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Ibovespa: Por economia local ruim, Safra passa a projetar índice a 133 mil pontos ao fim do ano

22 maio 2022, 16:45 - atualizado em 22 maio 2022, 16:45
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
Apesar da redução nas estimativas, o Safra reconhece que as ações de empresas brasileiras são atualmente negociadas a preços atrativos (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Safra cortou o preço-alvo projetado para o Ibovespa (IBOV) ao fim de 2022 diante da perspectiva de um cenário econômico local mais desafiador (juros mais altos e crescimento de apenas 0,8% do PIB).

Atualmente, o banco estima que o principal índice da Bolsa brasileira encerrará o ano em 133 mil pontos, ante projeção de 144 mil pontos.

“Aumentamos nossas premissas de taxas de desconto em nossos modelos, com consequente redução de preços-alvo das empresas analisadas (na análise bottom-up) e queda de múltiplo alvo na análise top down“, explicam Luis Azevedo, Cauê Pinheiro e Silvio Dória, analistas que assinam o relatório divulgado na última sexta-feira (20).

Bolsa está barata

Apesar da redução nas estimativas, o Safra reconhece que as ações de empresas brasileiras são atualmente negociadas a preços atrativos.

A instituição vê o Ibovespa negociando a um P/L (preço sobre lucro) para 2023 de 6,9 vezes, bem abaixo da média histórica de cinco anos, de 11,15 vezes.

“Entendemos que a abertura da curva de juros no mercado local já carrega um prêmio excessivo, e o fraco desempenho de nomes ligados a economia doméstica, combinado com a alta nos preços das commodities, levou as ações brasileiras para um nível de precificação bastante atrativo”, afirmam Azevedo, Pinheiro e Dória.

Além disso, os analistas acreditam que as companhias estão em condições mais saudáveis do que em momentos de estresse de mercado anteriores e a inflação parece próxima de um topo, com o Banco Central (BC) sinalizando mais um ou dois aumentos da taxa Selic.

Segundo o Safra, um cenário de estagnação econômica persistente pode até servir como potencial catalisador para as ações, uma vez que uma atividade econômica mais fraca tende a gerar um processo desinflacionário mais forte do que o mercado espera, o que poderia servir de gatilho para o mercado de ações.

Em relação às eleições no segundo semestre, que devem adicionar volatilidade à Bolsa, o Safra reforça que “muita coisa já está no preço dos ativos, com o Ibovespa negociando a 6,9 vezes o lucro”.

Empresas do momento

Considerando essa combinação de crescimento mais fraco da atividade doméstica, volatilidade em um ano eleitoral, aperto monetário mundial e alta nos preços das commodities, o Safra reitera sua preferência por histórias de valor sobre histórias de crescimento.

O Safra tem preferência pelos setores bancário, de telecomunicações e de utilidades básicas, por exemplo. Outra categoria que a instituição indica é a de commodities (mineração, petróleo e papel e celulose), dado o ciclo de alta dos preços.

Iguatemi
Com a possibilidade do fim do ciclo de elevação de juros no Brasil, os analistas acreditam que pode haver um movimento de busca por parte dos investidores por ativos mais ligados à economia doméstica (Imagem: Divulgação)

No entanto, com a possibilidade do fim do ciclo de elevação de juros no Brasil, os analistas acreditam que pode haver um movimento de busca por parte dos investidores por ativos mais penalizados nos últimos meses – mais ligados à economia doméstica.

“Não podemos deixar de ter exposição a esses nomes (como varejo, shoppings e transportes)”, comentam. Dentro desses setores, o Safra sugere Assaí (ASAI3), Iguatemi (IGTI11) e CCR (CCRO3).

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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