Recorde atrás de recorde: Ibovespa tem nova máxima intradia e atinge 149,6 mil pontos
O Ibovespa (IBOV) renova a máxima histórica intradia nesta sexta-feira (31), pela quinta sessão consecutiva.
Por volta de 16h (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira alcançou os 149.635,90 pontos, com avanço de 0,58%. O último recorde intradia foi registrado no dia anterior, quando o índice atingiu os 149.234,04 pontos.
O novo recorde do Ibovespa tem apoio do avanço das ações da Vale (VALE3) — um dos ‘pesos-pesados’ do índice
As ações da mineradora chegaram a subir mais de 2% e figuram como os papéis mais negociadas da B3, atraindo fluxo estrangeiro para o mercado brasileiro, em reação ao balanço do terceiro trimestre (3T25).
A ex-estatal registrou lucro líquido de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior e acima das estimativas do mercado, de US$ 2,1 bilhões, segundo a LSEG.
Além do balanço, considerado positivo por analistas, a companhia indicou que a estabilidade do mercado e o bom desempenho da empresa criam condições favoráveis para a distribuição de dividendos extraordinários em breve.
Em teleconferência de resultados, o CFO Marcelo Bacci destacou que o preço do minério de ferro está consistentemente acima de US$ 100, gerando um fluxo de caixa superior ao esperado no início do ano, além do desempenho positivo nos metais básicos. “É provável que tenhamos dividendos extraordinários em breve, embora não possamos antecipar agora”, afirmou.
Além de Vale: o que mais impulsiona Ibovespa hoje
Os investidores também repercutem dados econômicos.
Entre eles, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre até setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (31).
A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 5,5% no período.
“Apesar do resultado levemente pior do que o esperado, o mercado de trabalho segue aquecido e operando próximo ao pleno emprego. Além disso, em conjunto com a elevada formalização apontada pelos dados do Caged, os indicadores sugerem que o Banco Central deve continuar atento à abertura do hiato do produto”, avalia Igor Cadilhac, economista do PicPay.
Ontem (30), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostrou a criação de 213.002 vagas formais de trabalho em setembro, acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 180.750 vagas.
O saldo, porém, ficou abaixo do número registrado no mesmo mês em 2024 — de 252.237 vagas.
Em reação, as taxas de contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) operam nas mínimas intradia — beneficiando as ações cíclicas no Ibovespa.
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E o dólar?
O dólar opera em alta ante as moedas globais, como euro e libra, ainda com a sinalização do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) de possível pausa nos juros na próxima decisão de dezembro.
Na última quarta-feira (29), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do— equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro — cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano, como esperado pelo mercado, e em decisão não unânime.
Já hoje (31), o presidente da unidade do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que um corte na taxa de juros em dezembro não está garantido — reforçando as declarações do presidente do BC, Jerome Powell.
Quando se trata da perspectiva da política monetária, “direi que todas as reuniões estão em aberto, não estamos em um curso predefinido, vamos deixar que as informações nos guiem”, disse Bostic em uma conferência do Fed de Dallas.
Por volta de 16h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, subia 0,28%, no nível dos 99 pontos.
Na comparação com o real, o dólar opera próximo da estabilidade, com viés de queda com a entrada de fluxo estrangeiro e valorização do petróleo. No mesmo horário, a divisa norte-americana operava a R$ 5,3793 (-0,04%).