Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) vai para o ‘ou tudo ou nada’ em dia de ata do Copom

28 mar 2023, 7:48 - atualizado em 28 mar 2023, 8:05
Ibovespa sabe que ou o Copom ameniza na ata o tom do comunicado que manteve a Selic em 13,75% pela 5ª vez ou a autoridade monetária cairá em descrédito (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) sabe que ou o Comitê de Política Monetária (Copom) amolece hoje (28) o tom duro (“hawkish”) do comunicado que acompanhou a decisão de manter a taxa Selic em 13,75% pela quinta vez. Ou a credibilidade do Banco Central será colocada em xeque – aliás, já é o que está acontecendo. 

Essa é a grande expectativa pela ata da reunião da semana passada que será divulgada daqui a pouco, às 8h. Vale lembrar que a postura dura do BC brasileiro jogou um “balde de água fria” nos mercados. Isso porque o Copom não só defendeu que não há espaço para cortes na taxa Selic tão cedo como também indicou que pode retomar o ciclo de alta no juro básico.

Ou seja, o mercado doméstico se iludiu com eventual corte na Selic já em maio e acabou se deparando com um BC inabalável, que abriu um novo round na queda de braço com o governo. Em reação, o Ibovespa perdeu a marca simbólica dos 100 mil pontos, em um movimento capitaneado pelos gringos.

Ibovespa aguarda ajuste no tom

Por mais que pareça impossível o Copom desdizer o que disse há apenas cinco dias, ao menos se espera um tom mais moderado. O resultado da prévia da inflação oficial neste mês, medida pelo IPCA-15, pode servir de desculpa para isso.  

Afinal, o próprio presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse uma coisa perante ao Senado dos Estados Unidos, no mais recente depoimento no Congresso norte-americano, e outra na Câmara. Tudo isso, ainda antes do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) que desfez praticamente a íntegra do que havia sido dito. 

Agora, membros do Fed e da Casa Branca entoam um coro dizendo que farão de tudo para manter a saúde do sistema financeiro, com garantias aos depósitos. Essa sinalização, somada à venda do SVB e aos riscos minimizados em torno do Deutsche Bank, mantém o alívio nos mercados lá fora. Mas essa recuperação já dá sinais de cansaço.

A ver, então, se o Copom conseguirá manter o bom início de semana por aqui. E não é só o Ibovespa que espera um ajuste no tom, mas também o governo. Caso contrário, o debate sobre as metas de inflação deve voltar à mesa, com apoio da Faria Lima. Um dos gurus, Rogério Xavier, da SPX, disparou recentemente: não discutir uma meta mais realista “beira o ridículo”

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones oscilava em baixa de 0,04%; o do S&P 500 caía 0,12% e o Nasdaq cedia 0,20%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,77% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale ganhavam 0,53%, enquanto os da Petrobras tinham alta de 0,70%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha leve alta de 0,07%; a bolsa de Frankfurt subia 0,17%, a de Paris avançava 0,24% e a de Londres crescia 0,22;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 subiu 0,15%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 1,11%, mas a Bolsa de Xangai teve queda de 0,19%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,24%, 102.61 pontos; o euro subia 0,25%, a US$ 1,0825; a libra tinha alta de 0,20%, a US$ 1,2311; o dólar tinha queda de 0,46% ante o iene, a 130,96 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,557%, de 3,537% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,018%, de 3,955% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,16%, a US$ 1.956,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI ganhava 0,45%, a US$ 73,14 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,27%, a US$ 77,97 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em alta de 1,21% em Dalian (China), a 877 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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