Ibovespa (IBOV) avança de olho no IPCA e busca os 143 mil pontos; MGLU3 é destaque positivo

O Ibovespa (IBOV) opera em alta no pregão desta quarta-feira (10), com a deflação de 0,11% registrada no mês de agosto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil. Essa é a primeira deflação em um ano — a última havia sido em agosto de 2024, quando o indicador recuou 0,02%.
Os dados de inflação colocam no radar o início do corte na taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), atualmente a Selic está em 15%.
Por volta de 11h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira chegou a avançar mais de 1%, superando a marca dos 143 mil pontos. No entanto, as oscilações dificultavam a sustentação do patamar.
Às 12h10, o IBOV subia 0,84%, aos 142.804,49 pontos. Acompanhe o tempo real.
Na avaliação de André Valério, economista sênior do Inter, o Copom ainda deve estar cauteloso na reunião da próxima semana, recebendo como boas notícias os dados recentes, mas ainda julgando insuficiente para iniciar a discussão de flexibilização da política monetária.
“De fato, a persistência da inflação de núcleo e da inflação de serviços, que acumula alta de 6,14% nos últimos 12 meses, demanda uma política monetária restritiva por um período mais longo”, pondera.
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Por outro lado, Valério destaca que ainda há muito do atual aperto monetário a ser transmitido para a economia real e para a inflação, e espera que tais efeitos sejam sentidos de maneira mais intensa a partir da virada do terceiro trimestre para o quarto trimestre.
“Confirmando essa expectativa, juntamente com o início da flexibilização da política monetária americana, esperamos que o Copom dê início ao ciclo de queda na reunião de dezembro, com um corte inicial de 50 pontos base”, coloca.
Já para Claudia Moreno, economista do C6 Bank, os números do IPCA não alteram a projeção de que o Copom deve manter os juros estáveis em 15% até o fim de 2025. No entanto, tendo em vista o recente alívio na inflação e a possibilidade de cortes de juros no exterior, avalia que pode haver espaço para flexibilização no primeiro trimestre de 2026.
“Nossa expectativa é de que o ciclo de cortes da Selic comece em março, com a taxa de juros terminando 2026 em 13%”, diz a economista.
Nesta quarta, o mercado acompanha ainda a continuidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro Luiz Fux abriu divergência por considerar que o Supremo Tribunal Federal (STF) não é a corte competente para julgar os envolvidos no caso, uma vez que os réus não possuem foro por prerrogativa de função.
Fux é o terceiro dos cinco ministros da Primeira Turma a votar no julgamento de Bolsonaro e demais sete réus por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Antes dele, foram apresentados na véspera os votos do relator da ação, Alexandre de Moraes, e do ministro Flávio Dino, favoráveis à condenação.
Magazine Luiza (MGLU3) e outras varejistas sobem no Ibovespa
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) e C&A (CEAB3) performam como as maiores altas do Ibovespa no pregão desta quarta (10).
Às 12h05, MGLU3 subia 5,04%, às R4 9,37, enquanto CEAB3 avançava 4,98%, a R$ 17,50.
O índice de consumo da B3, que ainda inclui papéis de empresas de educação, construtoras, grupos de saúde, varejo alimentar, entre outras, tinha acréscimo de 0,79%.
Impulsionando o índice, Banco do Brasil (BBAS3) também performava entre os destaques positivos, por volta do mesmo horário, com avanço superior a 3%.
*Com informações da Reuters