Ibovespa cai quase 2% e ameaça perder os 141 mil pontos com fiscal; como andam os mercados nesta terça-feira (7)?

O Ibovespa (IBOV), que já iniciou a sessão desta terça-feira (7) em tom negativo, intensificou as perdas com os investidores voltando as atenções para o cenário fiscal. A aversão concentra o risco de caducagem da proposta do governo alternativa às mudanças das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciada em maio deste ano.
Por volta de 14h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira registrou a mínima intradia com queda de 1,79%, aos 141.035,06 pontos. Apenas cinco ações operavam em alta.
A queda quase generalizada é explicada pelo temor fiscal.
No último paracer, o relator da Medida Provisória (MP) 1.303, alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), deputado Carlos Zarattini (PT-SP) retirou o aumento da alíquota da contribuições sobre a receita bruta das empresas de apostas esportivas (bets) e manteve a isenção de Imposto de Renda (IR) das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e de Crédito Imobiliário (LCI).
As Letras de Crédito de Desenvolvimento (LCD), Letras Hipotecárias (LH) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIG) também continuaram isentas, segundo o texto.
As mudanças reduziram a previsão de arrecadação do governo para R$ 17 bilhões. Nas contas do governo, a MP originalmente enviada ao Congresso poderia gerar um aumento de R$ 20,8 bilhões na arrecadação federal em 2026.
A MP deve ser votada em comissão mista do Congresso em sessão marcada às 15h30 (horário de Brasília). Há a expectativa de que a matéria seja apreciada e aprovada na Câmara dos Deputados ainda hoje.
A matéria precisa ser aprovada pelo Congresso até amanhã, data de validade da medida.
E o dólar?
O dólar opera em alta ante as moedas globais, como euro e libra, com os investidores precificando a paralisação (shutdown) da máquina pública dos Estados Unidos, que entrou em seu sétimo dia.
Por volta de 14h40, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,35%, no nível dos 98 pontos.
Na comparação com o real, o dólar também ganha força com a cautela fiscal. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 53495 (+0,73%).
Wall Street em alta
Os índices de Wall Street em queda com o mercado atento ao shutdown e o recuo das ações da Oracle.
Até agora, o presidente norte-americano, Donald Trump, determinou o congelamento de US$ 26 bilhões para Estados com tendência democrata, cumprindo a ameaça de usar a paralisação para atingir as prioridades democratas.
Ainda não há perspectiva de acordo entre republicanos e democratas para um financiamento da máquina pública.
No cenário corporativo, as ações da Oracle (ORCL) caem mais de 3% após o The Information noticiar que a empresa de software está gerando margens muito menores em seus negócios de nuvem do que os analistas estimam atualmente e que está perdendo dinheiro em alguns de seus negócios de aluguel de chips Nvidia.
Com a reportagem, o índice Nasdaq, que reúne as principais empresas de tecnologia, atingiu a mínima intradia.
No mercado acionário, o índice S&P 500 registra a primeira queda após oito sessões consecutivas de ganhos. Por volta de 14h40 (horário de Brasília), o S&P 500 caía 0,39%, aos 6.714,25 pontos; Dow Jones tinha baixa de 0,25%, aos 46.576,72 pontos, e Nasdaq recuava 0,64%, aos 22.794,02 pontos.
Ásia e Europa
Na Ásia, os índices fecharam o pregão em alta com negociações na China suspensas por feriado local. Entre os principais índices asiáticos, o Nikkei, do Japão, fechou em nível recorde pela segunda sessão consecutiva, aos 47.950,88 pontos (+0,01%).
O movimento de ganhos ainda é uma reação à eleição de Sanae Takaichi como sua nova líder do Partido Liberal Democrata. Ela pode se tornar a primeira mulher primeira-ministra do país.
Na Europa, os mercados também terminaram a sem direção única com a crise política na França. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 0,17%, aos 569,27 pontos.
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