Economia

Inflação: Próximos meses devem seguir pressionados pela alta dos combustíveis

25 mar 2022, 15:46 - atualizado em 25 mar 2022, 16:12
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O IPCA – 15, prévia da inflação oficial do país, não atingia patamares tão altos para um março desde 2015 (Imagem: Mehaniq)

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA -15) subiu 0,95% em março, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25).

Em fevereiro, já havia subido 0,99%. O índice, que é uma prévia da inflação oficial do país, mede a variação na primeira quinzena do mês e não atingia patamares tão elevados para um mês de março desde 2015.

Pesando no bolso

O valor foi puxado pela alta nos preços dos alimentos. Para este grupo, os preços subiram 1,95%. Para a saúde e cuidados pessoais, o aumento nos preços foi de 1,30%, enquanto o botijão de gás 1,29% ficou mais caro.

O setor de transportes teve a alta de 0,68% freada pela queda de 7,55% no preço de passagens aéreas. Dentro do mesmo grupo, os transportes por aplicativo ficaram 7,91% mais caros, enquanto o seguro de veículo aumentou 3,82% e o óleo diesel encareceu 4,10%.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses no país, atualmente em 10,79%, já completa 7 meses na casa dos dois dígitos.

IPCA-15 superou previsões

O valor veio acima do esperado pela grande maioria dos agentes de mercado. Para a Ativa Investimentos, a alta prevista era de 0,81%.

A corretora também cita divergência no preço da gasolina, que era cotado para ceder 0,12%, mas subiu 0,83%. No dia 10 de março, a Petrobras (PETR4) ajustou o preço da gasolina em quase 19%, após uma alta nos preços do petróleo no mercado internacional.

Após o ajuste, o preço médio do litro da gasolina comum ultrapassou os R$7 em quase todos os estados do país. Segundo o mais recente levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Piauí é hoje o Estado com o litro mais caro do Brasil, a aproximadamente R$ 7,992.

A Ativa prevê que o mês de março fechará com inflação em torno de 1%, e considera o cenário digno de atenção. “Não tem como afirmar que a divulgação foi benigna”, afirmou.

Para a MCM Consultores, a expectativa do IPCA-15 era ainda menor, de 0,75%. Após a divulgação, a consultora prevê que o nível de inflação em março deve ultrapassar os 1% devido à alta nos preços dos combustíveis, atingindo 1,25%.

Já o Itaú Unibanco, que esperava uma alta de 0,89% para a primeira quinzena do mês, projeta um IPCA de 1,31% em março, 1,11% em abril e -0,26% em maio.

Os próximos dois meses continuarão pressionados pelos reajustes recentes de gasolina, gás de botijão e diesel na refinaria pela Petrobras, “considerando que o repasse tem sido mais alto e mais rápido para o consumidor”.

O banco ainda avalia que o pico da inflação deve ficar ligeiramente abaixo de 12% em abril. “Esperamos alívio na leitura de maio, com mudança da bandeira de escassez hídrica para amarela”, dizem os analistas.

Estagiária
Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
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Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
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