Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) hoje: Não é sobre a fala de Powell, mas sim o silêncio do governo

09 mar 2023, 7:55 - atualizado em 09 mar 2023, 8:07
Ibovespa tenta manter ritmo de alta da véspera, subindo no vácuo do silêncio do governo e não ao som das palavras de Powell (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) inicia o pregão desta quinta-feira (9) tentando manter o ritmo de alta visto ontem, quando a bolsa brasileira saltou mais de 2%. A recuperação dos ativos domésticos contou também com o derretimento do dólar, que chegou às mínimas de R$ 5,10 ao longo da sessão.

Enquanto isso, os mercados globais titubeavam ao som de novas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. E não é que ele tentou mesmo desdizer ontem o que havia dito no dia anterior

Em novo discurso no Congresso dos Estados Unidos, Powell disse que o Fed ainda não decidiu qual será o tamanho do aumento dos juros neste mês. Ainda assim, ele alertou para a importância dos dados de emprego (payroll) e de inflação (CPI) que saem antes da próxima reunião do Fomc.

Por isso, Wall Street manteve a cautela Afinal, as apostas de uma alta mais forte na taxa dos Fed Funds agora são maioria. Há uma semana a chance de aumento de 0,50 ponto porcentual era de pouco mais de 30%. Numa reviravolta, passaram a ser de mais de 75%. 

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Ibovespa sobe no vácuo

Mas então por que o Ibovespa disparou ontem? Há quem diga que não foram as palavras mais suaves (“dovish”) de Powell que tiveram impacto sobre os negócios locais, mas sim o silêncio do governo. 

De fato, não é de hoje que tanto o Ibovespa quanto o dólar se mostram mais sensíveis aos ruídos vindos de Brasília. Assim, é a ausência de novas declarações por parte do presidente Lula, sua equipe econômica e da ala política do PT que traz alívio aos investidores – ainda que haja certa esperança em relação à nova regra fiscal e à reforma tributária.

Atento a isso, a atenção se volta para a reunião entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). A expectativa é de definição do arcabouço que substituirá o teto de gastos antes do próximo Copom, pavimentando o caminho para cortes na taxa Selic em breve.

Porém, não se pode descartar algum barulho durante esse encontro. Ainda mais após especulações falando em usar o PIB per capita (por habitante) como referência para as despesas públicas, em uma alusão à banda hexagonal endógena de outrora.

Ao mesmo tempo, os estrangeiros parecem estar de volta às compras de ações. Os gringos ingressaram com recursos na B3 pelo segundo dia consecutivo, no dado mais atualizado até a última segunda-feira (6). Desde antes do carnaval não havia registro de duas entradas diárias seguidas no mercado secundário. 

Porém, ainda há dúvidas quanto à duração dessa dinâmica local. Afinal, se a forte recuperação dos mercados aqui está condicionada à calmaria do governo, há o risco de solavancos no curto prazo. Resta saber se, como diz a música, será um silêncio que precede o esporro. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h40:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,16%; o do S&P 500 recuava 0,34% e o Nasdaq tinha queda de 0,65%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale oscilavam com +0,06%, enquanto os da Petrobras estavam estáveis

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,66%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,53%, a de Paris perdia 0,62% e a de Londres recuava 0,79%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta pelo quinto dia seguido, de 0,63%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu iguais 0,63% e a Bolsa de Xangai cedeu 0,22%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,23%, 105.41 pontos; o euro subia 0,18%, a US$ 1,0563; a libra subia 0,29%, a US$ 1,1878; o dólar caía 0,85% ante o iene, a 136,19 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,996%, de 3,992% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 5,037%, de 5,070% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,18%, a US$ 1.821,80 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI oscilava com +0,09%, a US$ 76,73 o barril; o do petróleo Brent subia 0,11%, a US$ 82,75 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,22% em Dalian (China), a 909 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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