Economia

Inflação deu uma trégua, mas movimento de deflação não deve se manter por muito tempo

09 ago 2022, 14:12 - atualizado em 09 ago 2022, 14:12
renda fixa
Ampliação do Auxílio Brasil e vale-gás vão pressionar inflação nos próximos meses. (Imagem: Shutterstock)

Nesta terça-feira (9), o mercado pode comemorar: a inflação de julho caiu 0,68%. Trata-se da menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980, e a maior deflação desde o Plano Real.

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De fevereiro de 1994 para cá, foram registradas deflações em apenas 14 momentos. O último deles foi em maio de 2020, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve queda de 0,38%.

O resultado também foi melhor que o projetado pelo mercado, que apontava para uma deflação média de 0,66%.

Eduardo Vilarim, economista do Banco Original, aponta que esse resultado já era esperado, principalmente puxado pelo grupo de transportes e habitação.

“Em Transportes, a gasolina contribuiu com uma desinflação de 1,04 ponto percentual sobre o índice, recuando 15.48% e influenciando a queda do etanol (-11,38%). O resultado é reflexo da redução dos combustíveis anunciada pela Petrobras em 20 de julho, além da redução das alíquotas de ICMS sobre esses produtos. A proposta também influenciou energia elétrica (-5,78%) dentro do grupo de habitação”, afirma.

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No entanto, não dá para achar que as próximas medidas do IPCA serão todas negativas. Muito pelo contrário: esse é um movimento temporário e de se estender, no máximo, até a inflação de agosto.

Para João Savignon, economista da Kínitro Capital, o IPCA de julho pode ser considerado neutro. O índice cheio veio, praticamente, em linha com o esperado; mas, as aberturas continuaram exibindo números ruins.

“A dinâmica inflacionária de curto prazo segue inalterada, com o índice ainda impactado pelas medidas de cortes de tributos e menores preços da gasolina. Nesse sentido, em agosto, devemos observar nova queda de preços administrados e arrefecimento de bens industriais, ao mesmo tempo em que as pressões de serviços se mantêm relevantes e disseminadas”, completa. A projeção é que agosto tenha uma deflação de 0,25%.

Vale destacar que choques pontuais da cadeia produtiva continuam incorrendo sobre o consumidor. No grupo de alimentação, por exemplo, a variação de 25,48% do leite longa vida e demais produtos laticínios é fruto da alta dos custos de produção.

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Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco, ainda lembra que o governo vem jogando contra a inflação. Por mais que medidas como do ICMS tenham ajudado, a ampliação de benefícios sociais vão pressionar os preços nos próximos meses.

“Temos a PEC que cria um pacote social aumentando o valor do Auxílio Brasil e do Vale-Gás, além de voucher para caminhoneiros, e que vai até dezembro. Sentiremos os efeitos dessas medidas na inflação no começo de 2023. O próprio Boletim Focus mostra o IPCA de 2023 avançando, agora de 5,33% para 5,36%, a 18ª alta seguida.”

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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