Economia

Inflação alta e dados “mistos” de desemprego criam impasse para Fed, dizem analistas

13 jan 2022, 12:42 - atualizado em 13 jan 2022, 15:58
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Desaceleração do crescimento econômico dos EUA significa menos empregos e renda (Imagem: REUTERS/Alexandre Meneghini)

Os Estados Unidos encerraram a primeira semana de janeiro com 230 mil novos pedidos de auxílio-desemprego, marcando um acréscimo de 23 mil requerimentos, em meio à disparada de casos de Covid-19 causados pela variante ômicron.

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Apesar do aumento, os dados permaneceram em nível consistente com condições de mercado de trabalho cada vez mais apertadas.

A notícia veio um dia após a divulgação da alta dos preços ao consumidor no país. A inflação, medida pelo CPI (Índice de Preços ao Consumidor), subiu 0,5% em dezembro, uma desaceleração ante a alta de 0,8% de novembro, mas acima da expectativa de 0,4% do mercado.

Segundo João Tonello, analista da Benndorf, a inflação gera altas fortes e persistentes nos preços, que acarretam uma série de distorções – desde imprevisibilidade nos negócios, até piora do bem-estar das pessoas –, que, em última instância, travam a economia e derrubam o crescimento do país.

O analista ainda completa que a desaceleração do crescimento significa também menos empregos e renda.

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“Os EUA, com os incentivos, miraram no crescimento da economia, ou seja, incentivos que se transformem em renda e emprego. Todavia, uma vez que essa conta não fecha, não é possível fazer esta conversão, surgindo, então, a necessidade de tomar medidas para conter a inflação, como a alta dos juros”, explica Tonello.

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Alta dos juros

Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, o Federal Reserve (Fed) está em um impasse para iniciar a mudança em sua política monetária “o mais rápido possível”, porém os dados “mistos” do desemprego nos EUA podem fazer Jerome Powell, presidente do Fed, postergar o processo.

“O que se espera é o início do aumento de juros em março e a redução do programa de recompra de títulos na sequência”, diz Galdi.

Na manhã desta quinta-feira (13), também foi divulgada uma alta moderada dos preços ao produtor nos EUA, o que fez Wall Street abrir em alta aliviado das preocupações com um ritmo mais forte de altas de juros.

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O analista da Mirae afirma que, apesar deste alívio momentâneo, a alta dos juros irá acontecer. “Resta confirmar se serão 3 ou 4 aumentos neste ano”.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.