Mercados

Ibovespa ‘mergulha’ em tom negativo e Wall Street sobe com retaliação do Irã; como andam os mercados nesta segunda-feira (23)?

23 jun 2025, 13:28 - atualizado em 23 jun 2025, 17:30
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Ibovespa e Wall Street operam em direções opostas com os investidores atentos à escalada de tensão no Irã e corte nos juros pelo Fed (Imagem: iStock.com/primeimages)

A escalada das tensões no Oriente Médio no fim de semana concentram as atenções dos investidores nesta segunda-feira (23) e os principais índices operaram em direções opostas: , o Ibovespa (IBOV) acompanhou o petróleo e Wall Street fechou em alta com a retaliação “contida” do Irã aos ataques dos Estados Unidos.

O principal índice da bolsa brasileira encerrou com queda de 0,41%, aos 136.550,50 pontos.



No cenário doméstico, os investidores operam em compasso de espera pela ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Na última quarta-feira (18), o colegiado elevou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), de 14,75% para 15,00% ao ano e sinalizou uma pausa no ciclo de altas nos juros.

Os economistas ouvidos pelo Banco Central também elevaram a projeção para a Selic de 14,75% para 15% ao final de 2025 no primeiro Boletim Focus após Copom, divulgado hoje (23).

As tensões no Oriente Médio também continuam a nortear os investidores. Na avaliação dos analistas da Ajax Asset, o comprometimento da estrutura militar do Irã pode ser considerada até positiva por agentes de mercado, uma vez que reduz a instabilidade geopolítica na região.

Para eles, o maior risco segue a expansão do conflito entre Israel e Irã na região, mas “dificilmente o conflito deve se evoluir para uma guerra global”.

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Petróleo recua

Depois de superar a cotação de US$ 80 o barril no fim de semana, com a entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, o petróleo operou em queda nesta segunda-feira (23). Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, com vencimento em setembro, encerraram a sessão com queda de 6,67%, a US$ 70,52 o barril na International Exchange (ICE), em Londres. 



Já os contratos do West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos e com vencimento em agosto, caíam 7,22%, a US$ 68,51 o barril na New York Exchange (Nymex), nos EUA.

No último sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou um ataques às instalações nucleares do Irã, em apoio a Israel.

Em resposta, o Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz  por onde passa cerca de 25% de toda produção global da commodity, no domingo (22). Vale lembrar que o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep.

A medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.

Para os analistas da Ajax Asset, o bloqueio de Ormuz pelo Irã deve ser “insustentável” no médio prazo, considerando superioridade militar americana. “Os EUA têm presença forte no Estreito de Ormuz, voltadas à proteção das navegações e, além disso, parte relevante do petróleo de Ormuz tem como destino à China, o que deixa ainda mais improvável um fechamento prolongado do Estreito”, afirmaram em nota.

Já no final desta segunda-feira (23), o Irã disparou  contra a base aérea norte-americana de Al Udeid, no Catar.

As autoridades do Catar afirmaram que não há registro de mortos até o momento. O país condenou o ataque iraniano e declarou que se reserva o direito de reagir. Por sua vez, o Irã afirmou que a base atacada ficava distante de áreas urbanas e residenciais, e que a operação não representa uma ameaça direta ao território catariano.

E o dólar?

O dólar opera em queda ante as moedas globais, como euro e libra. Por volta de 17h, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, registrava queda de 0,35%, no nível dos 98 pontos.

Na comparação com o real, o dólar acompanha o movimento do exterior. A divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,5032 (-0,39%).



Wall Street em alta

Os índices de Wall Street operam tentam sustentar com os investidores monitorando o conflito entre Israel e Irã após a entrada dos Estados Unidos na guerra. O tom positivo, porém, é sustentado pela expectativa de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed).

A vice-presidente de supervisão do Fed, Michelle Bowman, afirmou que o momento de cortar as taxas de juros pode estar se aproximando.

“É hora de considerar o ajuste da taxa de juros”, disse Bowman em texto preparado para uma reunião realizada em Praga, na República Tcheca.

“Caso as pressões inflacionárias permaneçam contidas, eu apoiaria a redução da taxa de política monetária já em nossa próxima reunião, a fim de aproximá-la de sua configuração neutra e sustentar um mercado de trabalho saudável.”

Na semana passada, o BC norte-americano decidiu manter os juros inalterados entre 4,25% e 4,50% e a previsão de até dois cortes, de 0,25 pontos-base, nas taxas até o final do ano.

Os diretores permaneceram no modo “esperar para ver” em meio à considerável incerteza econômica criada pela política comercial implementada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no início de abril.

O índice S&P 500 encerrou o dia com alta de 0,96%, aos 6.025,17 pontos; Dow Jones subiu 0,89%, aos 42.581,78 pontos, e Nasdaq registrou avanço de 0,94%, aos 19.630,98 pontos.

Ásia e Europa

Na Ásia, os índices fecharam sem direção única. O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,13%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,67%.

Na Europa, os índices também encerraram a sessão em queda, de olho nos desdobramentos da entrada dos EUA no conflito entre Israel e Irã. O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou o pregão com queda de 0,28%, aos 535,03 pontos.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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