Mercados

Ibovespa cai mais de 1% com fiscal no radar e fraqueza de Wall Street; como andam os mercados nesta quinta-feira (2)?

02 out 2025, 12:52 - atualizado em 02 out 2025, 14:35
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Ibovespa cai mais de 1% e apenas três ações da carteira teórica tem desempenho positivo com cautela fiscal e shutdown nos EUA (Imagem: iStock/hernan4429)

O Ibovespa (IBOV), que já iniciou a sessão desta quinta-feira (2) em tom negativo, intensificou as perdas com os investidores voltando as atenções para o cenário fiscal.

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Por volta de 12h30 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira tinha queda de 1,24%, aos 143.710,24 pontos. Apenas três ações operavam em alta. 



A queda quase generalizado deve-se a novos rumores de que o governo federal pode avançar na proposta de zerar as tarifas de ônibus em todo o país após uma reportagem do jornal Diário do Grande ABC, segundo Marcos Praça, diretor de análise na Zero Markets Brasil.

De acordo com a notícia, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o “preparo de estudos para implementar e lançar [o programa] ainda este ano” ao ministro da Fazendo, Fernando Haddad. O custo estimado para o financiamento do serviço é de R$ 100 bilhões por ano.

Além disso, o mercado reage à aprovação da proposta que prevê a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, um “desconto” para os contribuintes com salários de até R$ 7,3 mil e uma alíquota de 10% sobre os “super-ricos”. Em parte, os agentes financeiros temer o efeito fiscal da medida e a influência da matéria nas eleições de 2026.

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No Ibovespa, as ações mais penalizadas são as do setor doméstico, com destaque para o varejo. Os papéis são pressionados pela abertura da curva de juros futuros, principalmente nos vértices mais longos.

Por volta de 12h40, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 operava a 14,12% ante 14,05% do ajuste anterior. Já a taxa de DI para janeiro de 2030 subia a 13,53% contra 13,35% do fechamento anterior e o DI para janeiro de 2033 registrava 13,70% a 13,54% do ajuste anterior.

E o dólar?

O dólar opera em alta ante as moedas globais, como euro e libra, com os investidores precificando a paralisação (shutdown) da máquina pública dos Estados Unidos.

Em entrevista à CNBC pela manhã, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que o crescimento econômico do país pode “ser afetado”. “Esta não é a maneira de discutir: paralisar o governo e reduzir o PIB”, disse ele.

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A paralisação também provoca o adiamento da divulgação de dados, entre eles, o relatório de emprego de setembro (o payroll) que estava previsto para amanhã (3).

Por volta de 12h40, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,35%, no nível dos 98 pontos.

Na comparação com o real, o dólar também ganha força com a cautela fiscal. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,3651 (+0,69%).



Wall Street em alta

Os índices de Wall Street operam sem direção única com o mercado atento ao shutdown.

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O presidente norte-americano, Donald Trump, determinou o congelamento de US$ 26 bilhões para Estados com tendência democrata, cumprindo a ameaça de usar a paralisação para atingir as prioridades democratas.

Os programas congelados incluem US$ 18 bilhões para projetos de trânsito em Nova York, onde moram os dois principais democratas do Congresso, e US$ 8 bilhões para projetos de energia verde em 16 Estados administrados pelos democratas, incluindo Califórnia e Illinois.

O vice-presidente JD Vance, por sua vez, alertou que o governo pode ampliar a demissão de funcionários federais se a paralisação durar mais do que alguns dias.

No mercado acionário, o índice S&P 500 iniciou a sessão renovando recordes, mas logo perdeu força. Por volta de 12h40 (horário de Brasília), o S&P 500 caía 0,18%, aios 6.699,58 pontos; Dow Jones tinha baixa de 0,20%, aos 46.350,02 pontos, e Nasdaq, na contramão dos índices, subia 0,08%, aos 22.769,00 pontos.

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Ásia e Europa

Na Ásia, os índices fecharam o pregão em alta com a retomada das negociações na China após feriado local. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, subiu 0,87%; o Hang Seng, de Hong Kong, teve avanço de 1,61% e o Kospi, da Coreia do Sul, renovou recorde aos 854,25 pontos (+1,05%) com a parceira da Samsung e da SK Hyniz com a Open AI para o fornecimento de chips de memória.

Na Europa, os mercados também terminaram a sessão majoritariamente em tom positivo. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com alta de 0,59%, aos 557,94 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.