Mercados

Ibovespa salta 5% com expectativas coordenadas de estímulos; Petrobras emerge 12%

10 mar 2020, 10:48 - atualizado em 10 mar 2020, 10:48
Petrobras
A maior empresa brasileira volta a respirar no pregão desta terça-feira, após tombar com o petróleo na sessão anterior (Imagem: Agência Petrobras/Geraldo Falcão/direitos reservados)

A bolsa paulista começava esta terça-feira com o Ibovespa em alta, acompanhando a recuperação de mercados acionários no exterior, em meio a expectativas de ações coordenadas de governos e bancos centrais de todo o mundo para ajudar as economias em meio ao surto do novo coronavírus.

Às 10:45, o Ibovespa subia 5,02%, a 90.429,28 pontos. O volume financeiro era de quase 2 bilhões de reais.

A alta vem após o Ibovespa ter fechado com queda de 12,17% na segunda-feira, no pior dia na bolsa em mais de duas décadas, marcado por circuit breaker, conforme decisões da Arábia Saudita derrubaram os preços do petróleo e adicionaram preocupações a um mercado já fragilizado pelo surto do coronavírus.

Ainda na segunda-feira, o presidente norte-americano Donald Trump disse que tomará importantes medidas para proteger a economia dos EUA contra impactos da disseminação do coronavírus. O governo do Japão planeja gastar mais de 4 bilhões de dólares em um segundo pacote de ações para lidar com o vírus.

“A perspectiva de maiores gastos do governo está ajudando investidores a ignorar a ampliação nas medidas de contenção que reduzirão a atividade econômica”, destacou o analista Jasper Lawler, chefe de pesquisa no London Capital Group, destacando entre as medidas as restrições de deslocamento na Itália.

A possibilidade de estímulos econômicos e sinais da Rússia de que conversas com a Opep seguem possíveis ainda apoiavam a melhora do petróleo no exterior, com o Brent em alta de mais 7,9%, após registrar a maior queda em quase 30 anos na véspera.

A guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia prossegue (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Tal cenário endossava a recuperação dos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4), após terem registrado a maior queda da sua história na véspera. A preferenciais (PETR4) tinham alta de 12,40% e as ações ordinárias (PETR3) subiam 16,73%.

“Após uma ‘segunda-feira negra’, os ativos de risco estão abrindo em forte alta essa manhã. A possibilidade de uma atuação dos ‘policymakers’ para lidar com a crise, aliada a preços e ‘valuations’ mais atrativos está sustentando o mercado”, afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, mais cedo em sua conta no Twitter.

“Eu vinha com uma visão e um viés muito mais cauteloso e negativo nas últimas semanas. Neste momento, ainda vejo um cenário extremamente frágil e incerto. Ainda espero volatilidade, mas acredito que parte relevante desta incerteza tenha sido precificada nos ativos de risco.”

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