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Ibram alerta para alta de preços e escassez de fertilizantes; sugere GT ao governo

02 mar 2022, 21:32 - atualizado em 02 mar 2022, 21:32
Fertilizantes
“O setor envolve altas economias de escala e, embora o país tenha potencialidades, não conta com o nível adequado de investimentos” (Imagem: Reuters/Pascal Rossignol)

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) disse em nota nesta quarta-feira que está em alerta quanto ao risco do aumento de preços e de escassez de fertilizantes causados pela guerra na Ucrânia, em vista da elevada dependência que o Brasil tem na importação de potássio tanto da Rússia quanto dos ucranianos.

A entidade ainda sugeriu ao governo federal a criação de um grupo de trabalho (GT) com empresas e demais órgãos públicos para buscar soluções que visem o avanço do Projeto Silvinita, no Estado do Amazonas, que, segundo o Ibram, tem elevado potencial para reduzir a dependência externa do potássio.

“O déficit na balança comercial brasileira de fertilizantes é função não apenas da demanda aquecida do setor agrícola nacional, mas também da estrutura de produção e da deficiência de insumos domésticos”, disse o instituto no comunicado.

“O setor envolve altas economias de escala e, embora o país tenha potencialidades, não conta com o nível adequado de investimentos”, acrescentou.

Segundo o Ibram, há de se considerar também que restrições à agricultura brasileira causadas por uma ruptura na oferta de adubos podem impactar as exportações de alimentos, com destaque para a China que lidera compras de importantes produtos.

Para solucionar a questão da dependência de importações de insumos, o instituto defendeu a necessidade de políticas públicas e privadas, isonomia tributária e harmonização de alíquotas de ICMS.

Quanto ao Projeto Silvinita, há desafios para licenciamento, daí a necessidade de uma estratégia mais completa.

“O Ibram sugere ao Governo Federal a criação de um grupo de trabalho no âmbito da Casa Civil da Presidência, envolvendo a empresa Potássio Brasil, o Governo do Amazonas, Secretaria de Assuntos Estratégicos, Ibama, Funai, Agência Nacional de Mineração, Serviço Geológico do Brasil, Petrobras, Comissões de Agricultura da Câmara e Senado, e o próprio Ibram”, disse.

O objetivo do grupo, segundo o instituto, é trazer um novo contorno ao GT criado na Secretaria de Assuntos Estratégicos em 2021 e também teria a incumbência de promover a expansão da produção nacional dos insumos necessários ao atendimento da demanda por fertilizantes.

“O Ibram está à disposição das autoridades e da sociedade brasileira para dar andamento a esta proposta.”

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