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Ibovespa vai subir ou cair até o final de 2022? Veja o que dizem XP e Inter

01 jun 2022, 18:24 - atualizado em 01 jun 2022, 18:24
Setas sobe desce
Ações brasileiras continuam baratas mesmo considerando o alto nível das taxas juros locais, diz a XP. (Imagem: Unsplash/ Susan Q Yin)

O Ibovespa ainda tem espaço para subir em 2022, saindo dos atuais 111,3 mil pontos para ao menos 120 mil pontos, segundo a XP Investimentos e o Inter Research.

Ambas as instituições divulgaram nesta quarta-feira (1) uma atualização do preço-alvo para o principal índice da Bolsa brasileira, sendo que a corretora fundada por Guilherme Benchimol é mais otimista: projeta um patamar de 130 mil pontos.

No caso da XP, a expectativa foi mantida em relação ao relatório anterior, enquanto o Inter reduziu o preço-alvo de 125 mil pontos para 120 mil.

Para a XP, o Ibovespa está barato considerando o preço sobre lucro (P/L) com sua média histórica, mesmo desconsiderando commodities e bancos, a 14,1x (contra média de 14,5x dos últimos anos).

“O P/L do Ibovespa negocia, hoje, com um desconto de 61% em relação ao mesmo indicador do S&P 500, desconto muito maior do que a média histórica de desconto de ao redor 30%”, acrescenta o banco em relatório assinado por Fernando Ferreira e equipe.

Para a XP, o Brasil também negocia com um desconto de 40% em relação ao P/L do mercados emergentes – ambos os índices tenderam a negociar em patamares similares no passado.

O Equity Risk Premium (ERP), que compara o rendimento de ações com as taxas de juros reais, está em 9,0%, acima da média histórica de 4,9%, segundo a corretora.

“As ações brasileiras continuam baratas mesmo considerando o alto nível das taxas juros locais”.

Ibovespa aos 130 mil pontos?

Apesar de ser menos otimista que a XP, o Inter ressalta que considerando o nível de P/L médio dos últimos três anos, seria possível que o Ibovespa chegasse aos 130 mil pontos.

O Inter avalia que muitas variáveis entraram no radar dos investidores neste ano, acentuando a aversão ao risco. Na China, diz, as ondas de lockdown por conta da política zero-covid adotada pelas autoridades locais limitaram ainda mais o comércio global.

A dinâmica já era afetada pela eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia, que colocou mais pressão nos preços de insumos, contribuindo para níveis inflacionários recordes em todo o globo, lembra.

“Ao mesmo tempo, bancos centrais mundiais iniciam, tardiamente na opinião de alguns, seu ciclo de aperto monetário, elevando a aversão ao risco e levando à correção dos índices em praticamente todas as principais bolsas globais”.

Em meio a um cenário cada vez mais incerto, a Bolsa brasileira, não imune, segue oscilando apesar do viés levemente mais otimista que o restante do mundo, destaca o relatório assinado por Gabriela Joubert.

No ano, o índice local acumula alta de 6%, reflexo da retomada ao longo de maio, após as fortes quedas vistas nos índices globais em abril, antecipando o famoso “Sell in May”.

Dentre os motivadores recentes, o Inter destaca “uma menor incerteza no curto prazo ante ritmo de aperto monetário do Fed, após Ata do Fomc ter mostrado unanimidade entre os membros da instituição quanto à elevação de 0,5 p.p. na taxa de juros da próxima reunião”.

“Ademais, as notícias de flexibilização dos lockdowns na China, reabrindo a economia, especialmente em Xangai, bem como os estímulos anunciados pelas autoridades chinesas para garantir o crescimento econômico no 2T22 foram bem recebidos pelo mercado”.

Migração ‘natural’

O Inter vê como natural a migração para setores mais defensivos, ou os chamados ativos de value, como as blue chips, fortemente correlacionadas com o Ibovespa, em razão de sua representatividade. A dinâmica tem sustentando em parte o índice.

Para o banco, mesmo com o avanço da Bolsa brasileira, a cautela prevalece, “uma vez que a aversão ao risco ainda continua elevada, impingindo pressão baixista nos ativos mobiliários”.

Os dados de inflação global continuam em tendência de alta, exigindo uma posição mais restritiva dos bancos centrais, que já sinalizam novos aumentos de juros, lembra.

“Na China, apesar dos recentes estímulos, mantemos visão mais comedida quanto a uma desaceleração econômica pior que o projetado”, diz trecho do relatório assinado por Joubert.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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