com o anúncio da sobretaxa de 50%. A carta foi endereçada ao secretário de Comércio, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio, Jamieson Greer.
O documento destaca o impacto “muito negativo” das tarifas sobre setores importantes de ambas as economias.
Em entrevista à CBN, Haddad afirmou, inclusive, que há um grupo de estudos analisando o cenário e preparando medidas que podem ser aplicadas, tanto com base na lei da reciprocidade quanto no apoio aos setores afetados pelas medidas tarifárias do presidente Donald Trump.
Ele disse que tais medidas ainda devem ser apresentadas ao presidente Lula. “Pode ser que tenhamos que recorrer a instrumentos de apoio a setores que estão sendo afetados […] O governo brasileiro está totalmente atento aos efeitos setoriais das tarifas dos Estados Unidos”.
O ministro rejeitou a possibilidade de o Brasil responder punindo empresas ou cidadãos norte-americanos no país, afirmando que o Brasil não pagará na mesma moeda algo que considera injusto.
5- Rede D’Or (RDOR3) e o Fleury (FLRY3) negam acordo formal, mas não afastam possibilidade
A Rede D’Or (RDOR3) e o Fleury (FLRY3) negaram qualquer acordo ou tratativa formal em curso, após a divulgação de uma reportagem do colunista Lauro Jardim, d’O Globo, que revelou negociações entre as duas companhias para uma possível combinação de negócios.
Segundo a publicação, as conversas estariam sendo conduzidas com a participação do Bradesco, que é o maior acionista individual do Fleury.
Apesar da negativa, os comunicados enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por ambas as empresas não descartam completamente a possibilidade de uma transação futura.
A Rede D’Or afirmou que “está permanentemente avaliando oportunidades de expansão de suas linhas de negócio”, inclusive por meio de aquisições ou fusões. Já o Fleury declarou que monitora o mercado à luz de seus planos de investimento, mas garantiu que “não há qualquer decisão da sua administração, tampouco compromissos ou documentos celebrados com a Rede D’Or”.
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*Com informações de Reuters