Tarifas do Trump

Índia diz que negociações comerciais com EUA continuam em andamento

23 ago 2025, 9:17 - atualizado em 23 ago 2025, 9:17
Índia-EUA
(Imagem: REUTERS/Evelyn Hockstein)

O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, disse neste sábado (23) que as negociações comerciais com Washington continuam, mas há linhas que Nova Délhi precisa defender, poucos dias antes de tarifas adicionais pesadas dos Estados Unidos entrarem em vigor.

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Produtos indianos enfrentam tarifas norte-americanas adicionais de até 50%, entre as mais altas impostas por Washington, devido ao aumento das compras de petróleo russo. Uma tarifa de 25% já entrou em vigor, enquanto os 25% restantes devem passar a valer a partir de 27 de agosto.

Uma visita planejada de negociadores comerciais dos EUA a Nova Délhi, de 25 a 29 de agosto, foi cancelada, acabando com as esperanças de que os impostos pudessem ser reduzidos ou adiados.

“Temos alguns limites nas negociações, que devem ser mantidos e defendidos”, disse Jaishankar, em um fórum do Economic Times em Nova Délhi, destacando os interesses dos agricultores e pequenos produtores do país.

As negociações comerciais entre a Índia e os EUA fracassaram no início deste ano devido à recusa da Índia em abrir seus vastos setores agrícola e de laticínios. O comércio bilateral entre a maior economia do mundo e a quinta maior economia do mundo totaliza mais de US$190 bilhões.

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“É nosso direito tomar decisões em nosso ‘interesse nacional'”, disse Jaishankar.

Analistas da Capital Economics disseram na sexta-feira (22) que, se as tarifas totais dos EUA entrarem em vigor e forem mantidas, o impacto no crescimento econômico da Índia seria de 0,8 ponto percentual neste ano e no próximo.

“O dano a longo prazo pode ser ainda maior, pois uma tarifa alta pode prejudicar o apelo da Índia como um centro global de manufatura.”

O ministro indiano descreveu os anúncios políticos do presidente dos EUA, Donald Trump, como “incomuns”.

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“Nunca tivemos um presidente dos EUA que conduzisse sua política externa tão publicamente quanto o atual, e isso representa um afastamento da maneira tradicional de conduzir negócios com o mundo”, disse Jaishankar.

Ele também disse que a preocupação de Washington com as compras de petróleo russo pela Índia não estava sendo aplicada a outros grandes compradores, como a China e a União Europeia.

“Se o argumento é petróleo, então há (outros) grandes compradores. Se o argumento é quem está negociando mais (com a Rússia), então há negociadores maiores”, disse ele.

O comércio entre a Rússia e a Europa é maior do que o comércio entre a Índia e a Rússia, ele acrescentou.

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O ministro também disse que as compras de petróleo russo pela Índia não haviam sido levantadas em negociações comerciais anteriores com os EUA antes do anúncio público das tarifas.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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