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Ibovespa encosta em 164 mil pontos pela primeira vez e renova recorde histórico com expectativa sobre a Selic

04 dez 2025, 11:12 - atualizado em 04 dez 2025, 11:19
Ibovespa hoje maior nível desde julho 2021 projeção recorde 131 mil pontos maior nível história ações bolsa
O Ibovespa renova o recorde intradia e atinge a marca inédita dos 160 mil pontos com cenáro eleitorial e pesos-pesados (Imagem: Pixabay/ 12019)

O Ibovespa (IBOV) ganhou mais de 2 mil pontos nos primeiros minutos de negociação desta quinta-feira (4), saltando dos 161 mil para os 163 mil pontos após a desaceleração da economia brasileira “abrir a porta” para o início do ciclo de cortes na taxa de juros brasileira já em janeiro.

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Por volta de 11h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira alcançou os 163.892,73 pontos, com avanço de 1,32%, em nova máxima histórica. O último recorde intradia foi registrado ontem, quando o índice atingiu os 161.963,49 pontos.

No cenário doméstico, o mercado repercute o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

economia brasileira cresceu 0,1% entre julho e setembro na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Esse foi o resultado mais fraco desde a retração de 0,1% vista nos três últimos meses de 2024. O resultado do terceiro trimestre também ficou aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,2% na comparação trimestral.

O economista Leonardo Costa, do ASA, avalia que o dado confirmou uma descalereação gradual da atividade com o PIB praticamente estável apesar da forte injeção de renda via pagamento de precatórios. “O fato de esse estímulo ter gerado apenas uma resposta moderada mostra que a economia vem perdendo tração, especialmente no consumo das famlias, onde o efeito defasado de uma política monetária significativamente mais esperada já aparece com mais clareza”.

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Na mesma linha, o economista Antonio Ricciardi, do Daycoval, observa que os resultados abaixo do esperado para consumo das famílias e serviços, combinados com a “surpresa” positiva do agronegócio, mostraram que efeitos da política monetária mais restritiva do Banco Central “estão sendo sentidos”.

Alta quase generalizada

A leitura do PIB derrubou as taxas de Depósito Interfinanceiro (DI), que formam a curva de juros futuros brasileira, em todos os vencimentos. Em reação, as ações cíclicas – que são mais sensíveis ao consumo e, consequentemente a fatores macroeconômicos como a Selic – operam em forte alta e lideram os ganhos do Ibovespa.

Em destaque, Magazine Luiza (MGLU3), CVC (CVCB3) e Assaí (ASAI3) sobem mais de 3%.

Os pesos-pesados do Ibovespa também registram fortes ganhos. A Vale (VALE3) avança cerca de 0,3% e destoa do desempenhio negativo do minério de ferro, negociado na China.

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Mais cedo, a mineradora esclareceu que a decisão sobre cobrança de mais de R$ 730 milhões da empresa, referentes à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), foi proferida em primeira instância – portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis. A companhia deve recorrer da decisão.

O mercado também segue otimista com as projeções da Vale divulgadas no início desta semana. A mineradora agora estima produção entre 335 milhões a 345 milhões de toneladas de minério de ferro em 2026. Já em 2030, a projeção foi mantida em torno de 360 milhões de toneladas.

Petrobras (PETR4) sobe mais de 1% na esteira do petróleo Brent. O contrato mais líquido do Brent, para fevereiro, tem alta de 0,50%, com o barril no nível de US$ 63, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

Os bancos, Vale e Petrobras juntos corresponde a 50% da carteira teórica do Ibovespa. 

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Apenas quatro ações caem: Ambev (ABEV3), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3) e Usiminas (USIM5).

E o dólar? 

dólar opera próximo da estabilidade ante as moedas globais, como euro e libra, no nível dos 98 pontos, com a aposta consolidade de continuidade do ciclo de corte nos juros dos Estados Unidos na próxima semana. 

Por volta de 11h30 (horário de Brasília), o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,01%, aos 99,419 pontos.  

Nos últimos dias, declarações dissonantes de diretores do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) e dados mais fracos do mercado de trabalho elevaram as apostas de um novo corte os juros na próxima decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em dezembro. Hoje, a ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra 89,2% de chance de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Na véspera, a probabilidade era de 90%. 

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O período de silêncio do Fed começou no último sábado e a reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acontece entre os dias 9 e 10 de dezembro. 

Na comparação com o real, o dólar acompanha o movimento exterior, com a expectativa de proximidade da flexibilização da política monetária pelo Banco Central do Brasil, além da decisão esperada do Fed. Cenário fiscal também fica no radar. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,2912 (-0,43%).



 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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