Ibovespa (IBOV) abre sem direção, com ata do Copom e tensões no Oriente Médio no radar; 5 coisas para saber ao investir hoje (24)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta terça-feira (24) sem direção, com os mercados repercutindo a ata do Copom e alívio nas tensões no Oriente Médio, mas ainda atentos a qualquer mudança.
Por volta das 10h05 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira recuava 0,12%, aos 136.388,89 pontos, após variar entre o positivo e o negativo.
O dólar à vista recuava ante o real nas primeiras negociações desta terça-feira, na esteira das perdas da moeda norte-americana no exterior, conforme os investidores reagiam ao anúncio de um cessar-fogo no conflito entre Israel e Irã e à divulgação da ata da mais recente reunião do Banco Central.
No mesmo horário, a moeda norte-americana recuava 0,01% ante o real, a R$ 5,4945.
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Radar do mercado
Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta terça-feira (24):
1 – Selic a 15%: Convergência da inflação exige aperto maior, mas defasagem permite sinalizar fim do ciclo
A convergência da inflação à meta requer maior aperto monetário, uma vez que a economia segue resiliente, disse o Comitê de Política Monetária (Copom) na ata referente à reunião da semana passada, ao justificar o aumento da Selic para 15% ao ano.
O cenário de inflação de curto prazo segue adverso e as expectativas mantiveram-se acima da meta em todos os horizontes. Já a conjuntura de atividade econômica doméstica segue marcada por sinais mistos com relação à desaceleração de atividade.
Os diretores do Banco Central (BC), no entanto, ressaltaram que o ciclo de alta foi “particularmente rápido e bastante firme”, reforçando que os impactos da taxa mais contracionista estão por vir, dadas as defasagens inerentes aos efeitos da política monetária. Assim, o Comitê antecipou a interrupção do aperto de juros.
Agora, a autarquia irá avaliar se a taxa Selic corrente é apropriada para assegurar a convergência da inflação à meta.
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2 – Tensões no Oriente Médio ainda no foco
Ontem, a palavra do dia foi volatilidade, mas a de hoje promete ser otimismo. Israel e Irã confirmaram o início do cessar-fogo, que entrou em vigor na madrugada desta terça-feira (24).
O presidente Donald Trump disse que incentivaria Israel a prosseguir em direção à paz, após minimizar o ataque do Irã a uma base aérea norte-americana no Catar que não causou feridos e agradecer a Teerã pelo aviso prévio.
“Supondo que tudo funcione como deveria, o que acontecerá, eu gostaria de parabenizar os dois países, Israel e Irã, por terem a resistência, a coragem e a inteligência para acabar com o que deveria ser chamado de ‘A GUERRA DE 12 DIAS’”, escreveu Trump em seu site Truth Social.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que concordou com o cessar-fogo e que Israel já atingiu os seus objetivos de “remover a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do Irã”.
A ofensiva começou no dia 13 de junho, quando Israel lançou uma operação contra o Irã, alegando a contenção do avanço do programa nuclear no país. Em resposta, o Irã prometeu vingança e lançou mísseis contra Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. No último fim de semana, os Estados Unidos lançaram um ataque contra alvos nucleares iranianos.
Apesar da trégua e a felicidade do mercado, o clima de cautela na geopolítica continua, o Ministro da Defesa israelense afirma que o país detectou lançamentos de mísseis, o que seria violação do acordo pelo Irã. Segundo ele, Israel “responderá com força” após a “violação total” do cessar-fogo e que “continuará a operação intensiva para atacar” Teerã.
3 – Powell repete que cortes nos juros podem esperar enquanto Fed estuda impactos das tarifas
O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o banco central dos Estados Unidos precisa de mais tempo para verificar se o aumento das tarifas elevará a inflação antes de considerar os cortes nos juros que o presidente Donald Trump está exigindo.
“Os aumentos nas tarifas este ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”, disse Powell em depoimento preparado para audiência perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.
“Os efeitos sobre a inflação podem ser de curta duração, refletindo uma mudança pontual no nível de preços. Também é possível que os efeitos inflacionários sejam mais persistentes… Por enquanto, estamos bem posicionados para esperar para saber mais sobre o provável curso da economia antes de considerar quaisquer ajustes em nossa política monetária.”
O depoimento de Powell reitera o comunicado de política monetária mais recente do banco central, divulgado na semana passada, quando as autoridades do Fed votaram unanimemente para manter a taxa de juros básica na faixa de 4,25% a 4,5% e não deram nenhuma indicação de que cortes sejam iminentes.
Novas projeções econômicas divulgadas na ocasião mostraram que as autoridades esperam dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros até o final do ano, com os investidores prevendo que o primeiro ocorrerá na reunião de setembro do Fed.
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4 – Copel (CPLE6) aprova início de transição para Novo Mercado e movimento agrada analistas
O conselho de administração da Copel (CPLE6) aprovou o início do processo de migração da companhia para o chamado “Novo Mercado” da B3, o segmento que agrupa as empresas com práticas de governança corporativa mais elevada.
Segundo o documento, divulgado ao mercado na segunda-feira (23), ocorrerá a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para 4 de agosto, a fim de deliberar a decisão.
Entre os termos propostos, está a criação de uma nova classe de ações preferenciais compulsoriamente resgatáveis, a PNC.
Também há previsão para conversão obrigatória da totalidade de ações preferenciais classes A e B em ações ordinárias e preferenciais classe C (PNC), na proporção de 1 ordinária e 1 PNC para cada ação preferencial classe A ou B, resultando em uma operação sem diluição dos acionistas.
5 – Justiça dos EUA determina que Raízen (RAIZ4) mantenha fornecimento de combustível à Azul (AZUL4)
A Justiça dos Estados Unidos emitiu nesta segunda-feira uma ordem para manter o fornecimento de combustível pela Raízen à Azul (AZUL4), após pedido da companhia aérea no domingo para impedir que a Raízen (RAIZ4) suspendesse a oferta, segundo documento judicial.
Em correspondência de 18 de junho, a Raízen, uma das maiores distribuidoras de combustível de aviação do Brasil, informou à Azul que o agente fiduciário da 12ª emissão de debêntures da companhia aérea, Vórtx, comunicou que a empresa estava inadimplente no pagamento de amortização e remuneração do título desde 12 de junho.
“Assim, a Raízen…solicita manifestação da Azul com urgência sobre eventual saneamento do inadimplemento e em tempo hábil para evitar a suspensão do fornecimento, diante do prazo de três dias úteis que a Raízen possui para implementação do mecanismo de ‘Stop Supply’”, afirmou a distribuidora de combustível na correspondência anexada pela Azul e entregue à Justiça dos EUA, onde corre sua recuperação judicial.
A Azul havia afirmado no pedido à Justiça norte-americana que a ação da Vórtx era “ilegal” e que a interrupção no fornecimento de combustível, se realizada, “coloca em risco a capacidade da Azul de se reorganizar de maneira bem-sucedida sob a recuperação judicial”.
*Com informações de Reuters