Ibovespa e Wall Street recuam mais de 1%: Como andam os mercados nesta sexta-feira (23)

O Ibovespa (IBOV) iniciou o pregão desta sexta-feira (23) com perda de mais de 1 mil pontos na abertura e no nível dos 135 mil pontos, com o aumento das incertezas no cenário doméstico após mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No exterior, os Estados Unidos anunciaram uma nova tarifa contra a União Europeia
Por volta de 11h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira operava aos 135.930,93 pontos, com queda de 0,98%.
No cenário doméstico, o Ministério da Fazenda anunciou o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para crédito de empresas, previdência privada (VGBL, mais especificamente) e câmbio na véspera (22). A mudança ofuscou o corte de R$ 31, 3 bilhões em gastos púbicos no Orçamento de 2025, anunciado no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias.
Em especial, a partir de agora será unificada em 3,5% a alíquota de IOF sobre operações de câmbio com cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais e compra de moeda em espécie — o que gerou ruídos no mercado logo após o anúncio.
Na tentativa de reduzir a tensão dos agentes financeiros, a pasta recuou sobre o aumento do imposto sobre aplicações de fundos brasileiros no exterior e remessas internacionais para investimentos. Na manhã desta sexta-feira (23), o ministro Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica revogou parte das mudanças anunciadas sobre o IOF para “evitar especulações”.
Na avaliação da Warren Investimentos, o ajuste no decreto do IOF afastou o temor de controle de capitais, mas deixa incerteza sobre efeitos fiscais inicialmente pretendidos e sobre a estratégia fiscal até as eleições.
As atenções ainda se dividem com o cenário corporativo. Os acionistas da JBS (JBSS3) aprovaram a dupla listagem da companhia em assembleia geral— com migração das ações para a Bolsa de Nova York (Nyse) e a negociação de Brazilian Depositary Receipts (BRDs), ou seja, recibos de ações na B3.
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Wall Street no vermelho
Os índices de Wall Street também operam de lado nesta sexta-feira (23), de olho no cenário local, em horário de negociações reduzido. Por volta de 11h (horário de Brasília), os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuavam cerca de 1%. Já o VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, registrava alta de mais de 13%, aos 23 pontos.
Pela manhã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre a importações dos produtos da União Europeia no país nesta sexta-feira (23). Segundo o chefe da Casa Branca, a tarifa entra em vigor em 1º de junho.
Trump também disse que Apple (AAPL) terá que pagar uma taxa de 25% para importar os produtos nos Estados Unidos, caso não forem fabricados no país.
Em reação, as ações AAPL, listadas no índice Nasdaq, caem mais de 2%.
Ásia e Europa
Na Ásia, os índices fecharam em tom positivo após os Estados Unidos e a China concordarem em manter as negociações sobre as tarifas, além de dados econômicos na região. Entre eles, a inflação do Japão acelerou para 3,5% em abril. O índice Nikkei, do Japão, subiu 0,47%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, fechou estável.
Na Europa, as bolsas são pressionadas pelas tarifas de 50% sobre a União Europeia. Por volta de 11h (horário de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 1,26%, aos 543,36 pontos.
E o dólar?
O dólar perde força ante as moedas globais, como euro e libra. Por volta de 11h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, registrava queda de 0,62%, no nível dos 99 mil pontos.
Já na comparação com o real, a moeda norte-americana tem alta com a cautela doméstico e pressão na curva de juros futuros. No mesmo horário, a divisa operava a R$ 5,7002 (+0,69%).