Ibovespa cai mais 2% e dólar volta a encostar em R$ 5,50; como andam os mercados nesta terça-feira (19)?

A aversão a risco toma conta do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (19), com a perda de quase 3 mil pontos nas primeiras horas da sessão.
Por volta de 13h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira operava aos 134.711,46 pontos, com queda de 1,90%. Na mínima do dia, o Ibovespa atingiu os 134.393,53 pontos (-2,13%).
O “gatilho” para a forte queda é o temor de uma escalada de tensão comercial entre o Brasil e os Estados Unidos após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinar que leis e decisões estrangeiras não podem afetar cidadãos, empresas ou bens no Brasil em relação a atos realizados no país.
Segundo a decisão tomada ontem (18), imposições, restrições de direitos ou coerções de origem estrangeira não têm validade sobre pessoas, ou empresas brasileiras.
A medida atende a pedido do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para impedir que municípios brasileiros acionem a Justiça de outros países por desastres de mineração, como Mariana e Brumadinho.
Embora não cite diretamente, a decisão também impede que sanções estrangeiras, como as aplicadas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes, também do STF, tenham efeitos no Brasil.
No Ibovespa, a medida de Dino pressiona o setor de bancos, que é mais exposto ao risco derivado da tensão. A ponta negativa do índice, porém, é encabeçada por Raízen (RAIZ4) após a Petrobras (PETR4) negar a intenção de realizar algum investimento na petroquímica, além do rebaixamento da recomendação das ações RAIZ4 de compra para neutro pelo Citi.
Cosan (CSAN3), que é uma das controladoras da companhia, acompanha a forte queda.
Já Minerva (BEEF3) é um dos poucos destaques positivo, apoiada por expectativas melhores para a companhia. Na visão do Itaú BBA, as oportunidades estão “emergindo” nos números do terceiro trimestre (3T25).
O banco ainda considera que a autorização da importação de carne bovina brasileira na Filipinas, combinada com a abertura do mercado japonês até dezembro, deve impulsionar os números de exportação.
Marfrig (MRFG3) e Suzano (SUZB3) completam a ponta positiva, sustentadas pela valorização do dólar ante o real.
E o dólar?
O dólar opera em leve alta ante as moedas globais, como euro e libra, com os investidores acompanham as movimentações dos Estados Unidos como mediador de um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. A política tarifária segue no foco dos investidores.
Por volta de 13h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,02%, no nível dos 98 pontos.
Na comparação com o real, o dólar encosta em R$ 5,50. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,4766 (+0,78%).
Wall Street em alta
Os índices de Wall Street operam em forte queda, na realização de ganhos recentes, com a expectativa pelo Simpósio de Jackson Hole. O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, deve discursar na próxima sexta-feira (22) e o mercado deve ficar atentos a pistas sobre a trajetória futura dos juros.
Até lá, os investidores calibram as apostas de corte nos juros. Hoje (19), os agentes financeiros precificam uma chance de 85,1% de o Fed cortar os juros em 25 pontos-base nos juros no próximo mês, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, o que levaria a taxa para a faixa de 4,00% a 4,25% ao ano.
No mercado acionário, o índice Dow Jones renovou o recorde nominal intradia com apoio de balanços corporativos. Por volta de 13h (horário de Brasília), o S&P 500 caía 0,38%, aos 6.424,92 pontos; Dow Jones tinha alta de 0,03%, aos 44.927,73 pontos, e Nasdaq recuava 1,03%, aos 21.406,10 pontos.
Ásia e Europa
Na Ásia, os índices fecharam majoritariamente em queda com a derrocada das ações do SoftBank após anúncio de um investimento de US$ 2 bilhões na Intel. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, caiu 0,38%. O Hang Seng, de Hong Kong, teve recuo de 0,21%.
Na Europa, os mercados terminaram o pregão de olho nas negociações para um cessar-fogo entre a Rússia e Ucrânia. Ontem (18), líderes europeus e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniram com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 0,73%, aos 558,06 pontos.
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