Ibovespa perde fôlego com Petrobras (PETR4) e GPA (PCAR3) após renovar recorde intradia

O Ibovespa (IBOV), que começou o pregão desta terça-feira (30) com ganho de mais de 1 mil pontos, perdeu força no início da tarde e deixou os níveis recordes.
Por volta de 12h40 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira bateu mínima intradia com queda de 0,32%, aos 145.867,74 pontos. Mais cedo, o índice renovou o recorde intradia histórico aos 147.578,39 pontos (+0,85%).
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Apesar do tom negativo, o Ibovespa caminha para uma valorização de 3% em setembro.
Já o dólar reduziu as perdas ante as moedas globais, como euro e libra, com os investidores acompanham as movimentações dos Estados Unidos para evitar a paralisação (shutdown) do governo.
Por volta de 12h40, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, caía 0,04%, no nível dos 97 pontos. Na comparação com o real, o dólar opera no nível de R$ 5,30. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,3261 (+0,06%).
O que fez o Ibovespa virar?
O movimento de inversão do Ibovespa aconteceu minutos após a Comissão Misto de Orçamento do Congresso Nacional aprovar a proposta que aumenta o fundo eleitoral para R$ 4,96 bilhões em 2026.
Contudo, o que pressiona o principal índice da bolsa brasileira é a queda das commodities — em especial, do petróleo. O contrato mais líquido do Brent para dezembro, que é referência para o mercado internacional, opera em queda de cerca de 1,5% em meio a rumores de aumento da oferta global.
As ações da Petrobras (PETR4;PETR3), em consequência, recuam próximo a 2%.
O setor de bancos, que iniciou a sessão em alta, também perdeu força no início da segunda parte da sessão.
GPA (PCAR3), porém, é quem lidera a ponta negativa do Ibovespa após a revisão de recomendação do Citi.
O banco rebaixou a recomendação das ações de neutra para venda/alto risco e cortou o preço-alvo de R$ 3,40 para R$ 2,80 — o que representa uma desvalorização de 35,8% sobre o preço de fechamento de ontem (29).
Em relatório, o Citi avalia que a administração da companhia, sem dúvida, fez avanços significativos em sua recuperação operacional. Contudo, ainda existem desafios significativos, especialmente no que se refere a responsabilidades fiscais que foram apenas parcialmente renegociados.
Os dados domésticos ficam em segundo plano. A taxa de desemprego no Brasil ficou estável em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na manhã desta terça-feira (30).
A dívida bruta também ficou estável em agosto, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário menor do que o esperado, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central.
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Todos os olhos em Wall Street
Além da pressão doméstica, o temor de uma paralização da máquina pública do governo dos Estados Unidos, a partir de amanhã (1º), injeta uma dose de cautela nos mercados.
Embora as paralisações anteriores tenham tido um impacto limitado sobre os mercados, alguns analistas alertaram que o episódio atual pode ser mais perturbador, já que o cenário econômico é delicado.
Isso porque, até o momento, não há um indícios de que republicanos e democratas cheguem a um acordo para prorrogar o financiamento após o prazo de meia-noite (horário local).
O Senado, controlado pelos republicanos, deve votar um projeto de lei de gastos temporários que já falhou uma vez, sem nenhum sinal de que uma segunda votação trará sucesso. Os democratas querem modificar o projeto de lei de gastos para prorrogar os benefícios de saúde que expiram no final do ano para milhões de norte-americanos.
Os republicanos dizem que devem tratar dessa questão separadamente.
Em reação, os índices de Wall Street operam em queda à espera de um acordo para evitar o shutdown.
Por volta de 12h40 (horário de Brasília), o S&P 500 caía 0,38%, aos 6.424,92 pontos; Dow Jones tinha alta de 0,03%, aos 44.927,73 pontos, e Nasdaq recuava 1,03%, aos 21.406,10 pontos.
Caso a paralisação aconteça, o Departamento do Trabalho norte-americano já afirmou que o relatório semanal de pedidos de auxílio-desemprego e o relatório mensal, o payroll — previsto para a próxima sexta-feira (3) — não serão divulgados.
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