Ibovespa (IBOV) cai com imbróglio sobre IOF e dívida pública; 5 coisas para saber ao investir hoje (30)

O Ibovespa (IBOV) abre o último pregão de junho, nesta segunda-feira (30), em queda. O principal índice da bolsa brasileira caía 0,17%, aos 136.552,71 pontos, por volta de 10h10 (horário de Brasília). Se o índice seguir de lado até o final do dia, o saldo mensal deve ser negativo, interrompendo a sequência de altas consecutivas desde março.
O dólar à vista perde força ante o real nas primeiras horas de negociações comerciais entre Estados Unidos com países parceiros e na expectativa por novas declarações de autoridades do governo e do Banco Central.
No mesmo horário, o dólar à vista caía a R$ 5,4699 (-0,24%).
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta segunda-feira (30)
1 – Selic a 15% em dezembro
Os economistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram a expectativa de Selic a 15% em dezembro deste ano, segundo o Boletim Focus.
Já a previsão para inflação caiu de 5,24% para 5,20% no fim deste ano, após a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado na semana passada. A prévia de inflação subiu 0,26% este mês, frente a avanço de 0,36% em maio, e acumula alta de 3,06% em 12 meses.
As projeções para o dólar apontam para câmbio na casa dos R$ 5,70 e R$ 5,79 em 2025 e 2026, respectivamente. Para 2027 e 2028, as apostas são de R$ 5,75 e R$ 5,80.
Já as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano foram mantidas em 2,21% neste Focus, enquanto para 2026, reajustadas de 1,85 para 1,87%. Para 2027 e 2028, o crescimento esperado para o país é de respectivos 2% e 2%.
2- Dívida pública do Brasil
A dívida pública bruta do Brasil subiu menos do que o esperado em maio, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central.
A dívida pública bruta do país como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) fechou maio em 76,1%, contra 76,0% no mês anterior. Já a dívida líquida do setor público foi a 62,0%, de 61,5%. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de 76,6% para a dívida bruta e de 62,0% para a líquida.
Em maio, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 33,740 bilhões, contra expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de R$ 42,7 bilhões.
O desempenho mostra que o governo central teve déficit de R$37,351 bilhões, enquanto Estados e municípios registraram superávit primário de R$ 4,537 bilhões e as estatais tiveram saldo negativo de R$ 926 milhões.
- Dívida pública sobe para 76,1% do PIB: Brasil corre risco de colapso fiscal? Entenda os impactos no Giro do Mercado
3 – Imblóglio sobre IOF
As discussões sobre as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continuam a movimentar os corredores do Palácio do Planalto. Depois da derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do tributo sobre crédito para empresas, câmbio e previdência privada pelo Congresso, o governo articula uma ação na Justiça.
Na última sexta-feira (27), o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista à GloboNews, o chefe da pasta econômica disse que o governo espera apenas o aval da Advocacia-Geral da União (AGU). Para ele, a decisão dos parlamentares é “usurpação constitucional”.
4 – “Beautiful Bill”
Nos Estados Unidos, o Senado apresentou uma “nova” versão do projeto de lei de impostos e gastos do presidente Donald Trump, a “Beautiful Bill“.
O texto acrescentará US$ 3,3 trilhões à dívida do país, cerca de US$ 800 bilhões a mais do que a versão aprovada pela Câmara dos Representantes no mês passado.
Segundo as estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o impacto do projeto de lei sobre a dívida federal deve ser de US$ 36,2 trilhões.
Os republicanos, que há muito tempo expressam preocupação com os crescentes déficits e dívidas dos EUA, têm rejeitado a metodologia de longa data do CBO para calcular o custo da legislação. Mas os democratas esperam que os números mais recentes e surpreendentes possam despertar ansiedade suficiente entre os conservadores fiscalistas para levá-los a se opor ao seu partido, que controla as duas Casas do Congresso.
Nas redes sociais, Trump saudou a votação, que aconteceu no sábado (28), como uma “grande vitória” para seu “grande e belo projeto de lei”.
5 – Atividade industrial da China
A atividade industrial da China encolheu pelo terceiro mês consecutivo em junho.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) subiu de 49,5 em maio para 49,7 neste mês, em linha com a mediana das previsões em uma pesquisa da Reuters, mas permanecendo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. Os dados foram divulgados pelo do Escritório Nacional de Estatísticas do país.
Já o PMI não manufatureiro, que inclui serviços e construção, passou de 50,3 para 50,5.
A confiança das empresas permanece moderada, com o emprego, os preços de fábrica e os novos pedidos de exportação ainda enfraquecidos — o que reforça os apelos por ainda mais estímulos conforme as autoridades lidam com o ataque tarifário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com a fraqueza crônica do setor imobiliário.
*Com informações de Reuters