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Impacto de decisão do BC na PagSeguro (PAGS) deve ser menor do que o previsto, diz Citi

26 set 2022, 15:18 - atualizado em 26 set 2022, 15:31
PagSeguro
Às 15:08 (horário de Brasília), a ação da PagSeguro desabava 12% em Nova York, para 12,04 dólares, tendo chegado no pior momento do pregão ao nível mais baixo desde o início de agosto (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)

A nova regulação do Banco Central (BC) impondo limite de 0,7% nas tarifas de intercâmbio (TIC) de cartões pré-pagos é negativa para a PagSeguro, mas o impacto deve ser menor do que o esperado inicialmente, disseram analistas do Citi.

As novas regras publicadas pelo BC nesta manhã entram em vigor em 1° de abril de 2023. A TIC é um percentual do valor da compra, definido pelas companhias das bandeiras, que é repassado pela empresa da “maquininha” (credenciadora) à instituição financeira emissora do cartão.

O BC disse que a TIC para cartões pré-pagos terá limite de 0,7% – atualmente não há um nível máximo e seu valor médio supera 1% por operação.

Já para as transações de débito o teto será 0,5%, de uma definição cumulativa de média ponderada de 0,5% e valor máximo por transação de 0,8%.

Às 15:08 (horário de Brasília), a ação da PagSeguro (PAGS)desabava 12% em Nova York, para 12,04 dólares, tendo chegado no pior momento do pregão ao nível mais baixo desde o início de agosto.

“A primeira leitura indica que a medida deve ser negativa para a PagSeguro, mas já bastante esperada”, escreveram Gabriel Gusan e equipe em relatório. “O teto para pré-pagos estava em consulta pública por quase um ano e nós até podemos dizer que 0,7% foi um teto melhor do que esperávamos — estávamos prevendo um teto de 0,5%, similar ao débito”, acrescentaram.

Eles disseram que o impacto na empresa deve ser muito menor do que os 4% da receita estimados quando a consulta pública foi aberta no ano passado, considerando o teto mais alto e o fato de que a PagSeguro deve ajustar sua oferta às novas regras.

Com uso maciço dos cartões pré-pagos nas contas digitais gratuitas, fintechs alegavam que a limitação da tarifa provocaria perda de receitas inviabilizando o modelo de negócios do setor e elevando as cobranças sobre consumidores, com consequente golpe no processo de inclusão financeira no país.

Já bancos de grande porte, com maior participação nos cartões de débito, que já têm um teto para a tarifa, apoiavam a proposta do BC e cobravam isonomia de tratamento.

O Citi manteve recomendação de compra para PagSeguro.

Ações de outras fintechs também recuavam. Os papéis de Nubank, por exemplo, que falou em impacto negativo de 2,9% nas receitas caso a medida já tivesse valendo nos 12 meses até junho, perdiam 3%.

As três principais bolsas acionárias norte-americanas caíam até cerca de 1%. No Brasil, o Ibovespa cedia 1,9%.

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