Ibovespa (IBOV) abre volátil, de olho no IPCA-15 acima das expectativas e com cenário internacional no radar; 5 coisas para saber ao investir hoje (25)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta sexta-feira (25) em alta volatilidade, tentando sustentar um viés de alta enquanto repercute os dados do IPCA-15 de julho e ainda com o desenrolar das tensões entre Estados Unidos e Brasil no radar.
Por volta das 10h05 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira sobe 0,10%, aos 133.937,67
pontos.
O dólar à vista oscilava pouco ante o real nas primeiras negociações desta sexta-feira, a caminho de fechar a semana em queda, conforme os investidores seguem de olho na resposta do Brasil à ameaça tarifária dos Estados Unidos enquanto analisam uma série de dados, com destaque para o IPCA-15 de julho.
No mesmo horário, a moeda norte-americana subia 0,18%, a R$ 5,5300 na venda.
Radar do Mercado: Usiminas (USIM5), Petrobras (PETR4), Multiplan (MULT3) e outros destaques desta sexta-feira (25)
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Confira os 5 assuntos que movimentam o Ibovespa nesta sexta-feira (25):
1 – Brasil e EUA em negociação
Ontem, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, disse ter conversado com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.
“A conversa foi boa, tanto foi boa que foi quase 50 minutos e foi proveitosa. Agora, vamos aguardar, são conversas institucionais, devem ser reservadas, mas tivemos sim um contato e essa é a disposição do governo brasileiro”, afirmou.
O contato entre os dois governos aconteceu no último sábado (19) e o conteúdo da negociação não foi revelado. Esta foi a primeira conversa entre altos integrantes de ambos os governos desde o anúncio da taxação ao Brasil pelo presidente Donald Trump há duas semanas.
Alckmin destacou que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que as negociações não tenham contaminação política ou ideológica, sendo centradas na busca de solução para a questão comercial.
Os EUA vêm demonstrando interesse nos minerais críticos e estratégicos brasileiros. No entanto, Lula afirmou que discurso que “ninguém põe a mão” nos recursos do país.
“Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disse.
2- IPCA-15: Inflação sobe 0,33% em julho e acumula alta de 5,30% em um ano
A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) subiu 0,33% em julho, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25). O número indica uma aceleração em relação à alta de 0,26% apurada em junho.
O grupo de maior impacto no índice no mês foi habitação, com alta de 0,98%. Já os grupos alimentação e bebidas (-0,06%), artigos de residência (-0,02%) e vestuário (-0,10%) apresentaram variação negativa na passagem de junho para julho.
A prévia da inflação acumula alta de 3,40% no ano e de 5,30% em doze meses. No mês passado, esses números eram de 3,06% e 5,27%, respectivamente.
O IPCA-15 veio acima das expectativas do mercado. A projeção era de que o índice subiria 0,31% neste mês, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Money Times. No acumulado de 12 meses, a previsão era de a prévia da inflação fechar em 5,28%.
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3- Petrobras (PETR4) solicita entrada como terceira interessada no acordo sobre Braskem (BRKM5)
A Petrobras (PETR4) informou na noite desta quinta-feira (24) que solicitou seu ingresso como terceira interessada no procedimento de análise do acordo envolvendo a possível compra das ações da NSP, subsidiária da Novonor, pelo empresário Nelson Tanure.
A Novonor, antiga Odebrecht, controla a Braskem (BRKM5) com 50,1% do capital votante da petroquímica, enquanto a Petrobras detém participação de 47%.
No início deste mês, o empresário e a Novonor pediram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorização para uma potencial transação envolvendo o controle da Braskem. Dias depois, o Cade aprovou sem restrições a eventual operação.
Nesta quinta, a Petrobras reforçou que, conforme regras previstas no acordo de acionistas da Braskem, celebrado entre a Petrobras e a Novonor, a estatal tem os direitos de preferência e de “tag along”, na hipótese de alienação, direta ou indireta, das ações detidas pela Novonor na Braskem.
“Por essa razão, a companhia solicitou ao órgão concorrencial seu ingresso nos autos como terceira interessada, considerando seus direitos previstos no citado acordo de acionistas”, disse a Petrobras em comunicado ao mercado.
A petroleira acrescentou que aguarda a decisão do Cade sobre sua solicitação de ingresso no procedimento.
“A companhia reafirma que não há decisão tomada em relação à sua participação na Braskem e que decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos”, afirmou.
4- Lucro da Usiminas (USIM5) recua 62% no 2T25
A Usiminas (USIM5) reportou um lucro líquido de R$ 128 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), mostra relatório de resultados divulgado nesta quinta-feira (25).
O valor representa uma queda de 62% em relação ao trimestre anterior, quando o lucro havia sido de R$ 337 milhões. Na comparação anual, o resultado reverte o prejuízo de R$ 100 milhões registrado no 2T24.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia, que mede o desempenho operacional, somou R$ 408 milhões entre abril e junho, uma retração de 44% em relação ao primeiro trimestre. Apesar da queda, o indicador avançou 65% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada foi de 6%, ante 11% nos três meses anteriores.
A receita líquida totalizou R$ 6,6 bilhões no trimestre, recuo de 3% na comparação com o 1T25, mas com leve crescimento de 4% frente ao mesmo período do ano passado.
5- Multiplan (MULT3) tem lucro 6% menor no 2º tri; Ebitda vem acima do esperado
A Multiplan (MULT3) registrou um lucro líquido de R$ 264,4 milhões no segundo trimestre, queda de 6,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com balanço da operadora de shopping centers divulgado nesta quinta-feira.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa totalizou R$ 460,1 milhões nos meses de abril a junho, crescimento de 18,1% ano a ano e acima da expectativa média dos analistas, de R$ 435,1 milhões, segundo estimativa IBES.
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*Com informações de Reuters