Mercados

Ibovespa (IBOV) abre sem direção com PIB brasileiro, tarifas e inflação dos EUA no radar; 5 coisas para saber ao investir hoje (30)

30 maio 2025, 10:11 - atualizado em 30 maio 2025, 10:11
ibovespa-ibov-acoes-fechamento
Ibovespa abre sem direção nesta sexta-feira (30). (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta sexta-feira (30) sem direção clara e repercute os dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a volta das tarifas de Donald Trump e inflação norte-americana.

Por volta das 10h04 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira oscilava entre o positivo e negativo, beirando a estabilidade, aos 138.528,43 pontos.



O dólar à vista rondava a estabilidade ante o real nas primeiras negociações desta manhã, à medida que os investidores analisam dados do PIB brasileiro e aguardam números de inflação nos Estados Unidos, com a política comercial da maior economia do mundo ainda em foco.

Às 10h (horário de Brasília), o dólar à vista tinha variação positiva de 0,23%, a R$ 5,6795 na venda.

Day Trade

Radar do mercado

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Confira os 5 assuntos que impactam o Ibovespa nesta sexta-feira (30)

1 – Governo Trump restabelece tarifas

Nesta quinta-feira (30), um tribunal federal de apelações restabeleceu temporariamente a maioria das tarifas de Donald Trump e ordenou que os autores dos processos respondam até 5 de junho e o governo até 9 de junho.

“O drama desta semana no tribunal acrescentou outra camada de incerteza ao que já era uma série de eventos inquietantes”, disse Richard Hunter, chefe de mercados da interactive investor, em nota.

As expectativas por mais acordos comerciais entre os EUA e seus parceiros, junto de balanços positivos e dados de inflação moderados, foram alguns dos principais impulsionadores dos ganhos das ações neste mês.

O futuro do S&P 500 caía 0,16%, enquanto o contrato futuro do Nasdaq 100 tinha queda de 0,19%, e o futuro do Dow Jones recuava 0,07%.

A maioria das ações de megacaps recuava nas negociações pré-abertura, com a Nvidia caindo 0,7% depois de avançar na sessão anterior na esteira de um crescimento robusto da receita trimestral.

2- Inflação dos EUA sobe 0,1% em abril e vai a 2,1% em 12 meses

O índice de preços (PCE) dos Estados Unidos (EUA) subiu 0,1% em abril, segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta sexta-feira (30). O PCE foi a 2,1% em um ano — ainda acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed).

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo da inflação também subiu 0,1% no quarto mês de 2025. No acumulado de 12 meses, foi a 2,5%.

Os resultados diferem das expectativas do mercado, que esperava estabilidade nos preços no mês e avanço anual de 2,2%. Já no núcleo, os números vieram em linha com as projeções de altas de 0,1% e 2,5%, respectivamente.

3- PIB brasileiro vem em linha com o esperado e cresce 1,4% no 1º trimestre de 2025

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025 (1T25), o que representa uma forte aceleração frente ao avanço de 0,2% registrado no período de outubro a dezembro do ano passado.

As altas na agropecuária (12,2%) e nos serviços (0,3%) contribuíram para o crescimento. Já a indústria apresentou pequena variação negativa (-0,1%), considerada estabilidade.

O PIB em valores correntes totalizou R$ 3,0 trilhões no trimestre, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (30). Do total, R$ 2,6 trilhões são referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 431,1 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

Os números vieram em linha com as expectativas do mercado, que esperava um avanço trimestral justamente de 1,4%.

4- IOF vira símbolo da crise fiscal: cabo de guerra expõe desgaste político do governo

Em meio ao agravamento da crise fiscal, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) se tornou o novo epicentro de tensão entre o governo e o Congresso Nacional. Mesmo com a possibilidade de o resultado primário do Governo Central alcançar superávit nos próximos 12 meses, o alívio é amplamente visto como contábil e temporário, um “respiro artificial” que não esconde a fragilidade estrutural das contas públicas.

A medida provisória que eleva o IOF provocou forte reação entre os parlamentares. Líderes do Congresso deram ao governo um prazo de dez dias antes de pautar um dos mais de vinte projetos de decreto legislativo que visam derrubar o aumento. O mais significativo é que a revolta não se limita à oposição: membros da própria base aliada engrossaram o coro, revelando um grau avançado de desgaste político interno.

Do lado do governo, a equipe econômica resiste à pressão e argumenta que revogar a medida comprometeria o funcionamento da máquina pública. Sem reformas estruturais, não haveria margem para cortes adicionais. A solução estudada é um recuo parcial: suavizar os efeitos sobre operações de risco sacado ou negociar a manutenção do aumento em 2025 com ajustes em 2026.

Segundo o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, o problema tem raízes mais profundas. Ele afirma que a atual explosão fiscal foi semeada com a PEC da Transição, que empurrou o Orçamento para uma trajetória insustentável. Embora parte do rombo venha de isenções herdadas de governos anteriores, especialmente da era Dilma, Spiess destaca que a responsabilidade pelo quadro atual é do governo vigente.

“O IOF virou símbolo dessa encruzilhada”, resume o analista. “Mais um puxadinho numa casa orçamentária prestes a ruir.” Para ele, a crise é crônica e se reflete no patamar persistentemente elevado dos juros reais, um termômetro claro da desconfiança do mercado com o rumo fiscal do país.

Enquanto isso, o impasse segue sem solução e escancara um dilema: manter a arrecadação a qualquer custo ou enfrentar a realidade de um Estado que vive acima de suas possibilidades.

5- Engie (EGIE3) anuncia novo gerente de Relações com Investidores

Engie Brasil (EGIE3) anunciou a nomeação de Leonardo Germano Depiné como novo gerente de Relações com Investidores da companhia. Segundo documento enviado ao mercado, o executivo assume o cargo a partir do dia 2 de junho de 2025.

Depiné está na Engie desde 2011, tendo atuado inicialmente na área de Planejamento Financeiro. Desde 2020, ocupa cargos executivos, com atuação mais recente na liderança das áreas de Finanças Corporativas e Tesouraria.

De acordo com a empresa, a nomeação dá continuidade à estratégia de reforço em sua estrutura de governança e relacionamento com o mercado.

*Com informações de Reuters 

Compartilhar

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.