Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) hoje só tem olhos para o Brasil; confira os fatores locais que agitam o dia

02 mar 2023, 8:12 - atualizado em 02 mar 2023, 8:28
Ibovespa hoje só tem olhos para o Brasil, em dia de PIB, Petrobras e Oi, mas cenário internacional pede cautela (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) tenta interromper uma sequência de quatro quedas seguidas nesta quinta-feira (2), com o radar dos investidores na cena local. Por sorte, não há muito que valha a pena olhar na agenda econômica dos Estados Unidos hoje.   

Ainda assim, o retorno do rendimento (yield) do título dos EUA de 10 anos (T-note) para a marca de 4% merece atenção. Afinal, o movimento coincide com o aumento das apostas de uma alta maior na taxa de juros pelo Federal Reserve em março, voltando à dose de meio ponto percentual. 

Portanto, o cenário internacional pede cautela. Lá fora, os ativos de risco continuam se ajustando ao cenário de juros mais altos por mais tempo, o que eleva a pressão nos mercados globais.

Ainda assim, o Ibovespa hoje só tem olhos para o Brasil. Até porque entre ontem à noite e esta manhã saíram os resultados de pesos-pesados da bolsa brasileira, entre eles, Ambev (ABEV3), que acertou na estratégia de relançar a marca alemã Spaten. Isso sem falar no novo pedido de recuperação judicial da Oi (OIBR3).

Petrobras em destaque

Mas o destaque fica mesmo com a Petrobras. Por ora, o lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões no acumulado de 2022 prevalece em detrimento à decisão do Conselho da estatal petrolífera de reter parte dos dividendos

Os recibos de ações (ADRs) da Petrobras têm alta firme no pré-mercado em Nova York, reagindo ao salto de 80% no lucro recorrente apenas no quarto trimestre de 2022, em base anual, a R$ 43 bilhões. Ambos os números vieram acima do esperado. 

Ainda assim, o noticiário em torno da Petrobras (PETR3; PETR4) não é dos melhores. Os mercados se preparam para um longo debate sobre a política de preços dos combustíveis e de dividendos da empresa. 

O receio é de que, como controlador, o governo decida por mais investimentos e ajustes de preços menos constantes, em detrimento ao retorno do capital aos acionistas. Tal estratégia está em linha com a tese de defesa do PT, de que a Petrobras deve usar um porcentual dos lucros para cumprir seu papel social

Além disso, hoje também é dia de PIB. Os números do Produto Interno Bruto saem às 9h e vão mostrar o Brasil que o presidente Lula herdou de Jair Bolsonaro. A expectativa é de que a atividade econômica doméstica confirme um cenário de desaceleração do crescimento ao final de 2022, trazendo um desafio adicional ao novo governo.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 8h:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,08%; o do S&P 500 recuava 0,52% e o Nasdaq tinha queda de 0,72%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) avançava 0,22% no pré-mercado; os ADRs da Vale subiam 0,12% e os da Petrobras saltavam 3,43%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,30%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,56%, a de Paris cedia 0,49% e a de Londres tinha queda de 0,32%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em baixa de 0,06%, enquanto o Hang Seng recuou 0,92% e a Bolsa de Xangai teve ligeira queda de 0,05%;

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,36%, 104.86 pontos; o euro caía 0,53%, a US$ 1,0614; a libra recuava 0,53%, a US$ 1,1962; o dólar subia 0,35% ante o iene, a 136,68 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,023%, de 3,995% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,883%, de 4,895% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,38%, a US$ 1.838,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,80%, a US$ 78,31 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,72%, a US$ 84,92 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em alta de 1,22% em Dalian (China), a 909,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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