Economia

Acabaram as boas notícias para o IPCA; veja os destaques de agosto e o que esperar para o ano

12 set 2023, 14:33 - atualizado em 12 set 2023, 16:46
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O melhor momento da inflação já ficou para trás, dizem economistas (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto veio abaixo das expectativas do mercado. Entretanto, a inflação ainda preocupa, com o acumulado de 12 meses (4,61%) próximo ao teto da meta (4,75%). O resultado foi impulsionado pela habitação, dizem economistas.

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Só esse item colaborou com 18 pontos base no mês, devido ao aumento nas contas de luz, após o fim do bônus de Itaipu — que trouxe deflação em julho. Além disso, saúde e cuidados pessoais contribuíram para a subida, com 8 pontos, impactados pelos preços de higiene pessoal.

Por outro lado, a alimentação no domicílio ajudou do lado baixista, com contração mensal de 1,26%, motivada pela deflação generalizada. Outra surpresa foi o preço dos combustíveis, que registaram maior deflação no etanol.

Ainda assim, as perspectivas para a inflação não são positivas. “Acreditamos que o melhor momento da inflação já ficou para trás. [O IPCA] não vai para nenhum outro lugar para ir, exceto para cima”, avaliam os economistas do Bank of America.

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Acabaram as boas notícias para o IPCA

Os economistas do BofA, David Beker e Natacha Perez, acreditamos que os fundamentos do IPCA atingiram o fundo do poço. Segundo eles, é pouco provável que as surpresas baixistas se repitam até o fim do ano.

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“Acreditamos que a maior parte das boas notícias em relação à inflação já chegou”, avaliam.

Beker e Perez explicam que a tendência recente de depreciação cambial, combinada com os preços mais elevados do petróleo, representa riscos ascendentes para as previsões do índice. O banco espera um IPCA em 4,8% ao final do ano de 2023; e em 3,7% para 2024.

Em relação a Selic, os economistas dizem que o fim de notícias boas não deve mudar os planos do Banco Central. Assim, mantêm a expectativa por cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, sendo que a taxa deve fechar o ano em 11,75%, e 2024 a 9,5%.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.