Ibovespa Ibovespa: Por que índice derrete enquanto Wall Street dispara
O Ibovespa faz o percurso contrário às bolsas nos Estados Unidos nesta sessão. Enquanto o índice brasileiro derrete mais de 1%, lá fora a Nasdaq disparava 1,26% por volta das 14h18. O S&P 500 subia 0,8% no mesmo horário.
A inversão de sinais é um claro indicativo de que o mercado não engoliu muito bem a prévia do IPCA, o principal termômetro para medir a inflação. Mais cedo, o IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o índice subiu 0,04%, taxa mais baixa em nove meses, contra alta de 0,51% em maio.
De acordo com a Rio Bravo, apesar de ainda não acabar com a visão positiva sobre a inflação corrente, o IPCA-15 traz preocupação com a velocidade da desinflação de medidas subjacentes.
“Voltamos a ver algumas dessas medidas acelerarem, especialmente aquelas ligadas ao setor de serviços. A desaceleração gradual ocorre também nos dados dessazonalizados, indicando que de fato há uma pressão relevante. De toda forma, a prévia da inflação não deve ser capaz de, sozinha, mudar o cenário sobre a política monetária, mas é sinal de cautela para um BC que coloca sobre a dinâmica dos dados o principal elemento para os primeiros cortes”, discorre.
Já o Banco Central ajustou o tom da ata do Copom, após um comunicado duro da última quarta-feira. Agora, a autoridade diz que uma desaceleração contínua da inflação abre espaço para cortes da taxa básica de juros.
Em nota a clientes nesta terça-feira e obtido pela Reuters, o Bradesco destacou que uma novidade importante da ata foi que, na avaliação predominante do grupo, havendo continuidade de melhora da inflação e das expectativas, é provável que se ganhe confiança para uma flexibilização “parcimoniosa” na próxima reunião.
“Apesar de sinalizar essa flexibilização, o Copom concordou, unanimemente, que uma flexibilização prematura – enquanto não houver confiança no processo de desinflação – é indesejável. Dessa forma, o ciclo de corte deve ser gradual”, afirmou a equipe do Bradesco chefiada por Fernando Honorato Barbosa.
Análise técnica do Itaú BBA afirmou que o mercado brasileiro até agora resistiu a uma realização de lucros, mas enquanto esse movimento estiver presente no cenário internacional, o risco é iminente de acontecer também no pregão doméstico, conforme nora enviada a clientes mais cedo.
Na visão dos analistas, se o Ibovespa perder o patamar dos 118 mil pontos abrirá caminho para buscar suportes em 116.300 e 114.200 pontos, que mantém o índice em tendência de alta. Mas, acrescentam, se superar os 121.600 pontos, “abrirá espaço para avaliarmos a busca do topo histórico em 131.200 pontos”.
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Por que Wall Street dispara?
Os principais índices de Wall Street subiam nesta terça-feira, com as ações de megacapitalização se recuperando e dados positivos de pedidos de bens de capital dissipando os temores sobre a desaceleração da economia norte-americana em meio aos aumentos de juros pelo Federal Reserve.
Um relatório do Departamento de Comércio mostrou que os pedidos de bens de capital não relacionados à defesa, excluindo aeronaves, um indicador para planos de gastos empresariais, aumentaram 0,7% em maio, enquanto economistas consultados pela Reuters previam que os pedidos permaneceriam inalterados.
“Está crescendo a confiança de que o Fed certamente está próximo do fim de seu regime de aumento de juros, e os mercados estarão procurando por qualquer indicação que ajude a resolver a ambiguidade que o Fed apresentou na última reunião”, disse à Reuters Peter Andersen, fundador da Andersen Capital Management.
Com Reuters
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