Inflação em queda anima, mas PIB fraco limita otimismo do mercado, diz estrategista

A semana começa com um tom positivo para o mercado, com mais uma queda na projeção de inflação do Brasil e a possibilidade crescente de corte de juros nos Estados Unidos já em setembro.
No Giro do Mercado desta segunda-feira (25), a jornalista Paula Comassetto recebeu Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, que considera as sucessivas quedas na inflação como um bom sinal, mas alerta sobre o Produto Interno Bruto (PIB).
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“Ninguém comemorou as revisões para baixo no PIB. Devemos ter isso com um pouco mais de intensidade nas próximas semanas, quando o IBGE apresentar o resultado do PIB no segundo trimestre, mas aparentemente não foi tão forte. Foi uma desaceleração”, disse.
Cruz avalia que o Governo Federal deve ter comemorado a revisão para baixo na inflação, na expectativa que cortes de juros no Brasil passem a ser discutidos em breve.
No entanto, a desaceleração da atividade econômica pode provocar os governistas a promover medidas para estimular a economia.
Segundo o especialista, o mercado já começa a antecipar a movimentação por futuros cortes, mas nada deve ocorrer antes de dezembro. “Antes do que isso (dezembro) não me parece que ninguém do Banco Central vai concordar”, afirmou.
Para ele, a Selic no patamar atual permite reduções fundamentadas nos dados domésticos. “Se saíssemos de 15% para 10%, ainda teria espaço para cortar, só com base no que está acontecendo na economia brasileira”, disse.
Cruz também ressaltou que as tarifas de importação impostas por Donald Trump, embora negativas, podem ter um efeito colateral de fortalecer o mercado interno e impactar a inflação no curto prazo.
“As tarifas vão fazer com que muito produtor tenha prejuízo, bote mais produto no mercado doméstico, e a expectativa de inflação acaba sendo impactada por isso também”, afirmou.
Sobre o mercado de capitais, a desaceleração da economia traz mais precaução para os ativos de risco. Em relação a possibilidade do Ibovespa (IBOV), se firmar acima dos 140 mil pontos, o estrategista ainda está cauteloso.
“Neste trimestre houve muita revisão de guidance para baixo e muita gente postergando plano de investimento para 2026”, disse. “O Ibovespa nada mais é do que um reflexo das empresas. Se elas não estão tão confiantes, o índice acaba sendo penalizado.”
O programa ainda abordou o desempenho dos ativos de tecnologia e outros destaques internacionais. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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