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Ibovespa (IBOV) abre sem direção definida com atenção total em Wall Street após bloqueio de tarifas; 5 coisas para saber ao investir hoje (29)

29 maio 2025, 10:13 - atualizado em 29 maio 2025, 10:27
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Ibovespa abre sem direção nesta quinta-feira (29). (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta quinta-feira (29) sem direção definida, com atenção total em Wall Street após bloqueio de tarifas.

Por volta das 10h04 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira avançava 0,01%, aos 138.899,92 pontos.



O dólar à vista recuava ante o real nesta quinta-feira, à medida que os investidores reagiam à decisão de um tribunal dos Estados Unidos que bloqueou a maioria das tarifas do presidente Donald Trump, enquanto seguem de olho em notícias fiscais no Brasil.

Às 9h45 (horário de Brasília), o dólar à vista caía 0,28%, a R$5,6798 na venda.

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Confira os 5 assuntos que impactam o Ibovespa nesta quinta-feira (29)

1 – Justiça suspende tarifas de Trump

O Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos considerou ilegais as tarifas comerciais impostas por Donald Trump no início de abril e determinou sua suspensão.

A ação contra as tarifas foi movida por um grupo de estados liderados por democratas, além de empresas, que argumentaram que Trump utilizou indevidamente uma lei de emergência para justificar as medidas.

De acordo com a decisão do tribunal, o Congresso não concedeu poderes “ilimitados” ao presidente, que, portanto, não poderia “impor uma sobretaxa ilimitada sobre produtos de praticamente todos os países”.

A Casa Branca informou que irá recorrer da decisão em âmbito federal, afirmando que “não cabe a juízes não eleitos decidir como lidar adequadamente com uma emergência nacional”.

“O presidente Trump prometeu colocar a América em primeiro lugar, e o governo está comprometido em usar todos os recursos do poder executivo para lidar com esta crise e restaurar a grandeza americana”, disse o porta-voz do governo norte-americano.

2- Elon Musk deixa o governo Trump

A curta e barulhenta passagem de Elon Musk pelo governo de Donald Trump chegou ao fim. O bilionário, CEO da Tesla, deixou o cargo de funcionário especial no Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (Doge), após liderar uma campanha que prometia cortar gastos e reduzir a burocracia federal.

Segundo uma autoridade da Casa Branca ouvida pela Reuters, o desligamento começou na quarta-feira (29) à noite. A saída foi rápida, sem cerimônia e decidida nos bastidores por membros seniores da equipe presidencial. Musk sequer teve uma conversa direta com Trump antes de anunciar a decisão.

A ruptura ocorre um dia após o empresário criticar publicamente o novo projeto de lei tributária proposto por Trump, classificando-o como caro demais e prejudicial ao trabalho que desenvolvia no Doge.

A declaração incomodou aliados próximos do ex-presidente, incluindo o vice-chefe de gabinete Stephen Miller, e gerou uma reação interna imediata. A Casa Branca precisou acalmar parlamentares republicanos, reiterando o apoio presidencial ao pacote fiscal.

3- IOF no radar

Por aqui, o assunto ainda é a crise do IOF. O ministro Fernando Haddad se reuniu com os presidentes da Câmara dos Deputados e Senado — Hugo Motta e David Alcolumbre — e alertou sobre os impactos de uma eventual rejeição da medida.

“Explicamos exatamente em que consistiu o anúncio da semana passada. Procuramos calibrar o corte de despesas com o aumento de receitas para compor um quadro que permitisse garantir as metas estabelecidas pelo próprio Congresso”, disse à jornalistas.

“Expliquei as consequências disso no caso de não aceitação da medida, o que acarretaria um contingenciamento adicional. Ficaríamos em um patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública”, completou o ministro.

A equipe econômica ainda não chegou a um acordo com o Congresso, mas irá avaliar as propostas alternativas que estão sendo apresentadas.

4- Taxa de desemprego no Brasil fica abaixo do esperado e tem recorde de carteira assinada

taxa de desemprego no Brasil ficou abaixo do esperado no trimestre até abril, com número recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, em um mercado de trabalho que segue em patamar sólido.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que nos três meses até abril a taxa de desemprego foi a 6,6%, de 6,5% nos três meses imediatamente anteriores, até janeiro.

O resultado é o mais baixo para o período na série histórica iniciada em 2012 e ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,9%. No mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego foi de 7,5%.

O mercado de trabalho no Brasil deve seguir robusto neste ano, de acordo com analistas, mas apresentando deterioração gradual em conjunto com a perda de força esperada da economia.

5- S&P rebaixa rating da Azul (AZUL4) para calote

A S&P rebaixou o rating da Azul (AZUL4) de CCC para D, o mais baixo e que, na prática, significa calote. Junto com a S&P, a Fitch também rebaixou o rating de CCC para D.

Mais cedo, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos com dívidas de R$ 31 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), alta de 50,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo a S&P, o anúncio foi feito após a Azul registrar uma considerável queima de caixa durante o primeiro trimestre de 2025.

“Apesar do sólido desempenho operacional, a empresa ainda enfrenta um pesado endividamento, enquanto os pagamentos de arrendamento muito altos, as despesas financeiras, os investimentos”.

Na semana passada, a agência já havia rebaixado a companhia aérea para CCC.

Já a Fich lembra que as elevadas despesas de juros e aluguel da Azul, resultado de vários processos de reestruturação desde a epidemia de Covid, em meio a um cenário de juros altos no Brasil e volatilidade cambial, resultaram em uma recorrente queima de fluxo de caixa.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.